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Tiffany erra estratégia ao vender relógio raro para clientes VIP

Tiffany erra estratégia ao vender relógio raro para clientes VIP

Tiffany enfrenta reação negativa após condicionar venda do relógio Patek Philippe Blue Dial à compras milionárias por clientes VIP. Entenda!

A Tiffany & Co. (TIF; TIFF34), símbolo do luxo americano, se envolveu em uma crise com seus próprios clientes VIP ao tentar vender o cobiçado Patek Philippe Nautilus 5711 Blue Dial. A campanha, que parecia promissora, resultou em uma série de reações negativas por parte dos milionários que deveriam ser seus principais aliados.

O relógio, que custa US$ 52.635, limitado a apenas 170 unidades e criado para celebrar a parceria centenária entre Tiffany e Patek Philippe, se tornou um objeto de desejo extremo. No entanto, a Tiffany escolheu não vender o Blue Dial diretamente, mas sim usá-lo como isca: clientes VIP interessados foram incentivados a gastar entre US$ 2 milhões e US$ 3 milhões em joias para “ter uma chance” de comprá-lo — sem qualquer garantia formal.

Venda casada velada: alto risco e pouca transparência

Sem lista oficial de espera e com critérios obscuros, a estratégia baseava-se em listas de desejos e acordos informais. Clientes VIP foram levados a crer que grandes compras os colocariam em posição privilegiada, o que muitas vezes não ocorreu. A insatisfação se espalhou quando celebridades passaram à frente na fila e o relógio começou a aparecer no mercado secundário por preços decrescentes.

A prática de condicionar a compra de um item exclusivo à aquisição de outros produtos, conhecida como “bundling” ou “venda casada”, é malvista no setor de luxo e, neste caso, gerou acusações de manipulação e até ações judiciais. A Tiffany, que antes tinha a confiança de colecionadores leais, viu muitos clientes romperem o relacionamento.

Rompimento com a Patek e perda de mercado

A consequência mais grave foi o desgaste da parceria com a Patek Philippe. Três das quatro boutiques da marca suíça localizadas dentro das lojas Tiffany foram fechadas. O impacto foi direto na performance da empresa, que perdeu terreno para concorrentes como a Cartier. Segundo a Euromonitor, desde 2022, a Tiffany perdeu 1 ponto percentual de participação no mercado global de joias de luxo, enquanto a Cartier avançou.

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Clientes VIP, outrora fiéis, venderam seus relógios em protesto ou migraram para outras marcas. A quebra de confiança deixou marcas profundas. Hoje, a Tiffany tenta se reerguer com reformas luxuosas e foco em novas coleções, mas a relação com parte do público de elite permanece abalada.

Lições de um fracasso milionário

O caso Tiffany e clientes VIP deixa um alerta claro: exclusividade exige critério e transparência. Quando marcas de luxo abusam da escassez e exploram a fidelidade de seus consumidores sem oferecer reciprocidade clara, arriscam não apenas vendas — mas reputações construídas ao longo de décadas.

No mundo do luxo, prometer acesso a algo único e não entregar pode custar mais do que dinheiro. Pode custar a alma da marca.

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