Na terça-feira (3), o Banco Central causou alvoroço nas redes sociais com um vídeo inesperado que se destacou pela sua abordagem inovadora. Em formato de reels, similar aos vídeos populares no TikTok, a instituição financeira apresentou um conteúdo que foge do padrão habitual: um clipe dinâmico com golfinhos e unicórnios, transmitindo a mensagem “apostar não é investir”.
O vídeo rapidamente ganhou popularidade e se tornou um dos principais tópicos de discussão nas redes sociais ao longo da semana. A estratégia ousada parece ter alcançado seu objetivo de atrair atenção e promover uma conscientização sobre a diferença entre apostas e investimentos. A abordagem diferenciada e a mensagem clara ajudaram o Banco Central a se destacar e a engajar um público amplo, tanto seguidores quanto não seguidores.
Na legenda, o banco ainda reforçou a mensagem: “Investimentos visam crescimento a médio ou longo prazo e segurança financeira, além de serem feitos de forma paciente e planejada! Não confunda com apostas, que nada mais são que baseadas na sorte, com riscos altos e ganhos incertos“.
Veja o vídeo completo:
Efeito das “bets” nas famílias
O crescente fenômeno das apostas online, popularmente conhecidas como “bets“, tem gerado preocupações para o Banco Central. A instituição está intensificando esforços para alertar brasileiros sobre os riscos associados a essas práticas e suas potenciais consequências para as famílias e para a economia nacional.
O aumento nos gastos com jogos de azar pode ter impactos profundos, não apenas sobre o orçamento familiar, mas também sobre a economia do país. De acordo com análises do BC, essa tendência pode reduzir a renda disponível das famílias para consumo e para o pagamento de dívidas. Tal situação poderia, por sua vez, interromper a recente diminuição dos níveis de endividamento no Brasil.
O diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, indicado pelo governo Lula para assumir a presidência do Banco Central, afirmou em uma palestra que “o aumento da renda, sem acompanhamento da poupança e consumo, pode estar vazando para as bets”.
Galípolo também afimou que recebeu relatos de preocupações provenientes de bancos e redes de varejo sobre o impacto crescente das apostas online. Essas preocupações refletem a inquietação de diversos setores em relação aos possíveis efeitos adversos dessa tendência no comportamento financeiro dos consumidores e na estabilidade econômica geral.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) classifica a situação das apostas online como uma “bomba-relógio” para as finanças de milhões de famílias. Segundo a entidade, o crescimento desse fenômeno pode forçar os bancos a adotar uma abordagem mais seletiva na concessão de crédito.
Isaac Sidney, presidente da Febraban, defende que o uso de cartões de crédito para o pagamento de apostas seja proibido imediatamente, em vez de aguardar até janeiro, como previsto na portaria do Ministério da Fazenda. Sidney argumenta que essa medida é importante para mitigar os riscos financeiros associados ao aumento das apostas e proteger a estabilidade econômica das famílias brasileiras.
Recentemente, um estudo do Instituto Locomotiva revelou que 25 milhões de brasileiros participaram de apostas nos últimos seis meses, com 86% desses apostadores já enfrentando endividamento.
Além disso, uma pesquisa adicional indicou que o Brasil possui mais apostadores do que investidores, e muitos brasileiros confundem apostas online com investimentos legítimos. Esses dados ressaltam a necessidade urgente de esclarecer a diferença entre apostas e investimentos e de adotar medidas para proteger a saúde financeira da população.
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