Um antigo conceito assombra os mercados desde sempre. Trata-se da teoria do mais tolo, uma prática que consiste em encontrar alguém mais tolo que você. O problema é que se essa pessoa não surgir, o tiro pode sair pela culatra.
Para entender melhor do que se trata essa teoria, este artigo fala melhor sobre o tema. Leia o texto a seguir e conheça os fundamentos, os casos já ocorridos e como se proteger dessa mal.
Tenha uma boa leitura!
O que é a teoria do mais tolo?
Essa teoria tem um significado muito simples que pode até ofender algumas pessoas mais sensíveis. Ela tem um caráter exclusivamente especulativo e diz que sempre existe alguém mais tolo que você.
No entanto, como se trata de uma teoria, pode ser que ela venha a falhar. E se isso acontecer, quer dizer que o mais tolo da situação é exatamente quem busca aplicar o conceito. Ou seja, pode ser você mesmo!
Para que a teoria do mais todo funcione, é preciso encontrar alguém disposto a pagar um preço mais alto por uma mercadoria que não tem determinado valor.
Por isso que se diz “mais tolo”, exatamente porque o comprador dispende um recurso financeiro por algo que realmente não vale nada daquilo pelo qual é vendido.
Enfim, existe todo tipo de pessoa no mercado e a negociação entre as partes é livre, não sendo nenhum crime comprar ou vender qualquer tipo de ativo.
O verdadeiro problema surge quando esse movimento atinge as massas e muitas pessoas embarcam nessa teoria sem pé nem cabeça.
Como a teoria do mais tolo funciona?
O princípio de funcionamento da teoria do mais tolo é muito simples: consiste em encontrar alguém que esteja disposto a pagar um preço mais alto por um ativo recém-comprado.
O detalhe disso tudo é que, originalmente, tal ativo não tem sequer o valor pago inicialmente.
É como comprar uma casca de banana por R$ 100 e esperar encontrar alguém que deseje comprá-la por R$ 120.
Ora, todos sabem que uma simples casca de banana não tem esse valor. Mas porque então alguém pagaria R$ 100 esperando vendê-la a um preço maior?
Porque pode existir alguém mais tolo a ponto de comprar!
Esse é o fundamento dessa teoria e por mais absurdo que possa parecer, ela já foi aplicada em vários mercados maduros ao longo da história da humanidade, com milhares de pessoas aderindo a ela.
Quando isso acontece, um fenômeno típico fica caracterizado e entra para os registros humanos: são as bolhas especulativas.
Tratam-se de movimentos irracionais de elevação de preços nos quais os ativos nem sempre (ou quase sempre) não têm o valor pelo qual estão sendo comercializados.
As consequências disso podem ser verdadeiros desastres para as economias dos países.
Quais são os casos passados de ocorrência dessa teoria?
Acompanhe a seguir alguns casos emblemáticos de aplicação da teoria do mais tolo.
Mercado de tulipas holandesas
Uma das primeiras aplicações que se tem notícia da teoria do mais tolo se deu no mercado holandês de comercialização de tulipas.
Isso ocorreu no século XVII. A compra e venda de tulipas (um tipo de flor) se dava de forma normal, até que sabe-se lá por qual razão os preços começaram a subir exorbitantemente.
A crescente foi tanta que na época foi constituído um mercado que previa a negociação de flores que ainda iriam florescer: nasceu aí o mercado futuro como se conhece hoje.
No entanto, em um belo dia do ano de 1637, os preços das tulipas começaram a ruir e muita gente que tinha pago caro pelas flores perdeu bastante dinheiro.
O motivo? Não haviam mais tolos que pagassem preços mais altos requeridos pelos compradores anteriores.
Bolha “pontocom”
A bolha das “pontocom” marcou a história recente ao ver o preço de diversas companhias de tecnologia subir às alturas sem no entanto apresentar motivo real para isso.
Era o início da era moderna da informação como se conhece agora. A internet acabava de chegar aos lares e um novo tempo começava.
Como não se entendia muito bem o que estava ocorrendo, toda e qualquer empresa de tecnologia que operava nesse ramo passou a ser supervalorizada.
No entanto, a promessa não se cumpriu para muitas delas e o crash foi inevitável.
Vale frisar que esse acontecimento foi uma ocorrência generalizada do mercado, mas havia boas empresas nessa época que perduram como gigantes até hoje.
Um bom exemplo é o Google e talvez você tenha chegado a este artigo exatamente por ele…
Crise imobiliária
Já o crash provocado pelo subprime norte-americano foi dolorido de presenciar. Isso porque muitas pessoas perderam suas casas, ficando completamente sem lar.
Nesse caso, a teoria do mais tolo foi aplicada por conta de derivativos sem valor comercializados sobre as hipotecas imobiliárias.
As agências de rating classificavam os títulos como sendo ótimos quando na verdade eram verdadeiros desastres, o que se conhece como títulos podres.
O resultado foi uma crise gigantesca na qual diversos bancos tradicionalíssimos foram a bancarrota e o sistema financeiro mundial entrou em colapso.
Como se proteger da teoria do mais tolo?
Não existe receita mágica para se proteger de movimentos irracionais como os descritos anteriormente. O mais indicado é sempre buscar informação e uma assessoria de qualidade.
As massas costumam agir de maneira impensada. Quanto mais consciência você tiver disso, mais poderá se afastar desse tipo de atitude.
Ou seja, comprar um ativo pelo simples motivo que “todo mundo está comprado”.
Não faça isso.
Analise com cuidado um investimento antes de aportar seu dinheiro nele. Busque conhecimento sólido a respeito do mercado e só entre quando tiver clareza daquilo que está fazendo.
A teoria do mais tolo pode ser vista praticamente em qualquer área da vida que envolva dinheiro. A especulação faz parte da natureza humana. O problema é quando isso toma grandes proporções e causa falência aos mercados. A melhor forma de se proteger quanto a esses movimentos é saber o que se faz. Para quem tem isso em mente, o risco da carteira é sempre bem calculado.
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