O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deverá desembarcar hoje (24), em Ahmedabad, para a sua primeira visita diplomática à Índia. Apesar da prometida recepção espetaculosa do governo indiano, a lei de cidadania antimuçulmana e o acordo comercial estacionado pautarão a viagem de Trump.
Segundo a agenda, Trump receberá uma homenagem no Taj Mahal, nesta segunda-feira (24), ao lado do primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi. A cerimônia antecederá um jantar de Estado, na mesma noite, e as reuniões privadas de terça-feira, em Nova Délhi. Aliás, a primeira aparição de Modi e Trump ocorreu em setembro do ano passado, em comício em Houston, Texas, nos EUA. O evento acabou sendo apelidado tanto pela Casa Branca, quanto pelas autoridades indianas como “Howdy Modi”(‘Oi, Mudi’, na tradução). Enquanto este segundo encontro está sendo chamado de “Namaste Trump” (‘Olá, Trump’, na tradução). Entre as principais pautas das reuniões de amanhã (25), estão a Lei de Emenda à Cidadania e o acordo comercial entre os países.
A questão da cidadania na Índia dividiu o país e aumentou a tensão entre a minoria muçulmana e a grande população. Principalmente por conceder o direito às demais religiões, mas impedir que os migrantes muçulmanos se tornem cidadãos legais. Para Modi, receber o apoio de Trump seria importante na recuperação de sua credibilidade, já questionada pelos indianos. Segundo um alto funcionário do governo americano, durante teleconferência com repórteres, na sexta-feira (21), a lei é preocupante. Pois a questão da liberdade religiosa é importante para a Casa Branca. Para a Comissão Americana de Liberdade Religiosa Internacional (USCIRF), órgão independente do governo, a lei representa “uma significativa queda na liberdade religiosa na Índia”.
Promessas de Trump
Por outro lado, Trump está pretendendo um pacto comercial abrangente com a Índia. O que o permitiria cumprir uma promessa da campanha presidencial. Uma vez que Trump garantiu aos eleitores que reescreveria os principais pactos comerciais dos EUA. “Tínhamos negócios horríveis, horríveis, ou nenhum negócio, e agora temos acordos fenomenais. Fizemos um grande acordo com a China. Depois fizemos o USMCA [EUA, México e Canadá]. Fizemos um acordo de US $ 40 bilhões por ano com o Japão. E fizemos um acordo com a Coréia do Sul, e temos outros acordos também “, afirmou o presidente americano.
Ademais, também serão discutidos temas como o aumento das exportações de energia dos EUA para a Índia. E as regras para usos dos mares indianos, que contam com a presença da marinha chinesa – uma preocupação americana. No entanto, apesar de estar focado com o acordo comercial, Trump não fez grandes promessas. “Mas estamos indo para a Índia e podemos fazer um tremendo acordo lá, ou talvez reduzamos a velocidade. Faremos isso depois das eleições. Acho que isso também pode acontecer”, disse. LEIA MAIS





