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Tapering: o que é e o que diz o FED?

Tapering: o que é e o que diz o FED?

Com a retomada da economia norte-americana, o tapering voltou a ser falado (e temido) no mercado de forma geral.

E essa apreensão é perfeitamente compreensível. Afinal, quando aconteceu há alguns anos, o fenômeno causou grandes estragos, principalmente nas economias que recém se recuperavam da crise de 2008.

A seguir, entenda o que é o tapering e de que forma ele afeta a economia e os seus investimentos.

Leia também: quais os impactos do tapering para o Brasil?

O que é tapering?

Em momentos de crises financeiras, quando é preciso dar mais suporte à atividade econômica, o Fed (banco central dos EUA) injeta liquidez no mercado. Foi assim durante a crise do subprime, em 2008 e, mais recentemente, a partir do início da pandemia.

O termo tapering, que pode-se traduzir como “estreitamento gradual”, ficou conhecido a partir de 2013, por causa de Ben Bernanke. Na ocasião, o então presidente do Fed utilizou a expressão para avisar que começaria a reduzir as compras de títulos públicos e hipotecas, feitas para mitigar os prejuízos do subprime.

Na ocasião, o fato causou estragos, em especial nas economias emergentes. No caso do Brasil, tivemos uma piora no risco-país e uma desvalorização média do real de 20%.

Já em 2020, devido à Covid, foram mais de US$ 3 trilhões injetados na economia norte-americana. Em 2021, o Fed passou a comprar mensalmente US$ 120 bilhões em títulos públicos, como mais uma forma de ajudar o mercado a lidar com a crise.

Ao que tudo indica, parece que o gigantesco apoio financeiro tem surtido os resultados esperados. De acordo com a ata do comitê de política monetária do Fed divulgada no final de julho, a taxa de desemprego no país caiu de 5,9% para 5,4%. 

Segundo analistas, o resultado veio acima do esperado, ou seja, a economia está conseguindo manter o ritmo de recuperação.

Além disso, a expectativa de crescimento do PIB americano é de 7% para 2021. Segundo o FMI, este será o “ritmo mais rápido de toda uma geração”. Cabe observar também que a inflação está em alta no país, tudo isso em meio a uma política monetária expansionista.

E até quando vão os estímulos financeiros?

Quando a economia dá mostras de retomada consistente, os estímulos financeiros passam a não ser mais tão necessários. É justamente nesse momento que ocorre o tapering, ou seja, a retirada gradual desses estímulos por parte do governo.

E foi esta a sinalização que ocorreu após a última reunião de dois dias do Federal Reserve, com Jerome Powell afirmando que, muito possivelmente, o tapering deverá ser anunciado em novembro, com um calendário de reduções graduais dos estímulos.

E qual o impacto do tapering na economia?

Com o fim dos estímulos financeiros nos EUA, o mercado teme uma reprise do que aconteceu em 2013. Na época, os efeitos foram desastrosos para a economia dos emergentes. Além da desvalorização cambial, o tapering trouxe inflação e juros altos para quase todos os países fora do círculo do G20.

No entanto, é preciso diferenciar a atual situação do que aconteceu no tapering de 2013. Naquela época, o que havia era uma crise de confiança no mundo, iniciada no mercado financeiro, em pleno subprime. Ou seja, a desconfiança era entre os próprios players, e isso levou o mercado ao pânico quando o Fed começou a sair de cena.

Para Elias Wiggers, assessor da EQI Investimentos, o mercado tem ciência de que, hoje, a situação é bastante diferente. Segundo ele, “diferentemente de 2013, é consenso hoje que não há uma culpa do mercado financeiro pela situação atual. Isso porque temos questões sanitárias ainda barrando a economia”.

Outro ponto importante a considerar é que o momento do Brasil em nada se parece com oito anos atrás. Nesse sentido, Elias observa que, naquela época, a economia brasileira tinha um câmbio supervalorizado e gastos muito maiores do que os atuais. 

“Por aqui, os riscos político e inflacionário mantêm a moeda desvalorizada. Além disso, os gastos públicos ainda preocupam muito. No entanto, os volumes são bem menores e o país segue para um caminho de busca de equilíbrio fiscal. Isso é reconhecido hoje pelo mercado”.

Tapering: como ficam os investimentos?

Para a EQI Investimentos, a parada gradual na compra dos títulos públicos norte-americanos acontecerá ainda em 2021. Já no ano que vem, o processo tende a acelerar.

Segundo Elias, a redução dessas compras cria uma expectativa de que diminua o dinheiro disponível para investir na bolsa. Dessa forma, poderá ocorrer um resfriamento do mercado acionário como um todo.

Outro ponto importante é prestar atenção na evolução dos juros após a retirada dos estímulos financeiros. Nesse sentido, se o governo norte-americano entender que será difícil controlar a inflação, provavelmente aumentará os juros.

Apesar de o tapering ser um indicativo de aumento da taxa de juros, não significa que isso necessariamente ocorrerá. O que determinará a evolução dos juros será o andamento da economia do país. No entanto, se de fato ocorrer um aumento (e dependendo da intensidade), isso pode sim ser prejudicial para o mercado financeiro brasileiro.

Para Elias, “com juros externos altos, veremos dinheiro migrando para países com melhores fundamentos econômicos”. Nesse caso, depreciação do real e mais pressão inflacionária são os principais pontos de atenção. “Até o momento, a precificação da Selic se mantém em torno de 7% para o final do ano. No entanto, caso se configure a ‘tempestade perfeita’ depois do tapering (com aumentos seguidos dos juros nos EUA) o cenário pode ficar preocupante por aqui”.

(Por Carla Carvalho)

Tapering: quais os impactos para a economia brasileira

Nos últimos tempos, o receio do tapering nos Estados Unidos tem mexido com os ânimos das economias no mundo inteiro.

Por aqui, há receio de que a retirada de estímulos financeiros da economia norte-americana impacte o mercado financeiro brasileiro.

A possível alta de juros nos EUA não favorece economias emergentes. Com juros mais altos, os investidores acabam migrando o capital para países com melhores fundamentos econômicos.

Nesse sentido, a depender da intensidade e de quanto tempo duram essas altas, problemas como depreciação da moeda e mais inflação se tornam mais graves em economias como a brasileira.

Além do tapering, entenda também o que é o papel da política monetária e os órgãos responsáveis por ela:

O que é política monetária?

De uma maneira geral, podemos dizer que a política monetária envolve a atuação de autoridades monetárias de um país no controle da quantidade de moeda em circulação na economia.

No Brasil, a autoridade responsável por esse controle é o Banco Central (BC), principalmente por meio do Comitê de Política Monetária, o famoso COPOM.

A cada 45 dias, o COPOM se reúne para definir, dentre outras coisas, qual será a taxa básica de juros do país para os próximos 45 dias. Essa taxa é mais conhecida como Selic.

Controle da inflação

Esse controle da taxa de juros do país é justamente um dos mecanismos de política monetária mais utilizados para o controle da inflação.

Sabe aquela sensação de que as coisas estão mais caras e que o dinheiro que você ganha não dá mais para comprar tudo o que comprava há alguns anos?

Esse é justamente o efeito da inflação na economia de um país. Na medida em que a inflação aumenta, o seu dinheiro perde poder de compra, pois os produtos e serviços ficam mais caros.

Em regra, a inflação aumenta quando há um aumento na demanda por esses produtos e serviços, geralmente provocados por algo que está diretamente ligado à política : a quantidade de dinheiro em circulação.

Por incrível que pareça, ter mais dinheiro circulando pode não ser uma boa ideia, pois os efeitos negativos da inflação poderiam levar o país a uma crise.

Assim, o governo pode usar de algumas estratégias para fazer esse controle, por meio de sua política monetária, mas esse é um assunto que abordaremos mais adiante.

FOMC: o “COPOM dos EUA”

Existe um órgão nos Estados Unidos que é muito parecido com um velho conhecido nosso. Trata-se do Fomc, comitê de política monetária, que aqui pode ser comparado ao Copom. Ambos são comitês e visam ditar aspectos da política monetária nacional. 

A sigla quer dizer Federal Open Market Committee, que traduzindo livremente significaria algo como Comitê Federal de Mercado Aberto.

Trata-se de um órgão público ligado ao Federal Reserve, o Fed. Analogamente, o Fed corresponde ao nosso Banco Central do Brasil.

E uma boa forma de entender a atuação do Fomc também é por meio de uma analogia. Se compararmos ao nosso Copom, o Comitê de Política Monetária, teremos uma boa ideia dos objetivos desse órgão dos Estados Unidos.

Assim como o Copom, o Fomc é quem define a taxa básica de juros do país norte-americano. Também no mesmo formato de reunião, seus membros se encontram de tempos em tempos para fazer as avaliações.

São oito reuniões ao longo de um ano, com o objetivo de traçar os melhores rumos para a política monetária do país de forma que o Fed consiga executar um bom controle de aspectos econômicos.

A composição do Fomc talvez seja um dos aspectos mais interessantes a seu respeito. Ao total, são 17 membros participantes, dos quais 12 têm direito a voto.

Entre os que votam, está o mandatário máximo do Fed de New York,  sete conselheiros provenientes do Federal Reserve Board e mais quatro presidentes dos outros Reserve Banks dos 11 restantes.

Quais são os tipos de política monetária?

Existem dois tipos de política monetária: expansionista e contracionista. A primeira, como o próprio nome já diz, visa expandir a economia do país e, para isso, há mais dinheiro em circulação e uma maior oferta de crédito.

Se as pessoas têm mais dinheiro em mãos, elas consequentemente irão consumir mais. Logo, há um aumento da inflação.

Expansionista

A política monetária expansionista visa, essencialmente, promover o crescimento econômico de uma nação.

Para isso, o governo injeta mais dinheiro na economia, o que pode acontecer por meio do aumento da emissão de moeda ou da compra dos títulos da dívida pública.

Quando isso acontece, os bancos passam a ter uma maior quantidade de dinheiro para emprestar a seus clientes a uma taxa de juros menor.

Com uma oferta de crédito mais interessante, as pessoas físicas e as empresas podem pedir empréstimos aos bancos, fato que aumenta a quantidade de dinheiro em circulação na economia.

Consequentemente, o consumo das pessoas e os investimentos das empresas aumentam e, assim, promovem um crescimento da economia.

É por isso que esse tipo de política monetária recebe o nome de expansionista, pois, o que se espera é que haja um aumento no PIB (Produto Interno Bruto), que é um importante indicador de que a economia do país vai bem.

No entanto, nem tudo são flores em uma política monetária expansionista.

Como as pessoas têm mais dinheiro para gastar, a demanda por produtos e serviços irá aumentar, mas em um ritmo bem mais acelerado do que a capacidade de produção das empresas.

Com uma demanda maior do que a oferta, o resultado é um aumento nos preços de produtos e serviços nessa economia, ou seja, há um aumento da inflação.

Existem duas correntes doutrinárias que estudam a política monetária expansionista. A primeira delas é a corrente dos economistas heterodoxos, que a creditam que esse tipo de política monetária gera crescimento econômico e inflação.

Já a segunda corrente é a dos economistas ortodoxos, que não acreditam que uma política monetária gera crescimento econômico, mas apenas inflação.

Contracionista

Uma política monetária contracionista é o contrário da expansionista. Quando há muito dinheiro em circulação, o Banco Central, por meio do COPOM, pode aumentar as taxas de juros.

Se os juros são mais altos, a demanda por crédito junto aos bancos diminuirá, logo, haverá menos dinheiro circulando nessa economia.

Como as pessoas e as empresas têm menos dinheiro para gastar, a demanda por produtos e serviços cairá. Isso pode acabar segurando a alta dos preços e, consequentemente, mantendo a inflação sob controle.

De que forma a política monetária afeta a sua vida

Talvez você não perceba, mas a política monetária faz parte da sua vida desde sempre.

Por meio dos seus mecanismos de controle, a autoridade monetária brasileira pode injetar mais dinheiro na economia ou reduzi-lo para controlar a inflação.

Vivemos em uma sociedade capitalista, logo, o consumo é algo que se faz presente em todos os momentos de nossa vida.

Assim, se há uma menor quantidade de dinheiro circulando, os produtos e serviços podem se tornar mais acessíveis, mas será que as pessoas terão condições de consumi-los?

Por outro lado, ter mais dinheiro circulando nem sempre pode ser tão bom quanto parece. Imagine, por exemplo, a demanda por carros da marca Ferrari.

Eles já são caros por natureza, não é mesmo? Mas o que será que aconteceria se uma concessionária dessa marca recebesse, em um determinado dia, o dobro de pessoas querendo adquirir uma Ferrari? Certamente o preço aumentaria ainda mais.

O mercado, em si, é equilibrado por dois elementos bastante sensíveis: a oferta e a demanda. Se a oferta é maior que a demanda, os preços caem. Já se a demanda for maior que a oferta, os preços sobem.

Se há mais dinheiro circulando, a demanda aumentará. Entretanto, caso a oferta não acompanhe esse aumento da demanda, o resultado será um aumento na inflação e a consequente perda do poder de compra do dinheiro.

É por isso que o Banco Central é tão importante em nossas vidas. Graças às políticas monetárias adotadas por esse órgão, o Brasil tem passado por um período de controle da inflação, que tem se mantido sob controle nos últimos anos.

A política monetária e os seus investimentos

Quem investe ou está pensando em começar a investir, certamente precisa ter atenção quanto a política monetária adotada pelo Brasil.

Como a maioria dos investimentos, principalmente os de renda fixa, estão ligados de alguma maneira às taxas de juros praticadas no país, o rendimento dessas aplicações pode variar de acordo com o movimento da economia.

Em tempos de juros baixos, por exemplo, as aplicações de renda fixa costumam render um pouco menos. Isso acaba promovendo um movimento dos investidores, que costumam migrar para a renda variável.

Por isso, quem investe deve sempre se atentar ao noticiário econômico para verificar se o momento não pede uma mudança de estratégia.

Quer saber mais sobre tapering e os impactos nos seus investimentos converse com um assessor da EQI Investimentos.