Após seis anos de investigação, a Suíça concluiu o caso de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras. O Ministério Federal de Assuntos Públicos de Berna desistiu do caso, alegando que Costa havia sido condenado e concluiu um acordo no Brasil, mas acabou confiscando US$ 1 milhão do brasileiro. As informações são do colunista Jamill Chade do UOL.
No Brasil, Costa foi preso em março de 2014 e alguns dias depois, o banco suíço Cramer&Cie revelou às autoridades de Berna que havia registrado movimentações de um brasileiros. Diante dos dados, o Ministério Público da Suíça iniciou uma investigação em abril e, menos de quatro meses depois, o ex-executivo reconheceu seu envolvimento na corrupção.
Após abril, vários bancos revelaram que Costa teria contas privadas na Suíça, incluindo bancos tradicionais como o Royal Bank of Canada, PKB Privatbank, Julius Bär, HSBC e Lombard Odier & Cie SA. Para disfarçar seus recursos, ele criou nove empresas de fachada para gerenciar formalmente esses recursos. Segundo os suíços, o objetivo dessas empresas é “com o propósito de realizar transferências corruptas e ocultar bens resultantes de delitos de corrupção de acordo com a lei suíça”.
Depois disso, Costa optou por um acordo de delação premiada, e concordou em devolver aproximadamente US$ 23 milhões encontrados em bancos suíços.
No entanto, os Ministério Público disse que isso nem sempre depende da cooperação dos bancos. Nos últimos dois anos, apenas 11 das 20 instituições notificaram a existência e o congelamento de contas, outros agem somente depois que o procurador entrar com uma ação.
As autoridades suíças dizem que não encontraram evidências de que intermediários financeiros nos países europeus tenham cometido atos ilegais ou crimes para esconder ativos. Nos últimos seis anos, a Agência de Controle do Sistema Financeiro (FINMA) avaliará mais de 25 bancos e seus relacionamentos com o Brasil, sendo que, quatros foram multadas por não controlarem a lavagem de dinheiro e a Justiça também iniciou uma investigação.
No final da investigação, os suíços usaram o argumento de que a Costa, já condenada no Brasil, não poderia ser julgado novamente na Suíça. Mesmo assim, Berna decidiu confiscar US$ 1 milhão do ex-diretor da Petrobras, que foram deixados na Suíça para arcar com os custos legais.





