O Indicador do Clima Econômico da América Latina (ICE), também conhecido como Sondagem da América Latina, caiu 1,6 ponto entre o 4º trimestre de 2021 e o 1º trimestre de 2022, com a manutenção de uma tendência negativa registrada no período anterior. Anteriormente, o indicador tinha apresentado cinco altas consecutivas depois de atingir o menor valor da série histórica, com 41,7 pontos, no 2º trimestre de 2020.
Os dados foram publicados, nesta quinta-feira (24), pelo FGV-Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas).
Segundo a pesquisa de Sondagem da América Latina, a queda foi influenciada pela piora das avaliações sobre a situação atual do sub-continente.
O Índice da Situação Atual (ISA) recuou 5,7 pontos no trimestre, ao passar de 58,0 pontos para 52,3 pontos entre as duas últimas sondagens. O ISA está na zona desfavorável desde o 2º trimestre de 2012, uma situação que explica o lento crescimento da região após o ciclo de alta dos preços das commodities.
Enquanto que o Índice de Expectativas manteve-se na zona favorável ao subir 3,5 pontos no mesmo período, para 108,6 pontos.
Sondagem América Latina: resultado por países
A tabela abaixo apresenta os países ordenados da maior para a menor variação, em número de pontos, da Sondagem da América Latina entre o 4º trimestre de 2021 e o 1º trimestre de 2022.
O ICE subiu em apenas dois países neste período, a Argentina e o Uruguai. A alta do ICE argentino foi motivada por avanços tanto do ISA quanto do IE deste país. No Uruguai, houve piora nas expectativas e melhora na avaliação atual. Mesmo com o avanço no trimestre, o ICE da Argentina continua na zona desfavorável.
A Colômbia apresentou o maior recuo, de 28,2 pontos, mas o ICE continua favorável. Além da Colômbia e do Uruguai, o ICE continua acima dos 100 pontos no Paraguai. O ICE do Brasil recuou 2,8 pontos e agora é o menor da região: 60,6 pontos.
Previsões para o crescimento do PIB em 2022
A pesquisa do FGV-Ibre também apresentou dados sobre a expectativa de crescimento do PIB dos principais países da América Latina.
O crescimento para 2022 foi revisto para cima na Colômbia, Bolívia e Uruguai. A diferença nas revisões para baixo foram menores do que 0,2 ponto percentual para o Paraguai, Equador, Argentina e Chile.
No Peru, o crescimento esperado diminuiu de 3,5% para 2,7% e no Brasil, de 1,8% para 0,7%. O Brasil lidera a lista dos países com menor crescimento projetado para 2022.
De acordo com os economistas do FGV-Ibre, a melhora das condições macroeconômicas internas e a diminuição dos casos de covid foram os fatores responsáveis por ampliar a perspectiva de crescimento na região. Em alguns países, a diminuição das restrições à mobilidade foi destacada, como no Paraguai, Argentina, Colômbia, Equador e Uruguai.
Em contrapartida, os fatores políticos podem prejudicar o desempenho econômico do sub-continente, principalmente no México, Argentina, Equador, Peru, Chile e Brasil. Haja vista que na Argentina e no Brasil, a piora macroeconômica vem junto da piora na política.