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Resultados das empresas na pandemia: confira os pontos de atenção

Resultados das empresas na pandemia: confira os pontos de atenção

A temporada de balanços do segundo trimestre acabou de começar, e os dados prometem trazer algumas respostas para os investidores.

A temporada de balanços do segundo trimestre acabou de começar, e os dados prometem trazer algumas respostas para os investidores.

Afinal, depois de tantos meses de pandemia e isolamento social, ficou claro que o impacto sobre os negócios foi significativo, mas ainda não se sabe o quanto.

Com os dados em mãos, o mercado poderá calibrar – pelo menos em partes – as suas expectativas para o restante de 2020.

Confira quais são os principais pontos de atenção desta temporada de balanços:

Dívidas e cortes de custos

Um tema que vai ser destaque em todos os setores será a capacidade de adaptação demonstrada pela gestão das empresas. Ou seja, a rapidez com que o corpo executivo de cada companhia conseguiu conter os custos e reduzir as despesas para preservar o fluxo de caixa.

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“A gestão adaptativa é condicionante de valor para a empresa e consequentemente para a ação desta empresa”, afirma Lucas Carvalho, da Toro.

Além disso, o endividamento das empresas vai ficar no radar. Isso porque várias empresas acessaram linhas de crédito e emitiram títulos de dívida de longo prazo durante a pandemia para se manterem capitalizadas.

Neste sentido, iniciativas para alongamento da dívida serão bem recebidas, assim como renegociações de pagamento com fornecedores.

Eventuais anúncios de redução de salários de diretores e membros do conselho de administração também serão bem avaliados pelo mercado.

“Mais importante do que analisar o trimestre que já passou será avaliar quais companhias conseguiram aplicar boas estratégias no pior período da pandemia no país, se adaptar ao novo cenário (cortando custos e despesas, por exemplo) e ainda capturar resultados positivos”, resumiu a Rico hoje em relatório.

Exportadoras são destaque

As empresas exportadoras podem ser um destaque na temporada de balanços, e também devem ser monitoradas de perto. Isso porque o dólar teve uma forte apreciação nos últimos meses, favorecendo a geração de receitas dessas empresas em reais.

O movimento promete beneficiar balanços dos frigoríficos, da Vale, da Petrobras e do setor de papel e celulose.

A Vale foi uma das empresas que mais se valorizaram na B3 no período da pandemia, com alta de cerca de 12%. No mesmo período, as outras empresas de siderurgia e mineração ficaram no campo negativo.

Isso ocorreu devido à grande exposição dos negócios da Vale ao mercado chinês. Ao mesmo tempo, o preço do minério de ferro ficou firme durante a pandemia, beneficiando a mineradora.

Outra empresa que deve mostrar resultados fortes é a Suzano, beneficiada pelo maior equilíbrio entre demanda e oferta de celulose, segundo Carvalho.

O analista de ações da Rio Bravo, João Dibo, também espera resultados fortes nos setores de alimentos, papel e celulose e mineração. Além disso, os setores regulados também devem ter bons números, já que contam com contratos que garantem maior estabilidade das receitas.

Balanços dos bancos

O setor bancário vai ser outro destaque da temporada de balanços. Os analistas acreditam que podem ocorrer surpresas positivas porque que os bancos dos Estados Unidos divulgaram bons números recentemente.

De acordo com Flávio Franco, da mesa de operações da EQI, é esperado que os balanços dos bancos mostrem um elevado nível de provisionamento para devedores duvidosos (PDD). “Quando surgiu a pandemia, os bancos começaram a fazer um PDD alto”, explica.

No entanto, isso deve ser bem recebido pelo mercado, já que é sinal de cautela e responsabilidade. Segundo ele, o único que foi mais sutil neste movimento foi o Santander (SANB3), enquanto Itaú (ITUB4) e Bradesco (BBDC3) foram mais agressivos.

Resultados do e-commerce

Por enquanto, o mercado espera resultados fortes para as empresas de e-commerce. Papéis como Magazine Luiza (MGLU3), Via Varejo (VVAR3) e B2W (BTOW3) são os grandes destaques da bolsa brasileira neste ano.

Os balanços devem vir para confirmar esta visão positiva do mercado. Deve ficar mais claro se as vendas físicas dessas redes de lojas conseguiram ser totalmente compensadas pelas vendas online.

Na temporada de balanços, é importante o investidor ficar atento aos resultados. Isso porque uma eventual decepção do mercado em relação aos balanços pode levar a uma correção dos papéis.

Impacto do distanciamento social

O lado mais negativo desta temporada deve ficar por conta das empresas mais expostas a serviços. Isso porque são as que mais sentiram o distanciamento social.

Entre elas, a Rico destaca as empresas de varejo de vestuário (Lojas Renner, Hering e C&A), as administradoras de shopping centers (Iguatemi, Multiplan e BR Malls), as companhias aéreas (Azul e Gol), e a empresa de turismo, CVC.

Retomada continua obscura

Apesar de os balanços trazerem mais clareza sobre os impactos da pandemia, ainda não será o suficiente para responder a todas as dúvidas do mercado.

Segundo o CEO da Planner, Alan Gandelman, ainda será muito difícil traçar um cenário para o futuro. “A grande dúvida continua a ser sobre o ‘novo normal’. Por exemplo, não sabemos se os shoppings continuarão a ser o que foram”, explica.

Um dos problemas é que os números do segundo trimestre vão incluir apenas uma pequena parte de reabertura de lojas.

“Ainda vai ser muito difícil ler os balanços, pois não teremos ainda um quadro de como será uma retomada”, destaca.