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Renda variável: oportunidades em meio à Selic de 15% e cenário global tenso

Renda variável: oportunidades em meio à Selic de 15% e cenário global tenso

Apesar da taxa Selic em níveis historicamente altos — atualmente em 15% — e das tensões geopolíticas internacionais, como o conflito entre Irã e Israel, o cenário para a bolsa brasileira pode apresentar mais oportunidades do que parece. Essa foi a principal mensagem da live mensal de renda variável realizada pela EQI Investimentos na última quinta-feira (26), com a participação do analista de produtos Thiago Freire e mediação do assessor de investimentos Alcides José Braga Junior, da equipe de renda variável da casa.

“O mercado já havia precificado uma Selic de 16,5%. Quando a expectativa recua para 15%, isso é um alívio — é benéfico para o mercado”, explicou Alcides. Segundo ele, esse ajuste nas projeções de juros, somado à entrada de capital estrangeiro, ajudou a explicar a recente valorização da bolsa, que se aproximou dos 140 mil pontos.

Thiago Freire e Alcides José Braga Junior. Foto: Reprodução/Youtube

Renda variável: juros altos são problema ou oportunidade na bolsa?

Thiago Freire reforçou que, mesmo em um ambiente de juros elevados, há setores e empresas na bolsa que se beneficiam.

“Empresas como Itaú, Caixa Seguridade e Ambev são bons exemplos. São cases de geração de caixa, baixa alavancagem e boa governança. Isso garante resiliência mesmo em ciclos de crédito mais caros”, apontou o estrategista.

empresas da bolsa que se beneficiam com juros altos: oportunidades na renda variável

Segundo ele, o que muitos investidores esquecem é que, quando o preço de uma ação cai, mas a qualidade da empresa permanece, o retorno esperado (earning yield) aumenta — ou seja, “você compra mais lucro por real investido”. “É como comprar um imóvel barato que continua rendendo um bom aluguel”, comparou.

o que é earnings yield: oportunidades na bolsa na renda variável

Renda variável em meio ao caos

O cenário internacional também foi pauta da conversa. A escalada do conflito no Oriente Médio fez o preço do petróleo disparar — o barril do Brent chegou a subir mais de 10%. No entanto, o impacto sobre a bolsa brasileira, embora real, tem sido limitado.

“A Petrobras subiu com o petróleo e caiu quando o conflito esfriou. Mas o mercado já está absorvendo essas notícias com menos intensidade”, comentou Alcides.

Essa relativa resiliência, segundo os especialistas da EQI, se dá em parte porque o Brasil voltou ao radar dos grandes investidores globais.

“Os estrangeiros estão voltando. O fluxo está positivo. O Brasil aparece como oportunidade: empresas boas e baratas, e uma das maiores taxas de juros reais do mundo”, explicou Freire.

Proteção e estratégia para o médio prazo

A dupla também falou sobre como montar uma carteira de investimentos que se proteja de oscilações — especialmente em ano pré-eleitoral.

“Existem mecanismos de proteção em renda variável que permitem limitar perdas e, ainda assim, capturar parte da alta do mercado. É como contratar um seguro para o carro: ninguém quer sair da concessionária sem um”, explicou Alcides.

Para quem busca segurança adicional, Freire sugeriu uma combinação de ativos. “Ouro dolarizado é uma ótima proteção para momentos de crise. Ele tende a subir quando as bolsas caem, e mantém valor ao longo do tempo.”

Ciclos econômicos: a chave da estratégia

A live ainda destacou a importância de entender os ciclos econômicos e monetários para fazer boas escolhas.

“É nisso que os grandes investidores globais se baseiam. Compram na baixa, quando todos estão pessimistas, e vendem quando o otimismo já está precificado”, disse Freire, citando o clássico conselho de Benjamin Graham: “O investidor inteligente é um realista que vende para os otimistas e compra dos pessimistas.”

Para o analista de produtos da EQI, o momento atual representa uma “janela de oportunidade”.

“Tem muita empresa boa barata. A inflação está cedendo, e o próximo passo deve ser a queda da Selic”, afirmou. Quem se posicionar agora, pode colher bons frutos.