Assista a Money Week
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Notícias
Relação petróleo-ouro pode dar dicas sobre o preço internacional do petróleo

Relação petróleo-ouro pode dar dicas sobre o preço internacional do petróleo

Para saber os rumos dos preços do petróleo, as analistas do Morgan Stanley acreditam que “vale a pena observar a relação entre duas das commodities mais negociada do mundo”, em artigo publicado nesta terça-feira (14) no site CNBC.

“A proporção petróleo-ouro tem sido historicamente um fraco indicador dos preços futuros do petróleo”, disseram Martijn Rats e Amy Sergeant, do Morgan Stanley, em nota de pesquisa publicada na segunda-feira.

Os contratos futuros de petróleo tendem a ser sustentados durante períodos de alta inflação, enquanto o ouro é tradicionalmente usado como proteção contra a inflação.

Assim, os preços de um e outro tendem a coincidir na alta e na baixa.

Isso historicamente. Mas o mundo vive agora um momento diferente. Há muita incerteza.

Publicidade
Publicidade

A relação

A relação entre petróleo e ouro ilustra quantos barris de petróleo são necessários para comprar uma onça de ouro.

Fazendo um cálculo bruto, pela cotação fechada na terça-feira (14) seriam necessários 42,27 barris de petróleo Brent, negociados para setembro a US$ 42,90.

Uma onça de ouro está cotada a US$ 1.813,40.

No caso do petróleo WTI, cotado a US$ 40,29 para agosto, seriam necessários 45,01 barris.

Variação dos preços

“Atualmente”, diz o artigo da CNBC, “os futuros do petróleo Brent caíram 35% no acumulado do ano, no seu pior ano desde 2015. Em contraste, os futuros de ouro à vista ganharam quase 19% este ano, no caminho para o seu melhor ano desde 2010”.

Como resultado, o banco norte-americano disse que a proporção petróleo-ouro está sendo negociada atualmente em seu 99º percentil desde 1980, apesar da recuperação no final de abril.

A dupla de analistas explicou que, quando expresso em onças de ouro, o preço atual do petróleo fica “amplamente equivalente” à baixa observada em 1986 e cerca de 20% mais barata que no início de 2016.

Portanto, “para que a relação petróleo-ouro retorne à sua mediana histórica, os preços do petróleo deverão subir (aproximadamente) 160%”, disseram, observando que os preços do ouro deveriam ficar inalterados, o que é praticamente impossível.

“Nesse cenário, os preços do petróleo podem continuar subindo, especialmente se os fundamentos de baixo para cima também apontarem nessa direção.”

Ouro mais valorizado

O ouro é tido como porto-seguro em tempos de crise.

No começo de 2020, houve um clima de tensão no Oriente Médio, por conta das tensões militares e diplomáticas entre os Estados Unidos e o Irã.

Na época, o Goldman Sachs assegurou que o metal precioso oferece um hedge mais eficaz do que o petróleo durante a crise.

Naquele momento, a imprensa anunciava o cenário dessa forma: “o ouro vem da maior valorização anual desde 2010, impulsionada por um dólar mais fraco, juros reais mais baixos e impacto da guerra comercial (entre China e EUA) sobre o crescimento global”.

A crise resultante do ataque de um drone contra Qassem Soleimani levou o mundo a imaginar uma guerra de proporções maiores, o que, naquele cenário, reduziu o apetite por risco e aumentou a demanda por ativos mais seguros.

O começo do ano, com todo esse cenário pré-pandêmico e de guerra comercial e militar, o ouro comemorava US$ 1.570 a onça.

No ano, porém, a alta acumulada é de 18,05%

Enquanto isso, o petróleo Brent já perdeu 34,64% do seu valor e o WTI, 33,62%.