As empresas listadas em bolsa têm recorrido a programas de recompra de ações como uma estratégia importante em um ano marcado por dificuldades no mercado de capitais.
Até agosto deste ano, 53 programas de recompra foram anunciados, um aumento expressivo em relação aos 35 anúncios realizados em todo o ano de 2023. Empresas como Suzano (SUZB3), Moura Dubeux (MDNE3) e Log Commercial Properties (LOGG3) lideram esse movimento, com recompras que variam de 500 mil a 200 milhões de ações, totalizando 1,2 bilhão de papéis, um crescimento de 50% em comparação a 2023.
O que é a recompra de ações?
A recompra de ações ocorre quando uma empresa decide adquirir de volta suas próprias ações que estão em circulação no mercado. Após a recompra, essas ações podem ser canceladas, o que diminui a quantidade de ações disponíveis no mercado.
Outra possibilidade é que as ações sejam utilizadas em programas de remuneração de executivos e funcionários, o que também ajuda a alinhar os interesses entre a gestão e os acionistas.
Por que a recompra de ações é considerada uma sinalização positiva?
Quando uma empresa decide recomprar suas ações, o mercado interpreta essa decisão como um sinal de que a administração considera que seus papéis estão subvalorizados, ou seja, negociados a um preço abaixo do que seria “justo”.
Isso pode transmitir confiança ao mercado, sugerindo que a empresa acredita em seu próprio potencial de valorização e na solidez de suas operações.
Denys Wiese, estrategista da EQI Investimentos, destaca que a recompra de ações é um “forte indicativo da visão positiva da administração em relação ao futuro da companhia”.
Além disso, ao reduzir a quantidade de ações em circulação por meio do cancelamento dos papéis recomprados, a empresa aumenta o lucro por ação (LPA), já que o mesmo montante de lucro é dividido entre um número menor de ações.
Esse ajuste nos indicadores financeiros pode atrair investidores, pois os papéis passam a parecer mais atraentes em termos de rentabilidade.
Vantagens para o investidor
A recompra de ações oferece várias vantagens aos acionistas. Em primeiro lugar, a redução do número de ações disponíveis no mercado tende a valorizar os papéis, beneficiando os investidores que mantêm suas participações. Com menos ações em circulação, o valor das ações remanescentes tende a subir, o que reflete diretamente no aumento do valor da participação do acionista.
Além disso, as recompras também podem indicar que a empresa está em uma posição financeira sólida, com recursos disponíveis para investir em si mesma. Esse fator é visto com bons olhos pelo mercado, especialmente em momentos de incerteza, quando empresas buscam demonstrar solidez e compromisso com seus investidores.
Outro ponto a considerar é a melhora nos indicadores financeiros da empresa. Com a recompra de ações, métricas como o lucro por ação (LPA) e o retorno sobre o patrimônio (ROE) podem melhorar, tornando a empresa mais atrativa para investidores em busca de bons fundamentos.
Você leu sobre recompra de ações. Para investir melhor, consulte os e-books, ferramentas e simuladores gratuitos do EuQueroInvestir! Aproveite e siga nosso canal no Whatsapp!
