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Quem foi Bernie Madoff? Maior fraude da história vira série

Quem foi Bernie Madoff? Maior fraude da história vira série

Mesmo se Deus enviar um prospecto, cheque as referências. Essa frase é uma das introdutórias da série documental “O golpista de Wall Street”, sobre o financista Bernie Madoff, disponível na Netflix. Mas, afinal de contas, quem foi Bernie Madoff?

Para início de conversa, podemos adiantar que ele foi o responsável pela maior fraude financeira da história dos Estados Unidos. Você deve saber que o Tio Sam é o maior mercado do mundo, para praticamente todo tipo de negócios, dentre os quais investimentos.

Outra cena eletrizante do documentário, também nos primeiros minutos, é quando um dos investidores relata o momento em que conheceu o personagem em um resort no sul dos EUA. Ao conversar sobre o encontro, inusitado, percebeu-se que Madoff não olhava nos olhos de seus interlocutores.

Ao longo da série o espectador poderá observar que o financista não desviava apenas o olhar. Foram US$ 64 bilhões literalmente roubados.

Imagem mostra uma nota de dólar, uma mão algemada a ela e uma lupa.

Mas, quem foi Bernie Madoff?

Bernie Madoff nasceu em Nova York em 1938 e faleceu na Carolina do Norte em 2021. Sua empresa, constituída em Wall Street e que operou por mais de 20 anos, era considerada referência entre corretoras, bancos, empresários, executivos, investidores e quem mais ouvisse falar acerca do retorno de seu fundo.

Em um mercado onde a média era, e é, 8%, ele reportava lucro na casa dos 12% e quase ninguém considerava estranho, atípico e arriscado. Poucos foram os que levantaram a voz para denunciar, mas como o “príncipe” tinha sua imagem ilibada, até então, era mais fácil vê-lo como um midas moderno, uma espécie de guru dos investimentos.

De certa maneira, o mercado financeiro é assim: está sempre em busca dos “iluminados”, aqueles que entre uma piscadela e outra conseguem enxergar o que supostamente ninguém mais vê. Mas isso é pura ilusão. Corretoras sérias são erguidas debaixo de muito esforço, estudo, gente qualificada e horas a fio de análises técnicas e fundamentalistas.

Essa é, inclusive, uma das razões pelas quais influenciadores conseguem arrebanhar milhares de seguidores, pois apresentam fórmulas mágicas, caminhos fáceis, retornos “garantidos”, quando, na verdade, o mercado é feito por quem vive o mercado. E há intempéries diariamente.

Foto de Bernie Madoff. Reprodução/Wikipedia
Reprodução/Wikipedia

Como foi construída a carreira de Madoff?

Um dos pontos mais interessantes na trajetória de Madoff diz respeito à sua passagem pela Nasdaq, segunda maior bolsa dos EUA, voltada à tecnologia, onde foi coordenador-chefe do mercado de valores.

Antes disso, ele foi corretor de ações, e formador de mercado, além de membro ativo da National Association of Securities Dealers (NASD), organização autorregulada na indústria de ativos financeiros do país.

Quando partiu para empreender, seu grupo obteve, com o passar dos anos, duas áreas separadas: Bernard Madoff Investment Securities LLC, com as funções de corretor de bolsa (broker) e formador de mercado em ações norte-americanas (market maker), onde trabalhava a maioria do pessoal; e a área de Investment Advisory, foco de toda a fraude.

Nesta última ele realizava os investimentos para hedge funds como o Fairfield Sentry, Kingate ou Optimal (grupo banco Santander). E para manter sua fraude às escondidas, a equipe de auditores das empresas de Madoff trabalhava em um pequeno escritório, isolado. Ou seja, ele sabotava um dos principais grupos de trabalho em uma organização como essa.

Quem foram as vítimas de Madoff?

Além de inúmeros investidores individuais, o The Wall Street Journal destaca algumas empresas e organizações:

  • Fairfield Greenwich Advisors, 7,5 bilhões de dólares;
  • Tremont Capital Management, 3,3 bilhões de dólares;
  • Banco Santander, 2,87 bilhões de dólares;
  • Bank Medici, 2,1 bilhões de dólares;
  • Ascot Partners, 1,8 bilhão de dólares;
  • Access International Advisors,1,4 bilhão de dólares;
  • Fortis, 1,35 bilhão de dólares;
  • Union Bancaire Privée, 1 bilhão de dólares;
  • HSBC, 1 bilhão de dólares.

E existem outros mais, elencados pelo jornalão:

  • Natixis AS;
  • Carl J. Shapiro;
  • Royal Bank of Scotland Group PLC;
  • BNP Paribas;
  • BBVA;
  • Man Group PLC;
  • Reichmuth & Co.;
  • Nomura Holdings;
  • Aozora Bank;
  • Maxam Capital Management;
  • EIM AS;
  • AXA SA.

Como ocorriam as fraudes?

O método utilizado por Madoff é chamado esquema Ponzi. Trata-se de uma operação fraudulenta sofisticada de investimento do tipo pirâmide.

Ela envolve a promessa de pagamento de rendimentos considerados acima da média, e isso até acontece, mas à custa do dinheiro pago pelos investidores que chegaram depois.

Ou seja, não havia lucro sobre a receita da operação, mas uma avenida de mão-dupla de dinheiro. Na prática, significa dizer que o recurso que entrava hoje e deveria ser aplicado, acabava seguindo para pagar “lucro” a investidores que já estavam no fundo, cuja data de aferição para reembolso vencia.

O próprio Madoff confessou toda a operação em meados de 2019 e a promotoria afirmava, em julgamento, que o esquema havia começado em 1970. A pirâmide alcançou 37 mil pessoas em 136 países ao longo de quatro décadas.

Vale lembrar que Madoff foi preso em 11 de dezembro de 2008 depois que seus dois filhos o denunciaram.

Entre as vítimas de seu esquema, além das já citadas, estão nomes famosos como o diretor Steven Spielberg, o ator Kevin Bacon, o ex-proprietário do New York Mets Fred Wilpon e o ganhador do Prêmio Nobel da Paz Elie Weisel.

De que forma ele foi descoberto?

Em certo momento, por conta da idade avançada e outros motivos, ele confessou o esquema aos filhos, que imediatamente o denunciaram às autoridades.

Entretanto, isso também está associado à crise de 2008, quando boa parte dos investidores quis resgatar o dinheiro investido e, aí, o castelo de cartas veio ao chão.

O volume dos que tentaram sacar chegava a R$ 7 bilhões, enquanto o falso empresário tinha apenas R$ 300 milhões à disposição. A conta não fechou e a casa caiu.

O resultado disso foi uma condenação a 150 anos de prisão, onde ele morreu aos 83 anos de causas naturais.

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