Descubra as 10 Maiores Pagadoras de Dividendos da Bolsa
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
Artigos
Educação Financeira
Presente de Natal do Grinch: confira coluna de Luís Moran

Presente de Natal do Grinch: confira coluna de Luís Moran

Imagine que em 2022, após 2 anos sem comemorações por causa da pandemia, seus colegas de trabalho resolvem fazer uma grande festa de confraternização no final do ano. Parte importante da festa será a brincadeira do “amigo-secreto” (ou “amigo-oculto”, se você trabalha no Rio de Janeiro). As regras são simples, o gasto máximo (que se […]

Imagine que em 2022, após 2 anos sem comemorações por causa da pandemia, seus colegas de trabalho resolvem fazer uma grande festa de confraternização no final do ano.

Parte importante da festa será a brincadeira do “amigo-secreto” (ou “amigo-oculto”, se você trabalha no Rio de Janeiro). As regras são simples, o gasto máximo (que se converte rapidamente no gasto mínimo) no presente de Natal é de R$ 100. Você até tenta escapar, mas não tem jeito, vai ter que participar.

Como costuma acontecer nesses cenários onde você está à mercê do Universo, você acaba sendo sorteado com um “amigo-secreto” que senta do outro lado do escritório, sobre quem você pouco sabe além dele torcer para o São Paulo (ele parece não gostar muito quando o assunto é futebol no café depois do almoço).

Ou, do outro lado na balança de relações sociais , seu nome é sorteado para a secretária do chefe, que entrou na empresa há 2 meses (e “conhece” você por ainda menos tempo), e ainda está no período de experiência.

O que vem em seguida já é sabido: você vai entregar (e receber) um presente neutro e impessoal, o qual terá pouco ou nenhum uso. E este é o “melhor” resultado.

Publicidade
Publicidade

15% a 20% do valor gasto nos presentes é puro despercídio

O economista Joel Waldfogel fez uma pesquisa com seus estudantes sobre os presentes recebidos durante a temporada de festas natalinas e descobriu que a maioria dos presentes que eles receberam tinham sido mal escolhidos.

Os presentes de amigos ou namorados eram melhores que os presentes recebidos de avós, mas, em média, entre 15% a 20% do valor gasto nos presentes era puro desperdício.

Agora, imagine, com o exemplo acima em mente, o presente da brincadeira de amigo secreto custando R$ 100 para quem estiver entregando, mas tendo apenas R$ 80 de valor para quem está recebendo (eu desconfio que, em casos assim, o desperdício é bem maior do que 15% a 20%). Em ambos os casos, o melhor seria não dar presentes, mas, sim, dinheiro vivo, e deixar que o presenteado escolhesse aquilo que mais lhe agrada.

Tim Hartford, colunista do Financial Times, gosta de contar essa história como um exemplo de como os economistas acabaram conseguindo uma reputação tóxica quando falam de relações humanas.

Um padre que falasse contra “os excessos comerciais do Natal” seria provavelmente aplaudido, enquanto Joel Waldfogel foi acusado de não entender “o verdadeiro espírito do Natal”.

Já que parar de dar presentes no Natal parece impossível (bem do amigo-secreto da empresa), a lição que fica é clara: 

  1. Você deve gastar menos em presentes do que o esperado;
  2. Você deve gastar mais tempo perguntando o que o presenteado deseja do que comprando;
  3. A pior coisa que você pode fazer é tentar compensar sua ignorância sobre o desejo do presenteado com mais dinheiro no presente de Natal.

Por Luís Moran, head da EQI Research

Quer investir com assertividade? Fale com a EQI! Aproveite e abra, agora mesmo, sua conta de investimentos.