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Por que as ações de tecnologia subiram com o início da guerra entre Rússia e Ucrânia? Entenda

Por que as ações de tecnologia subiram com o início da guerra entre Rússia e Ucrânia? Entenda

Na última quinta-feira (24), as tropas russas iniciaram a invasão em todo o território ucraniano. Em consequência disso, o mercado financeiro do mundo inteiro operou com forte queda, repercutindo o início da guerra. As bolsas norte-americanas, por exemplo, seguiram o mesmo caminho, mas com uma exceção: o setor de tecnologia

Após o discurso do presidente dos EUA, Joe Biden, os índices apresentam sinais de recuperação impulsionados pelas empresas vinculadas à área de tecnologia. Inclusive, a Nasdaq subiu 3,34%, a 13.473 pontos, e conseguiu a melhor marca de 2022. 

Com todos os setores em queda, o desempenho das principais techs americanas foi invejável em momento tão turbulento no mercado de ações. Confira abaixo valorização das BDRs das techs, que são negociadas na B3 (B3SA3) e replicam o índices americanos, ontem (24):

  1. Mercado Livre (MELI34) – 15,31%;
  2. Netflix (NFLX34) – 9,83%;
  3. Nvidia (NVDC34) – 9,58%;
  4. Microsoft (MSFT34) – 8,08%;
  5. Amazon (AMZO34) – 7,71%;
  6. Alphabet (GOGL34) – 6,77%;
  7. Apple (AAPL34) – 4,61%;
  8. Meta (FBOK34) – 2,32%;

Isto posto, por qual razão as empresas de tecnologia conseguem um desempenho tão bom em um ambiente tão assustador? Este artigo explica a valorização das techs mesmo com o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, que derrubaram o mercado financeiro.

Relação techs e taxa de juros

O principal motivo para as empresas de tecnologia apresentarem um resultado tão bom em um dia negativo para o mercado em geral devido à guerra se resume a isto: Taxa de Juros.

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Mas, o que isso tem haver com a guerra e as techs?

Com a iminência de uma guerra, a tendência é a atividade econômica do país reduzir para aumentar os gastos relacionados à indústria bélica. Ainda que os EUA sejam um ator indireto no conflito entre Rússia e Ucrânia, a sua participação diplomática e política pode ampliar os custos e diminuir o crescimento americano. 

Diante deste cenário, o Fed, banco central dos EUA, deve alterar a sua estratégia de alteração nos juros. Inicialmente, o mercado acreditava que a intenção da instituição era aumentar a taxa básica de juros americana para 0,5% ao ano – atualmente a taxa está em 0%. Mas, com o conflito, o entendimento é que o aumento deva ser de 0,25%.

A estratégia de aumentar os juros visa diminuir a pressão inflacionária norte-americana, que é a maior dos últimos 40 anos. Em 2021, a inflação fechou na casa dos 7%. 

Os juros mais baixos têm a função de estimular a economia, principalmente em crises econômicas e até mesmo guerra. 

As ações das empresas de tecnologia têm o crescimento inversamente atrelado à taxa de juros. Isso ocorre porque essas companhias, frequentemente, recorrem a empréstimos bancários para investir em novos produtos e ampliar a divulgação de vendas. 

“As empresas de tecnologia possuem um balanço um pouco mais alavancado, fazem mais dívidas para financiar seu rápido crescimento. Então, se os juros sobem, o resultado operacional dessas companhias piora”, explica Jerson Zanlorenzi, responsável pela mesa de renda variável e derivativos do BTG Pactual digital. 

Com a expectativa de uma guerra, o mercado avaliou que o Fed deve maneirar no aumento da taxa de juros. Fato que beneficia as empresas de tecnologia. Aline Cardoso, head da EQI Research, explica com mais detalhes essa relação. 

“Mesmo quando o mercado abriu em queda na quinta-feira (25), era muito interessante que os papéis de tecnologia já estavam subindo. Se tem guerra no mundo, você tem naturalmente crescimento global menor e, por consequência, as chances do Fed subir juros diminuem. Então ontem foi possível ver uma rotação, especialmente de commodities e bancos, para papéis de tecnologia”.

Dicas para investir em empresas de tecnologia

Além da opção de comprar os BDRs, a B3 oferece outras formas para investir em empresas de tecnologia, como por exemplo os ETFs. Essa é uma modalidade de investimento de renda variável que é formada por um fundo índice ou fundo de investimento construído por uma corretora. 

O ETF pode ser de renda fixa ou renda variável e tem, necessariamente, uma gestão passiva. Em outras palavras, a sua composição segue o índice, não as preferências de um gestor. Os ETFs costumam ter pelo menos 95% do seu patrimônio no índice e o restante em posições compradas no mercado futuro, por exemplo.

Veja abaixo cinco opções de ETFs de empresas de tecnologia: 

WRLD11

Contém mais de 9 mil empresas e replica um ETF estrangeiro, o VT (Vanguard Total World Stock). esse ETF segue um fundo de índice estrangeiro — que, por sua vez, segue o índice FTSE Russell Global All-Cap. No VT, você encontra Apple, Microsoft e Amazon na maior parte da composição.

USTK11

O USTK11 replica um ETF estrangeiro, o VGT (Vanguard Information Technology). Esse ETF é composto por mais de 350 companhias americanas. Além disso, ele segue o índice MSCI US IMI Information Technology 25/50, que busca aproveitar o desempenho subsetores da tecnologia, desde empresas de pequeno porte a mega corporações.

TECK11

O TECK11 replica o NYSE FANG, que representa empresas como Facebook, Amazon e Netflix e Google, além de Tesla, Nvidia, Twitter e outras.

NASD11

Acompanha o desempenho das maiores empresas da Nasdaq, uma das bolsas americanas, por meio do NASDAQ 100 Index. Além do índice da bolsa de tecnologia americana, ele tem ações de empresas tradicionais do setor, como Amazon, Alphabet e Microsoft, Intel e PayPal.

TECB11

Além das empresas americanas, há uma opção para investir em companhias brasileiras de tecnologia com o ETF do BTG Pactual (BPAC11), que é Tech Brasil (TECB11). Ele replica o índice Ações Tech Brasil, que é uma carteira de organizações com sede — ou, pelo menos, com as suas operações mais importantes — em território brasileiro. As empresas com maior peso no fundo são: Mercado Livre, PagSeguro e Stone.

TEQI11: O ETF do EQI Asset

Para ampliar a lista de recomendações de investimentos atrelados a empresas de tecnologia, vamos falar rapidamente de um ETF preparado pela equipe da EQI Asset, o TEQI11. Ele tem como referência o Nasdaq 100, porém a intenção não é apenas acompanhá-lo, mas de ultrapassá-lo. 

O Nasdaq 100 é um dos índices mais famosos do mundo, sendo composto pelas 100 maiores empresas não-financeiras listadas na bolsa de valores Nasdaq – que é uma bolsa especializada em empresas de tecnologia.

Deste modo, a EQI Asset estudou de forma fundamentalista as principais empresas de tecnologia com o maior potencial de crescimento, principalmente os papéis mais desconhecidos do grande público. Afinal de contas, até mesmo gigantes do setor, como a Amazon e Apple, já foram encaradas como apostas arriscadas.

https://youtu.be/iAKb0epFYDo