A One Innovation, fundada pelo empresário paulista Milton Goldfarb, retomou seu processo de abertura de capital em julho deste ano. Embora a companhia não tenha nem uma década de existência, seu fundador vem de uma família veterana no mercado imobiliário.
Goldfarb também conhece os desafios que as companhias do setor costumam enfrentar na bolsa de valores. Ele participou da primeira onda de IPOs que levou dezenas de incorporadoras brasileiras para a B3 em 2007. A empresa de sua família se uniu a outra companhia dando origem à PDG (PDGR3) – que chegou a ser a maior do País em valor de mercado, em 2010, e hoje está em recuperação judicial.
Goldfarb ficou na PDG até 2013, quando deixou a diretoria de incorporações. Em seguida, fundou a One, para atuar na cidade de São Paulo.
Confira neste post mais informações sobre a companhia e seus planos com o IPO.
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Sobre a One Innovation
A incorporadora One Innovation Empreendimentos e Participações desenvolve projetos residenciais prncipalmente nas zonas Sul e Oeste da capital paulista.
A One é fruto de uma sociedade entre Milton Goldfarb e Paulo Cesar Petrin, que também foi diretor e acionista da PDG Realty. Em 2014, o GIC, fundo soberano de Cingapura, ingressou como acionista da empresa.
Até o ano passado, a One Innovation lançou 23 projetos, com Valor Geral de Venda (VGV) de R$ 1,5 bilhão. Desse total, mais de R$ 1 bilhão foi lançado entre 2018 e 2019. No primeiro semestre de 2020, a companhia não fez nenhum lançamento devido à pandemia de Covid-19.
A empresa atende principalmente famílias de classe média com renda familiar que varia de R$ 4 mil a R$ 15 mil. Mas a One também faz projetos pontuais para a alta renda.
Além dos empreendimentos construídos, a One possui terrenos já adquiridos com um VGV estimado em R$ 2,1 bilhões.
No prospecto preliminar enviado à CVM a empresa lista algumas das vantagens competitivas:
- Foco e experiência no mercado imobiliário de São Paulo, que a One considera o melhor do Brasil;
- Portfólio com projetos inovadores e voltados para várias faixas de renda, dos R$ 4 mil aos R$ 15 mil;
- Banco de terrenos sólido e estrategicamente localizado na cidade de São Paulo;
- Posicionamento como incorporadora pura, com baixo consumo de caixa.
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O IPO da empresa
Como muitas outras empresas, a One fez seu pedido de IPO no início deste ano. Porém, acabou desistindo por conta da pandemia do coronavírus. Mas a solicitação foi feita novamente à CVM no dia 17 de julho.
Conforme o prospecto preliminar da oferta, será uma emissão primária e secundária de ações ordinárias. Mas ainda não há detalhamento sobre volume a ser vendido, valores ou o cronograma.
Os bancos coordenadores da oferta são o BTG Pactual, Bradesco BBI, Santander e Caixa Econômica Federal.
A empresa registrou lucro líquido em 2019 (R$ 59 milhões) após dois anos de prejuízos. Na mesma base de comparação, a geração de caixa medida pelo Ebitda ajustado da One Innovation saltou de R$ 2,087 milhões para R$ 74,094 milhões, entre 2018 e 2019. Já a receita líquida subiu de R$ 126,3 milhões para R$ 354,4 milhões no período.
O primeiro semestre de 2020 também trouxe números positivos, em especial o lucro líquido de R$ 32 milhões. A empresa tem uma dívida líquida de R$ 60 milhões.
Os projetos da One
Atualmente, a One Innovation está executando simultaneamente 13 novos projetos. “Nossa estratégia de expansão envolve um posicionamento com foco principalmente em projetos residenciais de apartamentos compactos que entendemos ser um produto com alto potencial de demanda”, diz a empresa.
No segmento de alto padrão, há três projetos em fase de desenvolvimento e aprovação. Eles devem ser lançados no primeiro semestres de 2021. “Pretendemos lançar projetos de alta renda pontualmente quando as oportunidades de mercado se mostrarem adequadas”, dizem os dirigentes no prospecto.
Os recursos da oferta serão destinados ao pré-pagamento de empréstimos entre empresas do grupo e expansão orgânica.
Por fim, na gestão, a One Innovation tem como premissa básica não se endividar “além do necessário para o custeio das obras, de forma que se apresentarmos um bom desempenho em um empreendimento e este desempenho se traduzir em caixa através de vendas à vista ou em pagamento de curto prazo reduzimos nossa alavancagem junto aos bancos financiadores”.
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