No Brasil e no mundo instituições empresariais costumam promover um acordo comercial, quando conveniente, em que duas ou mais partes se prontificam em aportar recursos com a finalidade de iniciar uma nova operação comercial, industrial e afins.
A esse movimento é dado o nome de Joint Venture, mas, ainda assim, o conceito é bem mais aprofundado e, por conta disso, muitos investidores novatos se perguntam com certa frequência: o que é uma Joint Venture?
Acontece que o termo, cuja abreviatura é JV, constantemente estampa manchete de jornais e sites de notícias corporativas, cuja finalidade é reportar o ambiente de negócios e os principais ativos que são sempre interessantes para os traders.
Mas afinal, o que é joint venture?
Pois bem, conceitualmente podemos dizer que uma joint venture é um modelo de colaboração empresarial.
Trata-se da união de duas ou mais empresas com o objetivo de executar um projeto ou criar uma nova empresa para explorar, de maneira eficiente, alguma atividade econômica.
É muito comum que estratégias deste tipo sejam firmadas por tempo determinado, podendo ser de curta ou longa duração.
Também se pode dizer que, em alguns casos, uma JV seja implementada por tempo indeterminado, o que vai depender das condições firmadas em cada contrato.
E é justamente esse o significado do termo, cuja tradução livre seria exatamente “aventura conjunta” ou “união de risco”.
Esse movimento é originário dos contratos de navegação marítima anglo-saxões, por meio dos quais navegadores se uniam em busca do aumento dos lucros e redução dos custos do negócio.
Com o passar dos anos, o conceito avançou e foi absorvido pelas companhias ferroviárias, além de petrolíferas e mineradoras.
Chegando aos nossos dias, é um recurso precioso utilizado por companhias pequenas, médias e grandes, seja para um propósito específico de curto prazo ou para projetos complexos de abrangência internacional.
Qual o objetivo de uma joint venture?
O objetivo de uma JV se confunde com o conceito dela própria, pois se trata de um acordo de colaboração que visa a ampliação do market share, a redução de custos, o compartilhamento de tecnologias e o rompimento de barreiras comerciais, dentre outros objetivos.
Entretanto, cabe frisar que JV não é a mesma coisa de M&A. se você quiser saber mais sobre fusão e aquisição, acesse esse conteúdo.
Voltando ao objetivo da JV, é importante dizer que ela funciona como um acelerador de crescimento compartilhado, dadas as possibilidades de redução de gastos e aumento de rentabilidade. Logo, um de seus objetivos é aditivar o crescimento da organização.
Além disso, quando uma JV é bem-estruturada, também melhora a competitividade e a eficiência das empresas participantes ao unir forças em torno de um objetivo comum.
Ou seja, há uma complementaridade quando duas ou mais partes se unem em torno de uma JV, e isso é muito importante e produtivo para o mercado em que está inserida a organização.

Mas, quais as vantagens de uma joint venture?
Via de regra, as vantagens de se constituir uma JV são:
- Risco compartilhado;
- Investimento compartilhado;
- Acesso a novos mercados;
- Otimização operacional.
E quais as desvantagens de uma joint venture?
Pois bem, dentre as desvantagens podemos elencar:
- Fracasso compartilhado;
- Conflito entre os participantes;
- Desalinhamento de metas;
- Quebra de confiança.
E quais são os tipos de joint venture?
Em relação aos tipos de joint venture, podemos dizer que elas se dividem em diferentes classes, como nacionais e internacionais, temporária ou permanente, com e sem compartilhamento de capital financeiro.
Já do ponto de vista jurídico, há basicamente dois tipos: a joint venture contratual e a societária. Vamos esmiuçar cada um dos tipos:
- Joint Venture Contratual: nesta, não há a criação de uma nova empresa, ou seja, não existe personalidade jurídica nem vínculos societários. Trata-se de um modelo de parceria adotado por empresas que almejam um objetivo comum de curto/médio prazo;
- Joint Venture Societária: nesta, há a criação de uma nova empresa com personalidade jurídica própria, a exemplo de parcerias que buscam objetivos de longo prazo ou por prazos indeterminados;
Na prática, como funciona uma JV?
Esta é uma pergunta importante e podemos respondê-la esclarecendo que, em uma JV, cada um dos participantes é responsável pelos lucros, custos e despesas associados à transação.
Alguns exemplos de joint venture
Se você quer conhecer alguns exemplos de JV, podemos elencar estes:
- Portugal Telecom e Telefónica Movile (Espanha) lançaram a empresa de telefonia Vivo, em 2002;
- Volkswagen e Ford lançaram, no Brasil, em 1987, a empresa Autolatina;
- Nintendo, Gradiente e Estrela do Brasil se uniram em um joint venture para formar a Playtronic;
- PepsiCo e Ambev;
- Sony e Globosat, que resultou na criação de canais como Universal e Tele Cine;
- Unilever e Perdigão, visando a distribuição dos produtos Becel e Doriana;
É usada para internacionalização?
O recurso da joint venture também é, por vezes, utilizado para internacionalizar uma operação. Imagine que uma empresa brasileira queira entrar na China ou em algum país onde a legislação seja muito diferente da brasileira.
Neste cenário, um dos caminhos é encontrar parceiros comerciais ou uma empresa já constituída naquela nação para juntos abrirem uma nova operação cuja atividade-fim seja a pretendida pela proponente.
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