A quinta-feira abre sob boas perspectivas após a confirmação de um novo corte nos juros por parte do Banco Popular da China, que também baixou sua taxa de empréstimos para 5 anos, aumentando o crédito às empresas, ambas as medidas se somam a uma diminuição na confirmação de novos casos de coronavírus e levaram a bolsa de Xangai a fechar em firme alta de 1,84%. Neste momento os futuros em Nova Iorque operam próximo da estabilidade.
Por aqui, o otimismo global também se fez presente no Ibovespa, onde apenas 15 das 73 empresas que compõem o índice, fechando no terreno negativo. O pregão de ontem também serviu para positivar o índice no ano, agora o Ibovespa acumula alta de 0,75% em 2020. No mês de fevereiro, o acumulado é de 2,42% de alta.
A temporada de balanços segue a todo vapor e na agenda econômica, o destaque fica por conta do IPCA15, a prévia da inflação do mês de fevereiro. A expectativa da pesquisa Broadcast aponta para um leve aumento entre 0,13% e 0,30%, com mediana de 0,23%. A ancoragem da inflação e os indicadores pouco animadores, que passam desde a produção industrial até as vendas no varejo, seguem aumentando as apostas de que um novo corte na Selic começa a mudar de status: o que antes era algo visto como possível, começa a se tornar algo cada vez mais provável.
Ainda pela manhã (10h), a Petrobras promove sua teleconferência para comentar os resultados do quarto trimestre: Lucro de R$8,15 bilhões, que apesar de representar um aumento de 287% em relação ao quarto trimestre de 2018, veio um pouco abaixo das expectativas. No acumulado, o lucro de R$40,13 bilhões foi 55,7% superior aos números de 2018 e se explicam muito pelos desinvestimentos, como a venda do controle da BR Distribuidora, por exemplo.
O dólar segue sua escala sem encontrar resistência do Banco Central. A faixa dos R$4,30 obtida após intervenção direta na semana passada, já ficou para trás e ontem, a moeda chegou a bater na casa dos R$4,37 centavos em sua máxima do dia.
A semana pré-carnaval se tornou um terreno fértil para troca de farpas, picuinhas e declarações que em nada contribuem para o bem do país: ontem foi a vez do general Heleno reeditar sua rusga com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia.
Um áudio vazado do ministro, durante uma transmissão ao vivo da Presidência nas redes sociais, causou um novo desconforto entre Executivo x Legislativo, o que não chega a ser nenhuma novidade, já que esta tem sido a tônica desde que a tríade Bolsonaro, Maia e Alcolumbre foi formada.
“Nós não podemos aceitar esses caras chantagearem a gente o tempo todo. Foda-se”, disse o general Heleno na presença de Paulo Guedes e Luiz Eduardo Ramos. A fala remete à atuação de parlamentares na construção do acordo para a derrubada de vetos presidenciais no chamado orçamento impositivo”.
Ontem foi a vez de Maia rebater a declaração de Heleno, a quem classificou de “radical ideológico contra a democracia”, destacando ainda que não via necessidade de críticas ao Congresso, já que os parlamentares estavam votando o aumento de salário dele (general Heleno) como militar da reserva.
“Quero saber dele, se acha que o Parlamento foi chantageado por ele ou por alguém para votar o projeto de lei das Forças Armadas”, afirmou.
A nova lavação de roupa suja tende a piorar ainda mais o relacionamento entre as duas casas, justo no momento em que se impõe um cessar fogo, para a tramitação das Reformas, que já estão para lá de atrasadas. Este jogo só favorece à Maia, que a exemplo da Reforma da Previdência, trabalha para que os louros da aprovação, recaiam sobre a casa comandada por ele, deixando o poder executivo em segundo plano.






