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Nióbio: saiba o que é e porque esse metal é estratégico

Nióbio: saiba o que é e porque esse metal é estratégico

O nióbio tem ganhado as manchetes em todo o mundo porque trata-se de um metal muito utilizado em ligas para fortalecer o aço. Pequenas quantidades deste metal conferem maior tenacidade, resistência à corrosão e pontos de fusão mais elevados ao material, tornando-o indispensável em várias aplicações industriais.

Encontrado em uma ampla gama de produtos, desde carrocerias de automóveis até dutos instalados em gasodutos e material para reatores de usinas nucleares, o nióbio também desempenha um papel crucial em dispositivos de alta tecnologia. Ele é utilizado em motores a jato e scanners de ressonância magnética hospitalar, destacando sua versatilidade e importância para a inovação tecnológica.

No cenário atual de corrida internacional para garantir matérias-primas vitais para as tecnologias modernas, o nióbio tem atraído um escrutínio crescente por suas facetas estratégicas e geopolíticas. A produção deste metal está concentrada em poucos locais, o que aumenta a sua importância e o interesse global em assegurar fontes confiáveis.

E o nióbio ganha uma importância fundamental principalmente no contexto atual, de mudanças climáticas e buscas por energias mais limpas. A indústria automobilística, por exemplo, está mudando seu foco para utilização de carros elétricos e as baterias se tornaram material de primeira necessidade.

E o Brasil pode se posicionar bem nesse cenário. Afinal, cerca de 90% das reservas mundiais estão por aqui. O estado de Minas Gerais é um dos principais produtores e detém reservas consideradas importantes.

Vamos entender a importância e a relevância desse minério. Mas antes é preciso entender o que é esse metal.

O que é nióbio?

O nióbio, um metal de transição raro e altamente resistente à corrosão, vem ganhando destaque no cenário industrial e tecnológico mundial. Extraído principalmente no Brasil, que detém cerca de 98% das reservas globais, o nióbio é essencial em diversas aplicações que vão desde a construção de superligas para turbinas de aviões até a produção de supercondutores e dispositivos eletrônicos avançados.

O nióbio, identificado pelo símbolo químico Nb e com número atômico 41 da tabela periódica, possui características notáveis que o tornam indispensável em várias indústrias. Sua principal aplicação está na produção de aços especiais e superligas, onde é utilizado como elemento de liga para aumentar a resistência mecânica e a durabilidade em condições extremas. Essa propriedade é crucial na fabricação de componentes para aeronaves, gasodutos e oleodutos, além de estruturas de pontes e edifícios que requerem alta resistência à corrosão e ao desgaste.

Além do setor metalúrgico, também desempenha um papel vital na indústria de alta tecnologia. Ele é um componente fundamental em supercondutores, materiais que conduzem eletricidade sem resistência a temperaturas extremamente baixas. Isso possibilita a criação de equipamentos médicos avançados, como os aparelhos de ressonância magnética, e é essencial em pesquisas de física de partículas.

O domínio brasileiro sobre as reservas confere ao país uma posição estratégica no mercado global de metais. Empresas como a CBMM (Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração) lideram a produção mundial, exportando o metal para diversas nações. Em 2023, o nióbio representou uma significativa parcela das exportações brasileiras de minerais, consolidando sua importância para a economia nacional.

Tubulações fabricadas com liga de nióbio. Foto: Divulgação/CBMM

O uso do nióbio também está crescendo em setores emergentes, como o de energias renováveis. As ligas de nióbio são utilizadas em turbinas eólicas e painéis solares, contribuindo para a eficiência e durabilidade dessas tecnologias. Com a transição global para fontes de energia mais limpas, a demanda por nióbio tende a aumentar, fortalecendo ainda mais a posição do Brasil no cenário mundial.

Além disso, as ligas do metal tornam peças e componentes veiculares mais leves e resistentes, aumentando a segurança dos veículos e, consequentemente, a de sua família. Além disso, o uso do nióbio contribui para um menor consumo de combustíveis, o que resulta na redução da emissão de gases poluentes. Este metal está presente em carros, motos, ônibus, bicicletas e muito mais, demonstrando sua versatilidade e importância na promoção de um transporte mais seguro e sustentável.

Qual é o país mais rico em nióbio?

O Brasil, detentor de aproximadamente 98% das reservas mundiais de nióbio, se destaca como o país mais rico em depósitos deste metal estratégico. Essencial para diversas indústrias tecnológicas e metalúrgicas, o nióbio brasileiro é extraído principalmente em minas localizadas no estado de Minas Gerais, onde a CBMM concentra boa parte de sua produção.

A mina de Araxá, em Minas Gerais, é a maior fonte desse metal, fornecendo o metal para diversas aplicações, desde a indústria aeronáutica até a fabricação de supercondutores e componentes de alta tecnologia.

Esse insumo representa uma parcela significativa das exportações minerais brasileiras, contribuindo substancialmente para a balança comercial do país. Em 2023, as exportações de nióbio alcançaram cifras recordes, impulsionadas pela crescente demanda internacional por materiais de alta performance e tecnologias avançadas. A indústria do nióbio gera milhares de empregos diretos e indiretos, fortalecendo a economia das regiões mineradoras.

Bateria de energia contendo nióbio em sua composição
Bateria de energia contendo nióbio em sua composição. Foto: CBMM

A versatilidade é um dos principais fatores que impulsionam a demanda. Na indústria metalúrgica, ele é usado como aditivo em ligas de aço, conferindo maior resistência e durabilidade. Essas propriedades são essenciais para a construção de infraestrutura robusta e segura, incluindo pontes, oleodutos e gasodutos. Além disso, o nióbio é crucial na fabricação de supercondutores, dispositivos eletrônicos e equipamentos médicos avançados, como máquinas de ressonância magnética.

Apesar da riqueza mineral, a exploração do nióbio traz desafios ambientais que demandam soluções sustentáveis. A CBMM e outras empresas do setor têm investido em tecnologias e práticas de mineração responsáveis para mitigar os impactos ecológicos e sociais. A sustentabilidade na mineração é crucial para garantir a longevidade da indústria e a preservação dos ecossistemas locais.

Com a transição global para uma economia mais verde e a busca por fontes de energia renováveis, o nióbio brasileiro está posicionado para desempenhar um papel ainda mais importante. As ligas de nióbio são utilizadas em turbinas eólicas e painéis solares, aumentando a eficiência e a durabilidade dessas tecnologias. A expectativa é que a demanda por nióbio continue a crescer, solidificando o Brasil como o principal fornecedor mundial deste metal estratégico.

Qual é o valor de 1 kg de nióbio?

Atualmente, o preço de 1 kg de nióbio pode variar consideravelmente dependendo da sua forma e pureza, bem como das condições de mercado e acordos comerciais específicos. Mas sabe-se que atualmente esse metal está muito mais valorizado do que o minério de ferro, considerado o principal mineral extraído no Brasil.

Atualmente, o preço de 1 kg de nióbio varia entre US$ 40 a US$ 50 no mercado internacional. Este valor refere-se ao nióbio em forma de ferro-nióbio (FeNb), que é a liga mais comumente comercializada e utilizada na indústria. O ferro-nióbio contém cerca de 60-70% de nióbio puro, sendo o restante composto por ferro.

Para nióbio de alta pureza, utilizado em aplicações mais especializadas, como supercondutores e componentes eletrônicos, o preço pode ser substancialmente mais alto, refletindo a complexidade do processamento e a maior demanda por materiais com especificações rigorosas.

Vários fatores influenciam o preço do nióbio:

Oferta e Demanda: A dominância do Brasil na produção mundial de nióbio significa que mudanças na produção ou nas políticas de exportação do país podem ter um impacto significativo nos preços globais.

Aplicações Industriais: A crescente demanda por tecnologias avançadas, incluindo veículos elétricos, energias renováveis e dispositivos eletrônicos, impulsiona a demanda por nióbio de alta qualidade.

Custos de Produção: Custos de mineração, refino e transporte também afetam o preço final do nióbio. Investimentos em tecnologia de mineração sustentável e eficiência podem influenciar positivamente os custos.

Mercado Internacional: Flutuações na economia global, tarifas de importação/exportação e acordos comerciais podem causar variações nos preços.

Quem explora o nióbio no Brasil?

O Brasil, detentor da maior parte das reservas mundiais de nióbio, conta com algumas empresas-chave que lideram a exploração e produção deste metal estratégico. Entre elas, destaca-se a já citada Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), responsável por grande parte da produção global. Além da CBMM, outras empresas também desempenham um papel importante na mineração de nióbio no país.

Com sede em Araxá, Minas Gerais, a CBMM é a principal produtora mundial de nióbio. Fundada em 1955, a empresa tem sido pioneira na extração e processamento de nióbio, estabelecendo padrões internacionais de qualidade e inovação. A companhia detém a maior mina de nióbio do mundo, localizada em Araxá, que possui reservas suficientes para atender a demanda global por muitas décadas.

Focada em impulsionar inovações em seu segmento core, o siderúrgico, e diversificar sua atuação, especialmente nas frentes de baterias e nanomateriais, os aportes da empresa em seu Programa de Tecnologia totalizaram R$ 230 milhões em 2023, devendo ser ainda mais expressivos em 2024, alcançando a marca de R$ 270 milhões.

A divisão de materiais e tecnologia para baterias recebeu cerca de R$ 80 milhões em recursos no ano passado, devendo manter a estimativa para 2024. Com capacidade produtiva de 150 mil toneladas de produtos de Nióbio por ano, nível superior à atual demanda do mercado global, a CBMM espera um crescimento acelerado no setor de baterias nos próximos 5 anos, com o desenvolvimento de materiais que garantam ainda mais competitividade e qualidade.

Mineração Taboca

Mineração Taboca, subsidiária do grupo Minsur, também é envolvida na exploração de nióbio no Brasil. Embora mais conhecida pela produção de estanho, a Mineração Taboca diversificou suas operações para incluir a produção de nióbio, contribuindo para a oferta deste metal no mercado.

Anglo American

A Anglo American, uma das maiores empresas de mineração do mundo, possui operações no Brasil que incluem a produção de nióbio. A empresa controla a mina de Catalão, em Goiás, que é uma das fontes significativas de nióbio no país. A Anglo American tem investido em tecnologias de mineração sustentável e práticas responsáveis, alinhadas com os padrões internacionais de ESG (Environmental, Social, and Governance).

A mineração de nióbio no Brasil não se destaca apenas pelo volume de produção, mas também pelo compromisso com a sustentabilidade. Empresas líderes investem significativamente em pesquisa e desenvolvimento para aprimorar os processos de extração e refino, minimizando os impactos ambientais. Além disso, há um esforço contínuo para melhorar a eficiência energética e a gestão de resíduos, assegurando que a exploração do nióbio contribua para o desenvolvimento econômico sem comprometer o meio ambiente.

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