No começo, a água era morna. A pandemia cobrou seu preço. A guerra na Ucrânia piorou tudo. Os combustíveis aumentaram. Os alimentos, nem se fala. O povo pediu auxílio — e foi atendido. Parecia necessário. O fogo subiu rapidamente, e o sapo… o sapo tratou de pular para a panela ao lado.
A água, enfim, era morna novamente. Por um tempo, a sensação foi de alívio. A inflação desacelerou. Os preços pararam de subir com tanta força. Mas ninguém notou que a nova panela já vinha com o fogo aceso por baixo.
E aos poucos, o calor voltou. Os salários não acompanharam. O carrinho de supermercado seguiu caro, mas a gente se acostumou. O botijão, o aluguel, a escola, o plano de saúde — tudo mais apertado.
E mesmo assim, o sapo ficou. Afinal, não parecia tão ruim assim.
Cozinhar o sapo: quando perceber, ele já está cozido
Não era mais crise. Era só… o que sempre foi. O governo dizia que estava tudo sob controle. Falava em metas, responsabilidade, futuro.
Mas a realidade dizia outra coisa: a inflação seguia acima da meta — para o pobre e para o rico.


A perda de poder de compra já não era manchete. Era rotina. E agora, em 2025, o fogo continua — “baixo”, mas constante.
O gráfico é claro: os preços se estabilizaram num patamar mais alto. Mais alto, inclusive, que o limite máximo da meta.
E o mercado projeta inflação persistente, acima de 6% ao ano, por tempo indeterminado. E o sapo… o sapo, bem, continua na panela. Acreditou que a solução estava na escolha da panela. Se está difícil, melhor nem trabalhar.

Preocupa-se quem precisa.
Números, apenas números, disseram. Dê tempo ao tempo, reforçaram.
Tic… Tac… Quando o sapo percebeu… já estava cozido.
Na água morna, sapo cozinha sem perceber
A metáfora é boa. O sapo pula da água fervendo. Mas na água morna, cozinha sem perceber. O mais perigoso da inflação não é quando ela explode — Nessa hora, se aponta um culpado, faz-se barulho, e às vezes até se encontra uma solução.
O problema é quando ela fica ali, invisível, correndo devagar, tirando um pouco da vida todo mês. Sem alarde. Sem escândalo. Só calor.
Reduzir a meta de inflação no meio do cometa de juros baixos que nos atingiu foi um erro. Um erro difícil de corrigir. Assuma o erro. Veja as expectativas dispararem. E, como num passe de mágica, o sapo pula.
Na prática, o sapo não cozinha de verdade. Mas sofre mais. Fica tonto. Amolecido. Até que, enfim, pula para fora.
A metáfora do sapo e os investimentos
Pular para fora da panela é manter o grosso em CDI, ter uma dose saudável de IPCA+ e, na medida certa, se expor ao que se beneficia do pulo — o prefixado, as ações, os fundos imobiliários (FIIs).
É estar preparado não só para sobreviver ao calor, mas para aproveitar quando a panela ao lado receber o impacto.
O fogo, em 2025 e 2026, não tem motivo algum para abaixar.
É questão de tempo até que o sapo finalmente veja seu reflexo nas gotas que escorrem na parede da panela.
E quando ele perceber…
Ah, ele vai pular.
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Por Felipe Paletta, analista CNPI da EQI Research/EQI+