A pretensão da JBS de se mudar para o exterior e abrir capital na Bolsa de Valores de Nova York não poderá se concretizar até 2040, aponta a Folha de S. Paulo.
Isto porque a Justiça deve manter a decisão que impede a companhia de praticar qualquer ato prejudicial ao acordo de leniência assinado com o Ministério Público Federal.
Em março deste ano, procuradores denunciaram que a J&F, que controla as empresas do grupo, vinha descumprindo os temos do acordo de leniência (delação para empresas) assinado em 2017.
Eles alegam que a empresa está dificultando o acesso a documentos. Além disso, suspeitam que o processo de internacionalização visa esvaziar o acordo assinado, com o patrimônio da empresa diminuindo e ficando insuficiente para cobrir os valores acordados (cerca de R$ 11,5 bilhões).
Pelos planos da JBS, a sede da empresa seria transferida para Luxemburgo ou Holanda.
Acordo de leniência da JBS
O acordo de leniência da JBS foi firmado em 2017, no âmbito das investigações da Operação Lava-Jato. Pelo acordo, a empresa confessa a prática de crimes. E se compromete a adotar uma série de medidas para que os erros não se repitam.
Na época, a empresa admitiu que procurava obter “boa vontade” da classe política. E que, para tanto, atendia à maioria dos pedidos de dinheiro de políticos e partidos.
A JBS nega que esteja atualmente dificultando o trabalho do Ministério Público. Reforça, ainda, que a mudança de endereço da sede é estratégica para a empresa. Mas em nada visa atrapalhar o acordo de leniência.
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