Jeff Bezos, fundador, CEO da Amazon e segundo homem mais rico do mundo, teve, no início de 2019, fotos e mensagens íntimas divulgadas pelo tabloide sensacionalista National Enquire. Bezos acusou o jornal, que é aliado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de estar por trás dos vazamentos, para chantagear o bilionário. Agora, descobriu-se que quem é responsável pelo vazamento é o príncipe saudita, Mohammed bin Salman, também chamado de “MBS”.
O imbróglio todo aconteceu em janeiro de 2019, quando o tabloide vazou o caso extraconjugal do executivo da Amazon com a ex-apresentadora de TV Lauren Sánchez. O conteúdo incluía mensagens de textos e fotos íntimas trocadas entre Bezos e Sánchez. Esse foi o estopim da separação de Jeff com sua esposa, Mackenzie Bezos.
Mackenzie, escritora de romances, conseguiu o maior acordo de divórcio da história, levando perto de US$ 38 bilhões e se tornando a terceira mulher mais rica do mundo.
O vazamento
Segundo o jornal britânico The Guardian, o responsável pela invasão ao smartphone de Bezos foi o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, igualmente bilionário.
A publicação conta que os dois conversavam no WhatsApp com certa frequência e, em 1º de maio de 2018, MBS enviou ao interlocutor um vídeo que, quando aberto, entrou por uma brecha no aplicativo para liberar o spyware Pegasus no dispositivo móvel. Segundo análise forense, a mensagem criptografada do número pessoal de MBS continha um vírus que se infiltrou no celular do homem mais rico do mundo e dono do The Washington Post.
Assim, Bezos teve seu celular hackeado. Uma grande quantidade de dados foi extraída do telefone de Bezos em poucas horas, segundo fonte disse ao Guardian. Não se sabe, porém, exatamente o que foi retirado do telefone celular do dono da Amazon.
Ainda segundo o jornal britânico, a revelação que o príncipe teria envolvimento pessoal ao investigar o fundador da Amazon pode balançar Wall Street e o Vale do Silício.
Assassinato
A história segue por caminhos de filme de espionagem, com consequências geopolíticas. Em outubro de 2018, o jornalista do Washington Post e dissidente saudita, Jamal Khashoggi, foi assassinado. O crime aconteceu dentro do consulado da Arábia Saudita em Istambul, na Turquia.
Fontes anônimas da polícia turca alegaram que ele foi assassinado e desmembrado dentro do consulado. Algumas fontes informaram à imprensa que ele morreu enquanto era interrogado por agentes da família real da Arábia Saudita. Após grande desgaste diplomático, em 20 de outubro, o governo da Arábia Saudita admitiu que o jornalista morreu em uma briga, sendo estrangulado.
Um mês depois, a CIA concluiu que Mohammad bin Salman ordenou a morte de Khashoggi, causando tensões diplomáticas. Em dezembro, numa tentativa de amenizar o estrago internacional, um tribunal saudita condenou oito pessoas envolvidas no assassinato. Mas o julgamento secreto foi criticado por especialistas em direitos humanos.
Enquanto o National Enquirer afirma que o irmão de Sánchez era o responsável pelo vazamento, a investigação bancada por Bezos diz ter “grande confiança” que os responsáveis foram os sauditas.
Com informações do portal UOL.