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IPCA: puxada por gasolina, inflação avança 0,86% em fevereiro, acima da projeção

IPCA: puxada por gasolina, inflação avança 0,86% em fevereiro, acima da projeção

Indicador oficial de inflação do Brasil, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de fevereiro foi publicado nesta quinta-feira (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). E trouxe alta de 0,86%, 0,61 ponto percentual acima da taxa de janeiro (0,25%).

IPCA

Reprodução/IBGE

A projeção do mercado era por uma elevação menor, de inflação de 0,72%. Esse foi o maior resultado para um mês de fevereiro desde 2016, quando o IPCA foi de 0,90%.

No ano, o índice acumula alta de 1,11% e, em 12 meses, de 5,20%, acima dos 4,56% observados nos 12 meses imediatamente anteriores.

O maior impacto no índice veio dos Transportes (2,28%), por conta de etanol e gasolina, e a maior variação veio da Educação (2,48%). Juntos, os dois grupos contribuíram com cerca de 70% do resultado do mês.

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IPCA: gasolina é item que mais impacta o resultado

Com alta de 7,11%, a gasolina foi, individualmente, o item que mais impactou o índice no mês, com participação de cerca de 42% no resultado final (0,36 p.p.).

“Temos aumentos no preço da gasolina, que são dados nas refinarias, mas uma parte deles acaba sendo repassada ao consumidor final. No início de fevereiro, por exemplo, tivemos um aumento de 8%, e depois de mais de 10%. Esses aumentos subsequentes no preço do combustível explicam a alta”, diz o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

IPCA gasolina

Reprodução/IBGE

IPCA gasolina

Reprodução/IBGE

Além da gasolina, os preços do etanol (8,06%), do óleo diesel (5,40%) e do gás veicular (0,69%) também subiram.

Com isso, os combustíveis acumulam alta de 28,44% nos últimos nove meses. Em fevereiro, o grupo transportes teve alta de 2,28%.

Peso da educação

Já a educação (2,48%) teve a maior variação entre os grupos. O maior impacto do grupo veio dos cursos regulares (3,08%).

“Esse foi o segundo maior impacto dentro do índice do mês. Em fevereiro, nós captamos os reajustes das mensalidades cobradas pelas instituições de ensino. Além disso, verificamos que em alguns casos houve retirada de descontos aplicados ao longo do ano passado no contexto de suspensão das aulas presenciais por conta da pandemia”, explica o pesquisador.

Para BTG (BPAC11), alta já era esperada e pressiona o real

Em relatório, o BTG Pactual (BPAC11) afirma que a alta em relação a janeiro já era aguardada. E o real segue pressionado, não apenas pela inflação, mas também porque há uma aceleração da curva de contágio da COVID-19, que tem levado diversos estados a impor novas medidas de isolamento social.

Além disso, pressionam a moeda também a aprovação do pacote fiscal americano e a aceleração do rendimento dos juros de 10 anos americano. “Adicionalmente, as medidas de restrição social podem também afetar o segmento industrial, prejudicando a sua produção e reduzindo a oferta de produtos, pressionando a inflação de bens industriais”, alerta o banco.

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IPCA: de olho na Selic

O índice pede atenção do investidor. Isto porque, na semana que vem, o Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne para definir a taxa de juros básica (Selic). O controle da inflação é uma das condições do Copom para manter a Selic em seu piso histórico atual, de 2%. O mercado já trabalha com a projeção de anúncio da Selic a 2,5%.

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Revisão

Em análise, Arthur Mota, da Exame Invest, diz que o resultado de fvereiro supreendeu, suportando uma expectativa de IPCA mais pressionado no curto prazo, o que influencia no número final deste ano – “bem acima da meta de 3,75%, ainda que a preocupação maior seja a meta de 2022”.

“Apesar da expectativa do mercado de uma aceleração do IPCA na margem, ainda assim o número final supreendeu para cima”, escreveu.

De acordo com ele, o número de março deverá se mostrar igualmente pressionado, próximo de 0,80%.

Dessa forma, acrescentou, a casa revisou a projeção de IPCA para 2021 a 4,40%.

“Por fim, a leitura de hoje pavimenta o caminho para a elevação da Selic já na próxima semana, com o consenso do mercado (e nossa posição atual) precificando elevação de 0,50 ponto porcentual.”