A China vem aumentando consistentemente sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) global, em detrimento das economias desenvolvidas.
O BTG Pactual (BPCA11), em um relatório especial sobre o tema, afirma que, mantido o ritmo atual de convergência, o país asiático se tornará a maior economia global em meados da década de 2030.
Hoje, é a segunda maior economia do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.
Mas o poderio e a hegemonia norte-americana vêm reduzindo na mesma medida em que os chineses vão crescendo nos mais diversos setores da economia.
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Maior resiliência
“Desde 2006, a China é o país que mais contribuiu para o crescimento global a cada ano”, ressalta o relatório do BTG.
“De 2006 a 2018, a China respondeu por por 29,4% do crescimento global, mais que a soma de Estados Unidos (14,3%), Zona do Euro (7,6%), Reino Unido (1,9%) e Japão (2,1%)”, diz.
Além disso, o PIB chinês apresenta “maior resiliência a choques negativos como a crise de 2008 e ao que tudo indica à pandemia da Covid-19”.
Reprodução / BTG Pactual
Protagonismo no consumo
Segundo o BTG, o crescimento chinês está baseado em um processo de urbanização que tem permitido realocar trabalhadores de empregos rurais de baixa produtividade para empregos urbanos de alta produtividade.
A tendência secular de urbanização da economia chinesa tem favorecido essa realocação da mão-de-obra.
Além disso, o acelerado ganho de renda disponível favorecem um maior protagonismo do consumo, pelo lado da demanda, e dos serviços, pelo lado da oferta, no PIB chinês.
“Tudo isso cria oportunidades de investimento”, diz o relatório.
Tecnologia e varejo
O processo de convergência de renda é dinâmico e heterogêneo, segundo a análise do banco.
“Em inúmeros setores há amplo espaço para crescimento e para consolidação de mercado e ganhos de escala”, diz.
Há destaque para empresas com tecnologia e gestão mais modernas, que podem crescer aceleradamente.
Um exemplo disso é o varejo eletrônico.
Empresas como Alibaba, Tencent (de mídia digital) e Meituan Dianping são potências, com fortes resultados.
Esse é um setor onde a China já é líder global, mas onde há grande espaço de crescimento com aumento da penetração de Internet.
Além disso, a pandemia fez mudar os hábitos de consumo dos chineses, que passaram a comprar basicamente online.
As empresas chinesas já estavam preparadas para esse mundança.
Reprodução / BTG Pactual
Patentes
Vale ressaltar ainda a inovação chinesa.
A transição da mão-de-obra está calcada em inovação tecnológica.
Isso é ilustrado pelo crescimento exponencial do número de pedidos de patentes de origem chinesa.
“O país é o segundo colocado global em pedidos de patentes por unidade de PIB”, informa o relatório.
Saúde na China
Outro exemplo dado pelo BTG é o setor de saúde.
“O gasto per capita em saúde é baixo comparado à renda per capita e o envelhecimento populacional tende a impulsionar a demanda”, sublinha o relatório.
Além disso, a “China está chegando à fronteira da inovação em setores-chave como biotecnologia, telecomunicações, semicondutores e computação”.
China tem oportunidades sem paralelo
Assim, a bolsa chinesa oferece ao investidor brasileiro oportunidades “sem paralelo no mercado local”, reforça o BTG.
“A China está sub-representada no índice acionário MSCI All Countries (MSCI ACWI), principal referência para investidores globais, seja com base na participação no PIB global, seja com base na capitalização de mercado das ações chinesas em relação ao valor de mercado de todas as empresas listadas em bolsa no mundo”, analisa.
“A eventual correção destes desvios implicará fortes fluxos de compra de ações chinesas por investidores globais”.
A China responde por 16,3% do PIB global e por 10,6% da valor de mercado das ações globais.
Mas tem peso de apenas 4,9% no MSCI ACWI Index.
“Acreditamos que essa assimetria tende a diminuir no futuro com o MSCI relaxando o teto de 5% de peso para a China e o aumento de empresas chinesas listadas em bolsa em relação ao PIB, o que implicará grande influxo de capitais externos na bolsa chinesa”, segue o relatório.
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