A gestora de fundos Invest Tech protocolou pedido para fazer oferta inicial pública (IPO, na sigla em inglês) na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), segundo a Agência Estado.
A Invest Tech atua com fundos dedicados a TI e Telecomunicações, no setor de economia digital para B2B (negócio para negócio),e tem, de acordo com a agência, dispunha, em março de 2021, de aproximadamente, R$ 658,7 milhões de ativos sob gestão (AuM). A performance consolidada com os fundos é de 22,11% ao ano.
O fundo terá emissão primária. Os recursos captados vão ser utilizados na com 100% das cotas do Capital Tech II FIP. O Citi lidera a oferta, informa o Estadão, junto com o Bradesco BBI.
Com o pedido da Invest Tech a da Multilaser, anunciado nesta segunda (17), o número de ofertas em análise na CVM sobe para 28.
IPOs: setor aquecido
O mercado de capitais brasileiro viveu um verdadeiro boom de IPOs (Oferta Pública Inicial) em 2020 e segue aquecido neste ano.
Em janeiro de 2021, somente a construtora HBR Realty (HBRE3) e a empresa de logística Vamos (VAMO3) estrearam na B3 (B3SA3).
Apesar do início tímido, as oferta de ações surpreenderam positivamente o mercado em fevereiro. Isso porque 13 companhias realizaram abertura de capital ao longo do mês.
Já no mês de março não foram realizados novos IPOs. Pelo contrário, 6 empresas cancelaram seus planos de realizar seus IPOs.
O movimento de cancelamento e adiamentos continuou ao longo do mês de abril. Após várias desistências, o ano de 2021 já conta com 33 cancelamentos de IPO, ultrapassando as 25 interrupções vistas no ano passado.
Confira as empresas que já estrearam na Bolsa em 2021, são elas:
- Infracommerce (IFCM3)
- Petrorecôncavo (RECV3)
- ModalMais (MODL11)
- Boa Safra Sementes (SOJA3)
- Caixa Seguridade (CXSE3)
- GPS Participações (GGPS3)
- Mater Dei (MATD3)
- Blau Farmacêutica (BLAU3)
- Allied (ALLD3)
- Eletromídia (ELMD3)
- Orizon Valorização de Resíduos (ORVR3)
- CSN Mineração (CMIN3)
- Oceanpact (OPCT3)
- Jalles Machado (JALL3)
- Bemobi (BMOB3)
- Cruzeiro do Sul Educacional (CSED3)
- Westwing (WEST3)
- Focus Energia (POWE3)
- Mobly (MBLY3)
- Mosaico (MOSI3)
- Intelbras (INTB3)
- MPM Corporeos (ESPA3)
- Vamos (VAMO3)
- HBR Realty (HBRE3)
O valor movimentando em ofertas de ações em 2020 foi de aproximadamente R$ 112 bilhões (considerando IPOs e follow-ons). A cifra supera o recorde de 2019, quando o volume de emissões foi de R$ 90 bilhões e perde apenas para 2010, quando houve a megacapitalização da Petrobras.
Em 2019, para efeito de comparação, apenas cinco empresas realizaram IPO (Vivara, C&A, BMG, SBF e Neoenergia).
Quer entender mais sobre IPO?
Características da oferta de ações
IPO é a sigla para “Initial Public Offering”. Em português, significa Oferta Pública Inicial.
Quando uma empresa coloca parte de suas ações à venda na bolsa de valores tem como objetivo captar recursos a um custo mais barato do que um financiamento bancário, por exemplo.
Esse evento marca a primeira venda de ações de uma empresa, podendo movimentar milhões ou até bilhões em um só dia.
Com mais dinheiro em caixa, a empresa pode ampliar fábricas, expandir operações, comprar concorrentes ou até mesmo pagar dívidas.
No entanto, com IPO, as companhias precisam atender a uma série de regras de transparência e prestação de contas ao mercado e aos órgãos reguladores.
Entre as vantagens, a principal à empresa é a obtenção de dinheiro sem precisar pagar juros.