O Índice de Confiança da Construção (ICST) subiu 0,9 ponto em fevereiro, para 93,7 pontos, após ter caído no mês passado.
O levantamento é da Fundação Getúlio Vargas (FGV), e informa que a alta mensal não recuperou a perda de janeiro e manteve o indicador abaixo do patamar de neutralidade. Em médias móveis trimestrais, o índice recuou 0,5 ponto.
Coordenadora de Projetos da Construção do FGV IBRE, Ana Maria Castelo disse que entre janeiro e fevereiro não houve grandes mudanças no cenário setorial, assim, a alta da confiança no mês surpreende por refletir expectativas de curto prazo mais favoráveis.
“Houve a percepção de que o pessimismo do mês anterior foi exagerado e agora o indicador retoma um patamar que aponta cautela com a evolução da demanda nos próximos meses. O fato é que as empresas vivem um cenário de muita incerteza: juros e custos em elevação aumentam a imprevisibilidade para o setor. Provavelmente ao longo do ano, essas oscilações da confiança deverão ser recorrentes”, destacou.
E disse mais: “neste mês, a alta do ICST resultou na melhora das expectativas em relação aos próximos meses, enquanto a avaliação sobre o momento atual piorou. O Índice de Situação Atual (ISA-CST) caiu 0,8 ponto, para 89,9 pontos, menor nível desde julho do ano passado (89,4 pontos). A queda do ISA-CST foi influenciada principalmente pela piora do indicador de carteira de contratos, que recuou 1,4 ponto, para 90,0 pontos, menor desde junho de 2021 (86,6 pontos). Já o indicador que mede a situação atual dos negócios variou 0,2 ponto negativo, para 89,9 pontos.”
Confiança da Construção
O Índice de Expectativas (IE-CST), por sua vez, avançou 2,7 pontos, para 97,7 pontos, a primeira alta do ano, que não foi suficiente para devolver toda a queda registrada no mês passado. Esse resultado se deve à melhora das perspectivas sobre a demanda nos próximos meses. O Indicador que mede a demanda prevista subiu 4,7 pontos, para 101,1 pontos, e o indicador que mede a tendência dos negócios nos próximos seis meses variou 0,6 ponto, para 94,2 pontos.
O Nível de Utilização da Capacidade (NUCI) da Construção aumentou 0,3 ponto percentual (p.p.), para 75,2%. O Nuci de Mão de Obra e Nuci de Máquinas e Equipamento contribuíram positivamente, com variações de 0,3 e 0,5 p.p., para 76,6 %e 69,2%.
Dificuldades com os custos voltam a subir
Ainda de acordo com o levantamento, depois da alcançar um percentual recorde de assinalações em agosto de 2021 (40,3%), as dificuldades com o custo das matérias-primas começaram a se reduzir, o que refletiu a desaceleração das altas dos preços dos insumos – as assinalações caíram para 26,9% em janeiro. “No entanto, o movimento voltou a se inverter e a preocupar as empresas – em fevereiro, 31,9% das empresas apontaram custos como uma importante limitação, percentual muito próximo ao de demanda insuficiente (32,5%)”, observou Ana Castelo.
INCC-M
O Índice Nacional de Custo da Construção varia 0,48% em fevereiro, segundo a FGV, elencando que o percentual deste INCC-M é inferior ao apurado no mês anterior, quando o índice registrou taxa de 0,64%.
Assim, o índice acumula alta de 1,12% no ano e 13,04% em 12 meses. Em fevereiro de 2021, o índice subira 1,07% no mês e acumulava alta de 10,18% em 12 meses.
Também disse que a taxa do índice relativo a Materiais, Equipamentos e Serviços passou de 1,09% em janeiro para 0,75% em fevereiro. O índice referente à Mão de Obra variou 0,19% em fevereiro, contra 0,14%, em janeiro.
Materiais, Equipamentos e Serviços
Ainda de acordo com o levantamento, no grupo Materiais, Equipamentos e Serviços, a taxa correspondente a Materiais e Equipamentos variou 0,56% em fevereiro, após subir 1,05% no mês anterior. Todos os subgrupos componentes apresentaram decréscimo em suas taxas de variação, destacando-se materiais para estrutura, cuja taxa passou de 0,66% para 0,06%.
Já a variação relativa a Serviços passou de 1,28% em janeiro para 1,69% em fevereiro. Neste grupo, vale destacar o avanço da taxa do item taxas de serviços e licenciamentos, que passou de 4,81% para 5,66%.
Em se tratando da mão de obra, a taxa de variação referente ao índice da Mão de Obra variou 0,19% em fevereiro, ante 0,14% em janeiro.
Do lado das capitais, cinco delas apresentaram decréscimo em suas taxas de variação: Brasília, Belo Horizonte, Recife, Porto Alegre e São Paulo. Em contrapartida, Salvador e Rio de Janeiro apresentaram acréscimo em suas taxas de variação.