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Ibovespa cai 18,8% na semana com piora externa, vírus e PIB menor

Ibovespa cai 18,8% na semana com piora externa, vírus e PIB menor

O Ibovespa sucumbiu à piora do cenário externo e à onda de revisões para baixo da expansão do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e encerrou em queda o pregão desta sexta-feira (20), depois de operar pela manhã em alta.

Dessa forma, o principal índice da bolsa brasileira fechou com desvalorização de 1,85%, aos 67.069 pontos; acumulando na semana perda de 18,88%.

No mês de março, as perdas do Ibovespa chegam a 35,62% e, no ano, a 42%.

Das 73 ações que compõem o índice, 44 fecharam em baixa, 28 em alta e uma ficou estável. O giro financeiro foi de R$ 32,8 bilhões.

Já o dólar fechou com queda de 1,48%, cotado a R$ 5,0252 na compra e R$ 5,0267 na venda.

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Na mínima, a moeda americana esteve cotada a R$ 4,9837 e, na máxima, a R$ 5,0580. Em 12 meses, o dólar sobe 33,42%.

Altos e baixos

A bolsa chegou a avançar 5,7% na abertura do pregão de sexta-feira, impulsionada pelos papéis da Petrobras.

Na máxima, a bolsa atingiu nesta sexta-feira os 72.247 pontos, mas na mínima tocou os 66.120 pontos, até encerrar na casa dos 67 mil pontos.

Veja o comportamento do pregão desta sexta-feira

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Fonte: TradingView

A semana, porém, foi marcada por fortes emoções, com novos acionamentos de circuit breaker, que já somam seis vezes em duas semanas.

Ibovespa teve semana de montanha-russa

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Fonte: TradingView

No ano, bolsa vive queda livre

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Fonte: TradingView

PIB

Como consequência dos efeitos do coronavírus, o governo revisou a expansão do PIB prevista para este ano a praticamente zero.

Dessa forma, ao invés de uma alta de 2,1%, a previsão é para uma expansão de 0,02% em 2020.

Entretanto, as estimativas ainda estão longe de refletirem a realidade, já que os impactos do coronavírus na economia estão longe terem unanimidade.

Para a FGV, por exemplo, a economia brasileira pode se retrair até 4,4%, com “o risco de a atividade econômica ainda sentir efeitos negativos até 2023”.

O cálculo da FGV se baseia em “previsões mais realistas” e se utiliza de modelos econométricos levando em conta os mecanismos de propagação doméstico e externo operando simultaneamente.

Junto com a retração da atividade, a expectativa é de um rombo das contas públicas na faixa dos R$ 200 bilhões, admitiu hoje o secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues.

NY

Assim como no Brasil, a aversão ao risco, desencadeada pela pandemia do coronavírus e a crise no petróleo, levou as bolsas americanas também a acionar o mecanismo de paralisação dos negócios durante essa semana.

Em Nova York, o S&P tem o circuit breaker acionado aos 7%, quando o pregão é paralisado por 15 minutos.

A segunda paralisação acontece com o S&P caindo 13% – quando nova pausa de 15 minutos acontece – e, caso a perda acelere a 20%, o pregão é encerrado no dia.

S&P desaba mais de 31% em 30 dias

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Fonte: TradingView

Pior semana desde 2008

Com todo o desastre registrado durante a semana, o Dow Jones recuou 17%, no seu maior declínio semanal desde outubro de 2008.

O S&P, por sua vez, recuo 13% na semana – enquanto na passada já havia caído outros 11,5%. O Nasdaq recuou 12,6% nesta semana.

Tanto o S&P 500 quanto o Nasdaq também tiveram seus piores desempenhos semanais desde a crise financeira de 2008, destacou a CNBC.

Na sexta-feira, as bolsas americanas fecharam em queda: Dow, -4,55%; S&P, -4,78%; e Nasdaq, -3,79%.

Petróleo

Para a bolsa brasileira, outro fator decisivo para a virada no pregão de sexta-feira foi o preço do petróleo, com o barril do West Texas Intermediate (WTI) com entrega para abril recuando 12,66%, fechando a US$ 22,63.

O barril do Brent, referência para Petrobras, recuou menos, 5,23% para US$ 26,98.

Segundo a CNBC News e o site Investing, o preço do petróleo recuou por dois motivos: os mercados esperavam uma ação mais rápida do presidente americano Donald Trump, que ameaçou intervir economicamente se Arábia e Rússia não suspendessem a guerra de preços do petróleo.

Mas o próprio Trump destacou ontem que essa intervenção ocorreria “no momento oportuno”.

Ações

Dessa forma, os papéis da Petrobras que chegaram a disparar 9,5% as PN e 7,5% as ON, no início da jornada,  encerraram o pregão desta sexta-feira com queda, com a PETR4 recuando 1,64%, a R$ 12,01; e a PETR3 recuando 2,41%, a 12,15.

PETR4 acompanha petróleo

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Fonte: TradingView

Entre as mais negociadas, na sexta-feira, destaque ainda para Via Varejo (VVAR), -2,74%%; Vale (VALE3), -3,32%; Itaú Unibanco (ITUB4), -3,50%; e Itaúsa (ITSA4), -5,14%.

Em termos porcentuais, as maiores altas ficam por conta do setor aéreo, que se recupera após o aceno do governo para ajuda.

Assim, Gol (GOLL4) disparou +16,4% e Azul (AZUL4) subiu 15,2%; levando junto CVC (CVCB3), +10,2 % e Smiles (SMLS3), +11,6%. Weg (WEGE3) também completou as maiores alta, com +12,6%.

Gol em 5 pregões

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Fonte: TradingView

Quedas

No negativo terreno negativo, a maior retração ficou por conta da Embraer (EMBR3), -12,9%, por conta de informações sobre possível desistência de aquisição de parte comercial pela Boeing, por conta crise no setor aéreo global.

Também em destaque de queda ficou a Sabesp (SBSP3), -8,6%, após a empresa isentar, por 90 dias, o pagamento das contas de água e esgoto dos consumidores de renda menor.

Liquidez

A sexta-feira foi marcada ainda por ações dos bancos centrais pelo mundo.

Na Ásia, o Banco do Povo da China manteve a taxa de juros inalterada em março, “o que foi visto como uma sinalização de que a China acredita ter o surto de coronavírus sob controle”, destaca a XP, em análise a clientes.

Ja o Banco do Canadá, o Banco da Inglaterra, o Banco do Japão, o Banco Central Europeu, o Federal Reserve e o Banco Nacional Suíço anunciaram hoje uma ação coordenada para melhorar ainda mais a provisão de liquidez por meio da linha de swap de liquidez em dólar dos EUA arranjos.

Para melhorar a eficácia das linhas de swap no fornecimento de financiamento em dólar, esses bancos centrais concordaram em aumentar a frequência das operações com vencimento em 7 dias de semanal para diária, inforou o FED em comunicado.

“Essas operações diárias terão início na segunda-feira, 23 de março de 2020 e continuarão pelo menos até o final de abril. Os bancos centrais também continuarão a realizar operações semanais de vencimentos de 84 dias”, informou.