Após suspender o pedido de IPO (Oferta Pública Inicial) aberto no ano passado, a rede varejista Havan, do empresário Luciano Hang, retomou a operação.
Segundo o Estadão, as instituições financeiras contratadas para estruturar a oferta já estão engajadas e a companhia tem o objetivo de buscar um valor de mercado de ao menos R$ 70 bilhões. Antes, a expectativa era de R$ 100 bilhões.
A estreia na Bolsa de Valores deve ocorrer na metade deste ano.
Segundo o Estadão, novas reuniões com potenciais investidores já começaram a ser agendadas. Assim, a Havan está sondando o apetite do mercado pelas ações da empresa, e estimando o preço dos papéis.
Mesmo com a recente elevação da taxa Selic para 2,75%, as projeções são otimistas com a entrada da Havan na Bolsa e com o volume de ofertas de ações neste ano na B3. Mas tudo vai depender do contexto do mercado financeiro nos próximos meses, muito impactado pela pandemia de Covid-19.
Havan quer expandir lojas
No prospecto preliminar protocolado na CVM no ano passado, a Havan citava que usaria os recursos do IPO para expansão de lojas e do centro de distribuição, em aportes em tecnologia e no reforço no capital de giro.
Criada na cidade de Brusque, em Santa Catarina, a rede varejista tem hoje 155 lojas espalhadas pelo Brasil. Em 30 de junho de 2020, o capital social da Havan era de R$ 300 milhões.
Em março de 2020, a Havan anunciou um processo de transformação digital, com o lançamento de diversos produtos e serviços. Isso permitiu a solidificação de sua marca como omnichannel e o crescimento de suas vendas por via digital.
O lucro líquido ajustado foi de R$ 756,1 milhões em 2019. O indicador foi menor em 2018, com R$ 668,1 milhões, e em 2017, com R$ 476 milhões.
A receita líquida da Havan atingiu R$ 7,903 bilhões em 2019 e R$ 5,525 bilhões em 2018 e R$ 3,835 bilhões em 2017.
O IPO também englobaria a venda de uma fatia da empresa por Luciano Hang.
Coordenam a oferta Itaú, XP, BTG Pactual, Morgan Stanley, Bank of America, Bradesco, Santander e Safra.
A Havan, em resposta à reportagem do Estadão, disse que não houve nenhum encaminhamento nesse sentido.