O Federal Reserve comunicou, nesta quarta (29), que manterá as taxas de juros entre zero e 0,25%.
A decisão foi tomada de maneira unânime pelos dirigentes da instituição.
O Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto, na sigla em inglês) justificou manter as taxas de juros dizendo que a atividade econômica e emprego melhoraram nos últimos meses nos Estados Unidos, mas permanecem em patamares mais baixos dos registrados antes da pandemia.
O Fed acrescentou que os rumos da economia dependerão do novo coronavírus. Os números da pandemia vêm aumentando nas últimas três semanas, com altas em metade dos estados.
O comitê informou também que continuará comprando pelo menos US$ 120 bilhões em treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) e títulos lastreados em hipotecas todos os meses para estabilizar os mercados financeiros.
Momento desafiador
“O Federal Reserve está comprometido em usar toda a sua gama de ferramentas para apoiar a economia dos EUA neste momento desafiador”, anunciou o comunicado.
“O Comitê espera manter essa taxa de juros até ter certeza de que a economia resistiu a eventos recentes e está a caminho de alcançar suas metas máximas de emprego e estabilidade de preços”, acrescentou.
O Fed renovou sua promessa de juros baixos um dia antes da divulgação de relatório do governo que deve mostrar tombo recorde de 34% na produção econômica, em dado anualizado, no segundo trimestre.
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Autoridades adotaram restrições que fecharam empresas e mantiveram pessoas isoladas em tentativa de conter a disseminação do coronavírus.
Desde a última reunião de política monetária em junho, a epidemia se intensificou, com uma média de cerca de 65 mil novos casos detectados diariamente, cerca de três vezes o ritmo de infecções de meados de junho.
As mortes também estão aumentando, e tudo isso levou governadores da Califórnia, Texas e Flórida a impor novas restrições econômicas.
Reação do mercado
Essa decisão do Fed era esperada pelo mercado. Por isso, os índices das bolsas não tiveram alterações expressivas, registrando altas moderadas.
No fechamento, o Dow Jones avançou 0,61%, aos 26.539,57 pontos. O S&P 500 valorizou 1,24%, a 3.258,44 pontos. Já o Nasdaq registrou alta de 1,35%, aos 10.542,94 pontos.
Alinhado com Nova York, o Ibovespa subiu 1,44%, aos 105.605,17 pontos.
O dólar estava em baixa, mas virou: ao fim da sessão, a moeda era cotada a R$ 5,1729, avanço de 0,30%.
Demanda fraca
A autoridade monetária mencionou em seu comunicado que inflação baixa registrada no país é decorrente da demanda fraca e preços menores dos combustíveis.
O Fed reforçou que a crise da saúde pública pesará fortemente sobre a atividade, o emprego e a inflação no curto prazo.
E complementou: a crise do coronavírus representa riscos consideráveis para as perspectivas de médio prazo.
A instituição afirmou que vem monitorando a economia para ajustar a estratégia nas próximas reuniões.
Títulos do tesouro
O Fed informou que elevará as compras em títulos do Tesouro e em hipotecas nos próximos meses
Anunciou, ainda, a extensão de linhas temporárias de swap com outros bancos centrais até 31 de março de 2021.
“Para apoiar o fluxo de crédito para famílias e empresas, o Federal Reserve aumentará sua participação em títulos do Tesouro e em títulos lastreados em hipotecas residenciais e comerciais”, diz o comunicado.
“A ideia é sustentar o bom funcionamento do mercado, promovendo assim a transmissão eficaz de política monetária a condições financeiras mais amplas”, complementou.
Powell discursa
Após o anúncio da manutenção do patamar das taxas de juros, o presidente do Fed Jerome Powell discursou.
Ele resumiu a atuação do Fed durante a pandemia e explicitou as preocupações da instituição, citadas no comunicado.
Reforçou que o Fed utilizará “toda sua gama de ferramentas para apoiar a economia dos EUA”.
Powell reconhece que o país não registrou tantos empréstimos quanto aguardava. Disse que espera “apoio fiscal do Congresso, vital para a recuperação da economia.”
Concluiu lembrando que há risco de desaquecimento ainda maior da economia, mas que será preciso avaliar os impactos e novos indocadores.
Última decisão
Em 10 de junho, o Fed já havia mantido as taxas de juros entre 0,10% e 0,25%.
Na ocasião a decisão do FOMC foi tomada de maneira unânime.
O FOMC informou que projeta juros perto de 0,10% pelo menos até o fim de 2022.
A pandemia do coronavírus, que fez o governo americano injetar trilhões na economia, é o motivo principal que norteou a determinação do Fed.
A crise, lembrou o comitê, paralisou setores da indústria e comércio e seus efeitos recaíram “fortemente” sobre o “crescimento, a inflação e o emprego no curto prazo”.
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*Com Agência Brasil






