Quando você vai a um posto de combustíveis, o frentista sempre faz a pergunta básica: etanol ou gasolina? Você para por alguns segundos para refletir e até calcula mentalmente qual opção oferece o melhor custo-benefício.
O cenário atual do dilema entre etanol e gasolina pode mudar em breve.
Após um período em que o etanol se destacou como uma opção mais econômica, com preços até 40% mais baixos que os da gasolina, a situação nas bombas de combustível no Brasil está prestes a se transformar.
A partir de setembro, especialistas preveem uma queda na competitividade do etanol, causada principalmente pela diminuição na produção de cana-de-açúcar.
A expectativa é que os preços do etanol aumentem devido a uma produção menor de cana-de-açúcar na safra 2024/2025, que pode ser até 8,4% inferior à anterior, de acordo com dados do Itaú BBA. A redução na produção, provocada por condições climáticas desfavoráveis, deverá gerar uma escassez do produto, elevando os preços e diminuindo a competitividade do etanol em relação à gasolina.
Etanol ou gasolina: quando vale abastecer com um ou por outro
De maneira geral, o etanol é considerado mais vantajoso quando seu preço equivale a 70% ou menos do valor da gasolina. Essa relação de paridade é uma referência prática para os consumidores, calculada dividindo-se o preço do etanol pelo da gasolina. Por exemplo, se em um posto o litro da gasolina custa R$ 5,54 e o etanol está a R$ 3,85, a relação é de 69,5% (3,85 ÷ 5,54).
Nesse caso, ainda é mais econômico optar pelo etanol. Contudo, essa vantagem está diretamente ligada à relação entre o preço e o desempenho dos combustíveis, e pode variar conforme o rendimento específico de cada veículo.
É importante ressaltar que essa regra dos 70% é uma média. Segundo o Instituto Mauá de Tecnologia, que estuda o consumo de automóveis há mais de duas décadas, outros fatores podem influenciar essa relação de paridade. Características específicas dos motores, como a eficiência energética e o estado de manutenção, podem alterar a vantagem de um combustível sobre o outro.
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Gasolina: vantagens e desvantagens
A gasolina possui várias vantagens que fazem dela uma escolha preferida por muitos motoristas, especialmente em climas mais frios ou para quem precisa de maior eficiência. Ela é conhecida por sua capacidade de aquecer rapidamente o motor, o que é especialmente útil em baixas temperaturas.
Além disso, a gasolina proporciona um maior rendimento por litro, o que significa que o veículo percorre mais quilômetros com menos combustível.
No entanto, a gasolina também tem suas desvantagens. É um combustível mais caro em relação ao etanol e, além disso, é mais poluente.
A gasolina é derivada do petróleo, um recurso não renovável, e sua queima emite mais dióxido de carbono (CO2) e outros poluentes, contribuindo para o aquecimento global e problemas de saúde pública.
Etanol: vantagens e desvantagens
O etanol, por sua vez, oferece vantagens significativas, especialmente no que diz respeito ao custo e ao impacto ambiental. Como um biocombustível, o etanol é produzido a partir de matérias-primas renováveis, como a cana-de-açúcar e o milho, que podem ser cultivadas em um curto espaço de tempo. Isso faz do etanol uma opção mais sustentável e menos poluente, com menor emissão de gases de efeito estufa.
No entanto, o etanol também apresenta desvantagens. O principal problema é sua menor eficiência energética quando comparado à gasolina.
Um carro movido a etanol tende a consumir mais combustível para percorrer a mesma distância que um carro movido a gasolina. Isso significa que, mesmo quando o etanol é mais barato, pode não ser a melhor escolha se o preço não estiver significativamente abaixo do da gasolina.
Cálculo de custo por quilômetro
Uma maneira prática de decidir entre etanol e gasolina é calcular o custo por quilômetro rodado com cada combustível. Para isso, basta dividir o preço do litro do combustível pelo consumo médio do seu carro.
Por exemplo, se a gasolina custa R$ 6,50 por litro e seu carro faz 12,5 km/l, o custo por quilômetro é de R$ 0,52 (6,50 ÷ 12,5). Se o etanol custa R$ 4,00 e seu carro faz 8,5 km/l, o custo seria de R$ 0,47 (4,00 ÷ 8,5).
Nesse caso, o etanol seria ligeiramente mais econômico, mas é importante considerar o desempenho do veículo em diferentes condições.
Carro flex ou não: qual veículo gasta menos combustível?
Os carros flex, que aceitam tanto etanol quanto gasolina, se tornaram o padrão no mercado brasileiro nos últimos anos, oferecendo aos motoristas a flexibilidade de escolher o combustível mais vantajoso.
No entanto, isso não significa necessariamente que os carros flex sejam mais econômicos. O consumo de combustível depende muito do modelo do carro, do estado de manutenção e das condições de uso.
Além disso, é importante considerar que carros mais antigos tendem a consumir mais combustível, independentemente de serem flex ou não. Com os avanços tecnológicos, os veículos mais modernos são projetados para ser mais eficientes e econômicos.
Portanto, ao escolher um carro, é essencial avaliar o consumo específico do modelo e garantir que o veículo esteja bem conservado para obter o melhor rendimento possível.
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