Em janeiro de 2020, o total do estoque de crédito do sistema financeiro brasileiro alcançou R$ 3,5 trilhões, com recuo de 0,4% na comparação com dezembro de 2019. A informação foi divulgada nesta quinta-feira, 27, pelo Banco Central (BC).
Houve redução de 2,2% na carteira de pessoas jurídicas (saldo de R$1,4 trilhão), e aumento de 0,8% em pessoas físicas (R$2 trilhões).
Na avalição de 12 meses, houve crescimento de 7% no estoque de crédito, com expansão de 12,2% no crédito às famílias e de 0,4% no crédito às empresas.
O crédito livre a pessoas físicas somou R$ 1,1 trilhão, acréscimos de 1,1% no mês e de 16,6% em doze meses, com destaque para crédito pessoal (consignado e não consignado), veículos e cheque especial.
O crédito livre para pessoas jurídicas alcançou R$ 872 bilhões, com redução de 3,1% no mês e elevação de 11,4% em doze meses, refletindo as liquidações sazonais das modalidades relacionadas a fluxos de caixa, como desconto de duplicatas e recebíveis e antecipação de faturas de cartão.
No crédito direcionado, as operações para pessoas físicas atingiram R$ 909 bilhões. Houve crescimento de 0,5% e 7,1%, respectivamente, no mês e em doze meses. Com aumentos registrados nas modalidades rural e imobiliário. A carteira de pessoas jurídicas recuou 0,7% e 13% nos mesmos períodos, ficando em R$ 556 bilhões.
Custo do crédito
O Indicador de Custo do Crédito (ICC), que mede o custo médio de toda a carteira do sistema financeiro nacional, ficou em 20,2% ao ano. Houve reduções de 0,1 ponto porcentual no mês e de 0,5 ponto porcentual na comparação interanual.
No crédito livre não rotativo, o ICC alcançou 27,1%. Com aumento de 0,2 ponto porcentual em relação a dezembro. E redução de 2,1 ponto porcentual na comparação com janeiro de 2019. O spread geral situou-se em 14,4 pontos. O que representa estabilidade no mês e aumento de 0,5 ponto em doze meses.
A taxa média de juros das operações contratadas em janeiro alcançou 23% ao ano. Houve elevação de 0,4 ponto porcentual no mês e declínio de 1,4 ponto porcentual em doze meses.
No crédito livre, a taxa média de juros das concessões atingiu 33,7% ao ano, variando 0,3 ponto porcentual no mês e -3,4 pontos na comparação interanual.
Queda na taxa de juros do cheque especial
No segmento das famílias, a taxa média situou-se em 45,6% ao ano. Com destaque para a redução na taxa de juros do cheque especial, que alcançou 165,6% ao ano (8,5% ao mês). Houve quedas de 82 pontos porcentuais no mês e de 101,7 pontos em doze meses.
Em dezembro, os juros do cheque especial estavam em 247,6% ao ano.
Essa redução refletiu a decisão que limitou em 8% ao mês as taxas cobradas sobre o cheque especial de pessoas físicas e microempreendedores.
Estoque de crédito ao setor não financeiro
Em janeiro, o crédito ampliado ao setor não financeiro alcançou R$ 10,3 trilhões (141,5% do PIB). A variação é de 0,4% no mês. O saldo de empréstimos e financiamentos e de títulos de dívida caíram 0,4% e 1%, respectivamente. A dívida externa cresceu 5,1%, impulsionada pela depreciação cambial.





