O governo federal leiloou hoje (8) a concessão de parte da Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol), entre o porto de Ilhéus e Caetité, na Bahia. Chamado de Fiol 1, o trecho de 537 quilômetros de extensão foi arrematado pela Bahia Mineração (Bamin), do Grupo Eurasian Resources Group (ERG), a única empresa a apresentar lance no certame.
O lance de outorga ofertado pela Bamin foi de R$ 32,730 milhões. A mineradora ficará responsável pela finalização do empreendimento e operação do trecho, em uma concessão que vai durar 35 anos, com previsão de investimentos de R$ 3,3 bilhões.
Desse total, R$ 1,6 bilhão serão usados para a conclusão das obras, que estão 80% finalizadas.
De acordo com a mineradora, todos os investimentos serão bancados com recursos próprios da companhia.
Trecho leiloado hoje deve começar a operar em 2025
Segundo o governo federal, a concessão da Fiol permitirá a criação de 55 mil empregos diretos e indiretos.
“Esse é o projeto mais transformador do estado da Bahia, um investimento que vai terminar uma obra parada há 10 anos. Vamos ver, finalmente, a obra chegando no porto. A gente vai ter um sistema integrado: mina, ferrovia e porto”, destacou o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.
O governo federal informou que o trecho leiloado hoje deve começar a operar em 2025, já transportando mais de 18 milhões de toneladas de carga, entre grãos e o minério de ferro produzido na região de Caetité.
O minério de ferro deverá compor a maior parte da carga transportada no trecho, mas também serão carregados alimentos processados, cimento, combustíveis, soja em grão, farelo de soja, manufaturados, petroquímicos e outros minerais.
Leilões
O governo federal realiza entre os dias 7 e 9 uma série de leilões de aeroportos, portos e ferrovia. Chamada de Infra Week, a expectativa é arrecadar R$ 10 bilhões em investimentos privados com as concessões. Estão na lista 22 aeroportos, a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), na Bahia, e cinco terminais portuários.
O Ministério da Infraestrutura prevê a geração de mais de mais de 200 mil empregos, de forma direta, indireta e efeito-renda, ao longo dos contratos de arrendamento e concessões.
A CCR (CCRO3) venceu a disputa pelos lotes Sul e Central no leilão de aeroportos na B3 (B3SA3) nesta quarta-feira (7). A empresa francesa Vinci Airports arrematou o Bloco Norte. No total, o governo arrecadou R$ 3,3 bilhões na disputa. É estimado que seja gerado R$ 6,1 bilhões em investimentos nos próximos 30 anos.
Conforme a subsidiária da CCR, Companhia de Participações em Concessões, foi oferecido o pagamento de R$ 754 milhões pelo Bloco Central, ante valor mínimo de outorga de R$ 8,1 milhões.
De acordo com a empresa, a oferta de outorga foi de R$ 2,128 bilhões. O valor mínimo era de R$ 130,2 milhões. O lance da CCR pelo Bloco Sul representou um ágio de 1.534% em relação ao valor inicialmente fixado pelo edital. O resultado superou a meta do ministério da Infraestrutura.
A Vinci Airports venceu a concorrência pelo Bloco Norte, com oferta de R$ 420 milhões. O valor mínimo era de R$ 47,8 milhões.
Valores ofertados
O leilão realizado teve a disputa de 22 aeroportos federais. Pelo Bloco Sul, os outros participantes foram o consórcio Infraestrutura Brasil Holding 12 e a empresa espanhola Aena. A primeira é formada pela gestora Pátria e por um novo entrante, que opera o aeroporto de Houston. Foi oferecido R$ 300 milhões (ágio total de 130,4%). Ainda mais, a Aena ofereceu R$ 1,05 bilhão (ágio de 706,4%).
Conforme reportagem da Valor, a CCR tem que realizar investimentos estimados em R$ 2,855 bilhões no bloco, composto por nove aeroportos. A receita projetada para a concessão é de R$ 7,45 bilhões.
Além disso, com o Bloco Central, a CCR deve fazer R$ 1,8 bilhão de investimentos ao longo dos 30 anos de concessão. A receita projetada é de R$ 3,6 bilhões.
Outros participantes da concorrência foram a ACI do Brasil (Inframérica) e o Consórcio Central Airports (Socicam). Os lances foram de R$ 9,78 milhões (ágio de 20,15%) e R$ 40,3 milhões (ágio de 395%), respectivamente.
Conquista da Vinci
O grupo francês Vinci venceu a disputa pelo Bloco Norte, com um lance de R$ 420 milhões de outorga. A representação de ágio foi de 777,47% sobre o valor inicialmente fixado pelo edital.
A participação da companhia não era esperada pelo governo. O consórcio Aero Brasil também participou. Entretanto, a oferta foi de R$ 50 milhões (ágio de 4,46%). Dado a oportunidade de aumentar o lance para se manter na disputa, não houve manifestação.
O contrato de 30 anos prevê investimentos de R$ 1,48 bilhão e receitas de R$ 3,6 bilhões ao longo da concessão. O lote era apontado como o mais desafiador do leilão de hoje, e possui sete aeroportos.
Por fim, o presidente da Vinci, Nicolas Notebaert, comemorou a vitória. Por mensagem de vídeo, afirmou que o grupo acredita na recuperação econômica do país após a pandemia.
“Estamos extremamente satisfeitos. É um passo importante na consolidação da empresa e do trabalho desenvolvido no Brasil e na América Latina. Estamos quase dobrando a quantidade de aeroportos na região”, disse.
*Com Agência Brasil