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Empreendedoras investem em nova liderança feminina

Empreendedoras investem em nova liderança feminina

Cansadas do discurso empresarial que segregava pessoas por gênero, raça e outras atribuições, mulheres brasileiras apostaram em suas ideias e tornaram-se empreendedoras. A partir de suas visões de mundo, mais inclusivas e autônomas, abandonaram os antigos cargos para desenvolverem a própria marca. Agora, em diferentes abordagens, elas investem no fortalecimento de outras mulheres e lutam pela formação de uma nova liderança feminina.

Rede Mulher Empreendedora

Segundo a revista Gama, uma pesquisa desenvolvida pela Rede Mulher Empreendedora (RME), aponta que 35% das mulheres se sentem confiantes no universo corporativo, contra 50% dos homens. A RME é uma plataforma de apoio ao empreendedorismo feminino do Brasil, fundada pela ex-executiva, professora e empreendedora Ana Fontes.

“O ambiente corporativo é hostil para as profissionais que têm filhos pequenos. Há inúmeros casos de mulheres que são despedidas ao voltarem da licença maternidade. Não há jornada flexível e as empresas as enxergam como fardos. Então, muitas passam a empreender nesse período”, contou Ana à Gama.

Por isso, o objetivo da RME é auxiliar empreendedoras a se conectarem com grandes empresas. Além de conexões o RME também educa, capacita e treina mulheres para a liderança. “Desde mulheres trans, egressas do sistema prisional, mulheres indígenas.”

Plano Feminino

Assim como Ana, outras empreendedoras têm atuado frente à valorização da mulher. Como Vivi Duarte, jornalista, que cansou de ser ignorada ao falar de representatividade de gênero e classe nas campanhas de marketing. Por isso, segundo a Gama, fundou o Plano Feminino, uma consultoria que visa mudar a narrativa das mulheres na publicidade.

Com o crescimento da empresa, criou o Instituto Plano de Menina. Desde 2016 a instituição levou capacitações a dez estados, assistiu a duas mil meninas e as conectou com grandes empresas.

Programa ELAS e consultoria UP[W]IT

Após 20 anos em ambientes corporativos, a especialista em equidade de gênero e inovação, Carine Roos, cansou dos pré-julgamentos. “Já ouvi que as mulheres não são ambiciosas o suficiente, não têm inteligência emocional, não são boas com números. E que por isso há poucas no comando”, relembrou.

Para impulsionar a liderança feminina em frentes ainda majoritariamente masculinas, como ciência, engenharia, matemática e tecnologia, nasceu o Programa ELAS — Escola de Liderança e Desenvolvimento. Em sociedade, Carine e a administradora Amanda Gomes, trabalham para as mulheres ocuparem lugar de destaque. “Parece que nunca somos inteligentes o suficiente para dar um passo na carreira. Falta um curso, uma especialização ou aprimorar o inglês.”

Carine também é CEO da consultoria Unlocking the Power of Women in Technology (UP[W]IT). Assim, além da formação do ELAS, a empreendedora ainda faz intermédio para que mais mulheres sejam inseridas na área de tecnologia.

Movimento Black Money

Inclusive, foi para lutar por mais equidade no mercado que Nina Silva fundou, junto ao sócio Alan Soares, o hub de inovação Movimento Black Money. Foi a diferença entre o salário dela e dos brancos no mercado de TI, onde trabalhou por 17 anos, que a levou a empreender no movimento.

Assim, o objetivo do Movimento Black Money é incluir e proporcionar autonomia financeira à população negra. “Nosso objetivo é gerar nossa própria cadeia produtiva, de fornecimento até consumo consciente e intencional de produtos e serviços de negros”, esclareceu Nina.

Segundo a revista Gama, o projeto deu frutos e agora também contempla a educação com o Afreektech. E produtos, como a máquina de cartão Pretinha. Em breve, Nina pretende lançar o Mercado Black Money. “Precisamos circular o nosso capital, criar um funding preto, dar crédito e aumentar a empregabilidade.”

Indique uma Preta

Aliás, a inclusão no mercado é o foco do trabalho das sócias e publicitárias Amanda Abreu, Daniele Mattos e Verônica Dudiman. Ainda como consultoria formal, o Indique Uma Preta capacita empreendedoras em cursos e palestras e as conecta às empresas. Conforme a Gama, a falta de conhecimento é a justificativa mais aplicada quanto à baixa presença de negros no mercado.

“Em um país onde mais de 50% da população é negra, com centenas de iniciativas que ajudam no desenvolvimento de grupos vulneráveis, políticas afirmativas nas universidades, um argumento desses é inadmissível”, disse Amanda.

Diante disso, elas visitam corporações para discutir diversidade e vantagens do quadro funcional múltiplo. “Quando mentes com diferentes backgrounds pensam soluções para o mesmo problema, é mais fácil de atingir um resultado inovador”, argumentou.