As ações da Moderna dispararam 16% depois da empresa afirmar que sua potencial vacina para prevenir a Covid-19 produziu uma resposta imunológica “robusta” em todos os 45 pacientes em seu estágio inicial de testes em humanos.
No final da tarde de terça-feira (14), a Moderna publicou um artigo técnico sobre os procedimentos do teste da sua vacina mRNA-1273 no New England Journal of Medicine.
Todas as pessoas testadas acabaram produzindo anticorpos neutralizantes, o que os cientistas acreditam ser de suma importância para a construção da imunidade.
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O teste
O estudo está na Fase 1. Ele avaliou a vacinação em duas doses da mRNA-1273 em três níveis de dose (25, 100, 250 microgramas) em 45 adultos saudáveis com idades entre 18 e 55 anos.
Cada grupo de dosagem era formado por 15 indivíduos.
O resultado, segundo a empresa, é que os níveis de anticorpos neutralizantes nos pacientes de todos os grupos eram quatro vezes maiores do que nos pacientes recuperados do Covid-19.
A Moderna escolheu a dose de 100 microgramas para passar à Fase 3.
“Estamos ansiosos para começar nosso estudo de Fase 3 do mRNA-1273 este mês para demonstrar a capacidade da nossa vacina de reduzir significativamente o risco de doença Covid-19”, disse Tal Zaks, diretor médico, em comunicado.
Coronavírus resiste
A rapidez com que diversos laboratórios estão realizando suas respectivas pesquisas é compreensiva. É um problema mundial de saúde, mas é também uma mina de ouro, como atestam os 16% a mais conseguidos pelas ações da Moderna.
Entretanto, ainda há muito pela frente.
A Moderna disse que a vacina foi bem tolerada pelos pacientes, mas mais da metade dos participantes relatou sintomas leves ou moderados, como fadiga, dores musculares ou dor no local da injeção.
A avaliação da durabilidade das respostas imunes está ainda em andamento e os participantes serão acompanhados por um ano após a segunda vacinação.
Enquanto isso, o coronavírus resiste a inúmeras tentativas de remédios e estudos, e avança brutalmente sobre os Estados Unidos, Índia, Brasil, América Latina, África e Oriente Médio.
Locais onde se dizia haver controle voltaram a detectar números preocupantes de contaminados, como a Austrália.
Próximo passo da Moderna
Antes desse anúncio, uma semana atrás, a Moderna já havia anunciado que iniciaria o estágio final dos testes em 27 de julho.
Agora, com um universo mais amplo. Serão 30.000 participantes em 87 locais.
Os participantes do grupo experimental receberão uma dose de 100 microgramas da mRNA-1273 no primeiro dia e outra 29 dias depois. Alguns pacientes também receberão um placebo.
A vacina leva esse nome porque contém material genético chamado RNA mensageiro, ou mRNA.
O mRNA é um código genético que diz às células o que construir – nesse caso, um antígeno que pode induzir uma resposta imune ao vírus.
O doutor Anthony Fauci, o principal especialista em doenças infecciosas dos Estados Unidos, tem frequentemente elogiado a movimentação da Moderna, ao mesmo tempo em que critica a reabertura desenfreada da economia.
Outras candidatas
Não é só a Moderna. Há mais de 100 candidatas em todo o mundo a ser uma vacina efetiva que previna contra o coronavírus.
Testes já estão acontecendo em humanos na Rússia, por exemplo. No Brasil, são duas candidatas.
A primeira na Fase 3 é a AZD1222, desenvolvida pela Universidade de Oxford em cooperação com a empresa farmacêutica britânica AstraZeneca. São 2 mil voluntários de São Paulo e mil do Rio de Janeiro para participar do teste.
A vacina contra o coronavírus também está sendo testada no Reino Unido, Estados Unidos e África do Sul.
A outra é a Coronavac, da empresa chinesa de biotecnologia Sinovac, também em Fase 3. O estudo é coordenado pelo Instituto Butantan.
A mRNA-1273 da empresa norte-americana só está sendo mais efetiva na comunicação dos seus avanços, o que lhe garante bons frutos, inclusive no mercado de ações.
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