O varejo brasileiro acumula perdas de R$ 200 bilhões entre o início da quarentena e a primeira semana de junho, segundo dados da CNC.
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A Confederação Nacional do Comércio divulgou relatório nesta terça-feira (16) com os dados mais recentes do setor e as previsões para os últimos seis meses de 2020.
De acordo com o órgão, haverá uma retração de 10,1% no volume das vendas no varejo ampliado, em 2020. Em relação ao varejo restrito – que exclui os ramos automotivo e de materiais de construção –, a projeção aponta um recuo de 8,7%.
“Em ambos os casos, a crise sem precedentes, imposta à atividade econômica na história recente, deverá levar o setor a registrar a maior queda anual desde os anos 2000”, destacou José Roberto Trados, presidente da CNC.
Segundo a Pesquisa Mensal de Comércio, o volume de vendas do comércio varejista brasileiro apresentou retração de 16,8% em abril com relação ao mês anterior.
O economista da CNC Fabio Bentes chamou a atenção para o fato de que abril foi o primeiro mês considerado “cheio” desde o início da quarentena no Brasil.
“Em março, as vendas já haviam recuado 2,1%, sob impacto dos decretos regionais implementados a partir da segunda quinzena daquele mês, por meio dos quais diversas medidas restritivas de combate ao novo coronavírus passaram a ser adotadas”, afirmou.
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“Mês perdido”
A CNC informou que os prejuízos causados pela pandemia já somaram praticamente um mês de vendas do comércio varejista.
Segundo cálculos da CNC, em 12 semanas de pandemia (de 15/03 a 06/06), os prejuízos do setor com a crise alcançaram impressionantes R$ 200,71 bilhões. O valor é equivalente à média mensal de faturamento do varejo antes do surto da covid-19.
O relatório divulgado nesta terça revelou que o comércio considerado não-essencial – e que sofreu com as medidas de isolamento – foi o que mais perdeu.
Esse tipo de comércio acumulou R$ 184,05 bilhões de prejuízo (91,7% do total). Todas as atividades pesquisas acusaram quedas.
Entretanto, destacaram-se os segmentos “não essenciais” do varejo, tais como: tecidos, vestuário e calçados (-60,6%), livros, jornais, revistas e artigos de papelaria (-43,4%) e veículos, motos, partes e peças (-36,2%).
Já o varejo essencial, como supermercados, minimercados, mercearias e farmácias, apresentou perdas de R$ 16,66 bilhões (8,3% do total).
E-commerce em alta
Segundo dados cedidos pela Receita Federal do Brasil e compilados pela CNC, o faturamento real do e-commerce tem avançado de forma mais acelerada nos últimos meses e, em maio de 2020, apresentou alta de 39% sobre o mesmo mês do ano passado.
O avanço desse tipo de transação foi se consolidando com o passar dos meses e com o aumento do isolamento social no Brasil.
Em fevereiro deste ano, a média diária era de aproximadamente 650 mil operações. A partir de março, o quantitativo diário médio avançou para 720 mil compras e, posteriormente, para 970 mil em abril e 1,2 milhão em maio – um avanço de 122% ante maio de 2019.
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