O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta quinta-feira (27) a transferência de R$ 325 bilhões do Banco Central (BC) para o Tesouro Nacional, para reduzir o prazo da dívida pública.
Segundo a Agência Brasil, o dinheiro virá do lucro cambial do BC no primeiro semestre, que somou R$ 478,5 bilhões.
“O resultado positivo decorreu da alta de 35,6% do dólar no primeiro semestre”, segue a agência de notícias.
“Como o dólar corrige as reservas internacionais brasileiras, o lucro cambial do BC dispara em momentos de desvalorização do real”, lembra.
Além disso, o BC teve lucro operacional de R$ 24,7 bilhões, totalizando ganhos de R$ 503,2 bilhões.
Esse resultado vem de ganhos com operações como fiscalização, política monetária e gestão de títulos públicos em sua carteira.
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CMN ajuda a apaziguar a dívida pública
Com o aumento de gastos do governo federal em virtude da crise da pandemia da Covid-19, o CMN achou por bem aprovar a operação.
Em nota, o Ministério da Economia informou que “a transferência de R$ 325 bilhões do Banco Central para o Tesouro enquadra-se nos casos de excepcionalidade previsto pela nova lei que regulamenta a relação entre os dois órgãos”.
As restrições de liquidez têm dificultado a administração da dívida pública, com o Tesouro Nacional emitindo títulos com prazos mais baixos e queimando o chamado “colchão da dívida”, que é a reserva financeira para pagar os vencimentos dos papéis, para evitar os juros altos pedidos pelos investidores nos títulos de prazo mais longo.
Assim, o CMN ajuda a apaziguar a dívida pública.
“Caso haja necessidade, o CMN avaliará, ainda neste exercício, a ampliação deste valor”, explicou a pasta.
Segundo a Agência Brasil, “nos últimos dias, o BC e o Tesouro Nacional vinham negociando o valor a ser transferido”.
Inicialmente, o Tesouro queria receber R$ 445 bilhões.
“Amanhã, o Tesouro divulgará o novo Plano Anual de Financiamento da dívida pública, que sofreu ajustes”, diz a matéria.
Emissão de títulos
O déficit causado pela crise sanitária tem sido coberto com emissão de dívida pública.
Isso se dá quando o Tesouro lança títulos no mercado para pegar dinheiro emprestado dos investidores e capitalizar o governo.
O Tesouro, então, se compromete a devolver o valor com correção.
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