Maior do que a crise financeira de 2009, quando recuou 21%, a queda do comércio internacional, em 2020, deverá chegar a 23%, em relação ao ano passado.
É o que prevê relatório da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) divulgado, nessa quinta-feira (6), pela Agência Reuters.
Em consequência, a secretária-executiva da entidade, Alicia Bárcena, explica que, enquanto as exportações da respectiva região deverão encolher 23%, as importações também vão recuar em torno de 25%, contra uma redução de 24% na crise de 2008/2009.
No contexto mundial, o comércio global estará 17% menor até o fim deste ano.
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AL e Caribe: mais afetada
De acordo com nota da Cepal, a América Latina e o Caribe deverá ser a região mais afetada pela conjuntura internacional adversa, marcada “por retrocessos nas vendas de manufaturas, mineração e combustíveis”.
Integração mais profunda
Uma integração regional mais profunda. Essa é recomendação da Comissão, considerada crucial para que a região tenha êxito em sair da crise.
“Devemos resgatar a visão de um mercado latino-americano integrado, com vistas à redução de custos, por meio de uma logística eficiente, fluída e segura”, propõe Alicia.
Nos primeiros cinco meses de 2020, as exportações da AL e Caribe, com maiores baixas tiveram como destino os Estados Unidos (-22,2%), União Europeia (-14,3%) e para a própria região (23,9%).
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Ásia: retração menor
Menos representativa foi a queda das vendas externas da região para a Ásia, com retração de apenas 2%, nos primeiros cinco meses deste ano, ante igual período de 2019.
Maior queda
Por setores, a maior retração verificada, em igual comparativo, foi a de mineração e petróleo, com redução de 25,8%, seguida pelas manufaturas, com menos 18,5%.
O ponto positivo coube aos produtos agrícolas e agropecuários, que apresentaram leve crescimento de 0,9%, o que reflete a importância da demanda por bens essenciais, durante a pandemia.
Nicarágua lidera
No ranking de exportações por países, os melhores resultados couberam à Nicarágua (14%), Guatemala (3%), Honduras (2%) e Costa Rica (2%).
Dinamismo comercial
Um dos fatores dessa performance favorável, segundo a Cepal, é o maior dinamismo comercial dos suprimentos médicos e equipamentos de proteção pessoal (especialmente, máscaras); de produtos agrícolas, além da ‘resiliência’ do comércio entre os países da região.
Em comum, as importações de todos os países, que caíram 17,1%, em valor médio regional, como resultado da recessão que afetou toda economia internacional.
Recuo preocupante
Por conta disso, a Comissão finaliza a nota ao considerar ‘preocupante’ o recuo das importações de bens de capital (-14,5%) e de insumos intermediários (-13,6%), o que “deverá afetar a taxa de investimento e recuperação da região.
Redução de custos internos e promoção de uma logística eficiente para superação da crise, visando oferecer serviços de valor agregado e maior competitividade. Essa é a receita de saída da crise pela Cepal.
Ação coordenada
Frente a um contexto global de elevada incerteza, Alícia entende que essas medidas sejam adotadas de forma coordenada com outras, nas áreas econômica e social, com vistas a “obter uma recuperação que inclua benefícios sociais e ambientais”.
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