O presidente da Petrobras Roberto Castello Branco disse nesta quinta (20) que não há qualquer relação entre a paralisação dos dos petroleiros e o preço dos combustíveis no país. As informações são da Agência Brasil.
O executivo concedeu entrevista coletiva ao lado de diretores da companhia para comentar os resultados financeiros da estatal, apresentados na noite de ontem (20).
“Não há relação nenhuma [entre greve e preço de combustíveis]. O preço da gasolina subiu simplesmente porque os preços internacionais traduzidos em reais subiram”, disse Castello Branco.
Os petroleiros confirmaram nesta quinta-feira (20) a suspensão da greve que já dura 20 dias na Petrobrás, para começar uma nova rodada de negociação com a direção da estatal, sob a intermediação do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Ives Gandra.
Equipes de contingência
O executivo garantiu que não há risco de desabastecimento. A empresa, frisou ele, está contratando equipes de contingência para substituir os trabalhadores que estão em greve.
“Não houve perda de uma gota de produção que queríamos realizar”, comentou.
Importações
Castello Branco argumentou ainda que importações têm condições de abastecer o mercado. “Estamos preparados para enfrentar uma longa greve, com gente profissional, de alta qualidade e qualificada para operar tanto as plataformas como as refinarias.”
Apesar disso, o diretor de relações institucionais da estatal, Roberto Ardenghy, disse que a empresa tem uma expectativa positiva para a reunião de amanhã com representantes dos petroleiros, no Tribunal Superior do Trabalho (TST). Segundo ele, uma das pré-condições para o diálogo é o encerramento da greve, e a empresa está reunindo informações para conferir se essa exigência será cumprida.
Em nota divulgada hoje (20), o Conselho Deliberativo da Federação Única dos Petroleiros (FUP) e as direções sindicais de todo o país indicaram a suspensão provisória da greve. O indicativo destaca ainda que a greve será retomada, caso não haja avanços na mediação feita pelo tribunal.
Paralisação
A manutenção dos empregos na Araucária Nitrogenados (Ansa), que pertence à Petrobras e deve ser fechada, é uma das pautas da greve dos petroleiros, que também cobra o cumprimento do acordo coletivo de trabalho. A FUP contabiliza que o fechamento da Araucária Nitrogenados (Ansa) vai significar a demissão de cerca de mil pessoas.
“Com relação aos funcionários da Ansa, estamos oferecendo um pacote bem competitivo em termos de desligamento, oferecendo não só uma indenização reforçada, mas assistência médica, assistência educacional e um programa de requalificação profissional”, disse Ardenghy.
O presidente da estatal detalhou que, por parte da Petrobras, serão 396 demissões. “O restante pertence a empresas que fornecem mão de obra. Elas podem não necessariamente demitir seus empregados e podem absorver em outras atividades”, disse ele, que afirmou que a fábrica de fertilizantes trazia prejuízos a estatal desde que foi comprada e será fechada porque não despertou o interesse de investidores.
Castello Branco criticou ainda pessoas que teriam ameaçado um aposentado da estatal que se dispôs a trabalhar nas equipes de contingência. Segundo o presidente da Petrobras, o aposentado e sua família foram assediados no prédio em que moram. O executivo disse que ligou para ele: “Mostrei nosso repúdio a essas atividades que consideramos terrorista e oferecemos proteção a ele e a sua família”.
*com Agência Brasil