Como viver de renda?
Compartilhar no LinkedinCompartilhar no FacebookCompartilhar no TelegramCompartilhar no TwitterCompartilhar no WhatsApp
Compartilhar
Home
/Educação Financeira
Notícias
Carteiras Administradas: confira as projeções para 2023, segundo EQI Asset

Carteiras Administradas: confira as projeções para 2023, segundo EQI Asset

Entender o panorama do cenário global em 2023 e aplicar tais projeções para minimizar os riscos nos investimentos através de estratégias de balanceamento de carteira é o ponto-chave para todos os investidores. 

Com o objetivo de mapear o que vem pela frente, Roberto Chagas, Gestor de Renda Variável da EQI Asset; Ricardo Cará, Gestor de Multimercados da EQI Asset; e Alejandro Schiuma, Gestor de Renda Fixa e Crédito, comandaram o EQI Talks “Carteiras Administradas e Projeções para 2023”.

Se você perdeu a live, acompanhe a seguir os principais insights do encontro. 

Saiba agora o que deve impactar os seus investimentos nos próximos 12 meses. 

Aperto monetário global deve se encerrar

Para Ricardo Cará, o tema macro global em 2023 será o arrefecimento dos índices de inflação globais, tanto nos países desenvolvidos, como emergentes. 

“Já tivemos o pico e estamos começando a ver uma conversão mais próxima às metas de cada país. Dessa forma, devemos ver esse ciclo de aperto se encerrando mundialmente”, aponta. 

Ele destaca que algumas economias já encerraram esse ciclo, como o Brasil, muitas ainda continuam, como é o caso dos EUA, e outras já estão chegando ao final. 

EUA: juros devem cair até o segundo trimestre 

De acordo com Cará, nos EUA é possível que o Fed – o Banco Central Americano – mantenha uma sequência de mais dois ou três aumentos das taxas de juros. 

“No entanto, o importante é observar que estamos próximo ao fim, com expectativa de que o ciclo termine até o segundo trimestre, com taxa próxima a 5%. Esse movimento de queda também deve acontecer na Europa, México e Chile”, comenta.

2023 será positivo para os países emergentes 

Vislumbrando um cenário global de queda de juros à frente, o gestor da EQI Asset se mantém otimista quanto à performance da economia dos países emergentes. 

“Vimos que o dólar teve um movimento muito forte de valorização em 2022 contra todas as moedas, porque os EUA estavam puxando a fila dos países desenvolvidos no aumento dos juros”. 

Contudo, Cará acredita que isso não deve se repetir em 2023. 

“Agora, vemos que o ciclo do dólar já começa a virar, no qual veremos as curvas de juros vindo para baixo, o dólar ficando mais fraco e as bolsas de países emergentes, como Brasil, México e Chile indo bem. Também destacamos a reabertura da economia da China, com o encerramento da política de Covid zero, o que deve dar bastante espaço para crescimento na bolsa”, analisa.

Mercado de trabalho e o risco de recessão mais acentuada nos EUA

Embora não represente uma preocupação intensa, Ricardo Cará aponta que entre os riscos que podem atrasar a queda dos juros americanos está o mercado de trabalho, que pode não arrefecer no ponto ideal para uma decisão favorável do Fed.

“Esse é um risco que pode fazer com que os juros subam mais do que o mercado precifica, o que pode acabar desembocando em um recessão um pouco mais forte”, pondera. 

Brasil está atrativo para estrangeiros 

Já quanto ao Brasil, o gestor observa que o mercado permanecerá atento ao desenvolvimento das políticas públicas do novo governo. “Temos à frente uma reforma tributária no primeiro trimestre e um novo arcabouço fiscal para acompanhar”, comenta.

No entanto, apesar dessas incertezas, o cenário do país é favorável para os olhares externos, conforme ressalta Roberto Chagas, Gestor de Renda Variável da EQI Asset. 

“Em termos de bolsa e câmbio, o Brasil vem chamando a atenção do investidor estrangeiro, com valuation atrativo e ciclo monetário avançado, apesar das notícias ruidosas do cenário político”, comenta. 

Ele destaca como reflexo desta análise positiva o fluxo de capital para mercados emergentes, que na última semana foi o maior desde 2021, com Coreia do Sul, Taiwan e Brasil como destaques, conforme visto no gráfico abaixo.

Já quanto às perspectivas de exposição em bolsa, Chagas comenta que, apesar do percentual ter caído de 2020 para cá – conforme visto no gráfico abaixo – as perspectivas se mantêm boas para 2023. “As empresas analisadas pela EQI Asset estão saudáveis, com boas vantagens competitivas”, reforça. 

gráfico exposição de ações no Brasil 2002 a 2022

Capital estrangeiro deve responder a uma boa gestão pública

Para Ricardo Cará, o Brasil tem hoje grandes chances de se provar como um ambiente previsível para os investimentos. Mas, para isso, o governo deve continuar sinalizando um discurso alinhado e coerente.  

“O estrangeiro chegou a ter cerca de 22% na dívida pública em 2014. Desde então, houve uma redução dessa participação por questões do aumento do risco Brasil trazidas pelo impeachment de Dilma Rousseff e da alta dos juros lá fora, principalmente, nos EUA. Hoje, vemos que existe espaço para o capital estrageiro voltar para o Brasil a partir das sinalizações e entrega das políticas públicas”, aponta.

Roberto Chagas destaca que e estrangeiro é pragmático e atua além dos ruídos. “Em 2022 tivemos um grande volume de capital entrando em todos os meses. A percepção geral que prevalece para o investidor de fora é que as empresas e o câmbio estão baratos e os juros estão perto do encerramento do ciclo”.

Alocações têm boas oportunidades, apesar dos ruídos

Mesmo que o capital estrangeiro não seja tão sensível aos ruídos políticos, Ricardo Cará destaca que para o investidor brasileiro também há boas oportunidades, apesar de toda a volatilidade no mercado. 

“No percentual de renda fixa que alocamos nas carteiras balanceadas, temos o pós-fixado, com uma participação maior, ao mesmo tempo que aproveitamos as volatilidades dos últimos meses com relação às taxas de juros e cenário político, para aplicação nos juros pré-fixados, com taxas acima de 13,5%”, reforça. 

Riscos do novo governo 

Roberto Chagas aponta que o maior risco em relação às políticas públicas estaria na revogação ou modificação de reformas estruturantes. Contudo, ele as considera como remotas. 

“Não há motivos para que o governo dê ‘um tiro no próprio pé’, ou seja, que estabeleça medidas que disparem a inflação e causem uma nova subida de juros. Se o Brasil parar de crescer não há capital político que se sustente”. 

Sendo assim, o gestor espera que os juros devem voltar para a média dos últimos 10 anos, entre 4,8% e 5%. 

“É preciso separar ruído de sinal para não cair nas armadilhas do cenário político. Há freios de arrumação, além disso, hoje os discursos dos integrantes do governo estão mais alinhados. O fluxo de capital entrando, mostra que o investidor estrangeiro está vendo um cenário propício”, complementa Cará. 

Ainda de acordo com ele, o governo vem sinalizando para a criação de um ambiente favorável para que o Banco Central possa iniciar a queda de juros. Também é preciso acompanhar a nova regra de arcabouço fiscal que irá entrar no lugar do teto de gastos. “A partir desta clareza, o mercado responderá retirando o prêmio de curva de juros e expectativa de inflação”, reitera o gestor. 

Juro real e a bolsa 

Quanto ao juro real – usado para aferir a relação de preço / lucro da bolsa – Roberto Chagas destaca que a média dos últimos 10 anos foi de 4,8% e que hoje os níveis estão bastante estressados.  “A relação está próxima a níveis vistos durante o governo Dilma”.

Contudo, Chagas aponta um cenário mais favorável em 2023. “Ao fazer um exercício para encontrar diferentes relações de preço lucro da bolsa, se não tivermos deterioração fiscal ou intervenções em reformas estruturantes, podemos tabelar o juro real em 5%, respeitando a média dos últimos 10 anos. Isso nos dá uma relação de preço / lucro da bolsa de quase 9x”, analisa. 

Cenário juro real de 5 anos

projeções juro real nos próximos 5 anos

Gestores apontam upside em 2023

“Para 2023, nosso cenário-base é de 10% de queda de lucro, principalmente, por conta da volta de algumas commodities, isso nos traria um cenário em que a bolsa variaria entre 140 mil e 145 mil pontos”, destaca.

Chagas destaca ainda a queda de juros em 2023, que virá em um ambiente externo mais saudável, mais propício para a tomada de risco, reforçando oportunidades que cabem dentro de um portfólio com risco retorno muito bom. 

Carteira de ações

Uma forma de calibrar essas expectativas, segundo ele, está na Carteira Administrada de Ações, que busca empresas líderes em seus setores, com boas barreiras de entrada e que tenham uma margem de segurança importante para atravessar cenários binários dentro de ciclos de 3 anos.

“Essas empresas são, para nós, aquelas fortalezas que em momentos ruins ganham mercado e protegem seus retornos, criando vantagens competitivas que expulsem novos entrantes ou dificultem os atuais pares”, comenta.

“Gostamos e precisamos delas principalmente nos momentos ruins, e usamos oportunidades dadas pelo mercado para calibrar para cima ou para baixo as posições em relação ao índice Bovespa, nosso benchmark”, completa.

Neste caso, a posição que mais gera risco retorno na carteira de ações Brasil, segundo o gestor da EQI Asset, é o Iguatemi (IGTI3). 

“O Iguatemi tem localização que é irreplicável pelos seus concorrentes. A marca e seus shoppings atraem um público de alta renda, em que as crises são sempre menos impactantes”.

De acordo com ele, outras empresas que compõem a carteira e que merecem destaque são a Energisa (ENGI11), “responsável por trazer previsibilidade, além de pagar bons dividendos”, além do Mercado Livre (MELI), que segundo Chagas “pode se beneficiar do evento ocorrido com as Americanas, além de estar bem posicionado em um mercado que vem ganhando tração, incluindo outros países como México e Chile”.

Carteira de dividendos 

Já na carteira de dividendos o foco dos gestores são os dividendos sustentáveis. 

“Buscamos empresas líderes em seus setores com boas barreiras de entrada que defendam seu fluxo financeiro”, reforça Chagas.

Nesse sentido, o gestor destaca a alocação da Vale (VALE3), “que traz um hedge natural para o câmbio”; o Bradesco (BBDC4), que “apesar do mal resultado, o caminho estrutural da empresa segue intacto, apresentando um dividend yield que figura entre os maiores com quase 8%; e a B3 (B3SA3), que, segundo o gestor, “tem crescido na medida em que a preocupação financeira aumenta na vida das pessoas, com dividendos também de 8%”. 

O que são as carteiras administradas da EQI Asset?

Com a intenção de oferecer gestão ativa e calibragem oportunista de ativos, a EQI Asset criou as Carteiras Administradas.

Elas oferecem atendimento de wealth management – específico para gestão de fortunas –, mas acessível a qualquer investidor e a preço de varejo: o aporte mínimo é de R$ 100 mil.

A EQI Asset possui duas classes de carteiras administradas:

Carteiras administradas de ações

São três os modelos de carteiras administradas de ações oferecidas pela EQI Asset.

Ações Brasil

Focada 100% em ações de empresas brasileiras listadas na B3, contemplando small caps, dividendos, e mantendo como meta rentabilidade superior ao Ibovespa.

Esta carteira é recomendada para quem fica 100% confortável investindo em ações, ou seja, é um investidor arrojado.

Dividendos

A segunda carteira tem foco exclusivo em ações que pagam bons dividendos, também com diversificação setorial. Destina-se, principalmente, a um perfil mais moderado de investidor de renda variável.

Carteira balanceada

A terceira modalidade é para o cliente que está bastante desconfortável com o mercado de ações. Para este, foi montada uma carteira composta de 80% de renda fixa e apenas 20% de renda variável.

Carteiras administradas de crédito

São dois modelos que se diferenciam, basicamente, pelo indexador utilizado (taxa de referência que vai determinar o retorno do investimento).

Carteira Administrada de Crédito Conservadora

Como o próprio nome indica, é a mais conservadora das opções, selecionando ativos de renda fixa que utilizem indexadores pós-fixados.

Os pós-fixados, geralmente, têm um indexador mais uma taxa, que também é chamada de prêmio. Esse indexador pode ter diferentes formatos, em que ele pode ser, por exemplo, o CDI (Certificado de Depósito Interbancário) ou a Selic.

Mas, ao contratar o produto, o investidor tem a certeza de que o rendimento será, por exemplo, no mínimo a variação da taxa de juros – e, é exatamente por isso que os pós-fixados são considerados mais conservadores e defensivos.

Carteira Administrada de Crédito Dinâmica

É uma carteira com maior flexibilidade, usando indexadores pré-fixados e de inflação, com ativos sujeitos à marcação a mercado.

Quando você faz uma aplicação prefixada (como um CDB, por exemplo), já sabe qual a taxa de juros que irá remunerar o investimento durante todo o período. Por exemplo: um CDB que rende 2% ao ano.

Independentemente de qualquer variação da Selic durante o ano, o seu dinheiro irá render os mesmos 2% ao ano durante todo o tempo em que estiver aplicado.

Entretanto, oportunisticamente, o título pode ser negociado no mercado secundário para se ganhar com a marcação a mercado – o que os gestores saberão coordenar da melhor forma dentro da Carteira Administrada.

A marcação a mercado, vale dizer, impacta os títulos no caso do resgate antecipado (antes do vencimento) e é a oscilação que acontece diariamente, segundo as expectativas do mercado para a taxa de referência durante todo o período até o vencimento.

(Redação Cláudia Zucare e Vanessa Araujo)