A organização da campanha do presidente Donald Trump entrou com processo por difamação contra o jornal The New York Times (NYT), nessa quarta-feira (26), por causa de um artigo de opinião, dizendo que o jornal publicou alegações falsas no ano passado com o “objetivo intencional” de prejudicar as chances de reeleição de Trump.
A campanha disse que o NYT relatou falsamente “como fato uma conspiração com a Rússia”, em artigo assinado por Max Frankel, publicado em 27 de março de 2019. Frankel é um ex-editor executivo do jornal.
O processo, que foi aberto na Suprema Corte do Estado de Nova York, em Manhattan, reivindica “milhões” de dólares em danos, mas não informa um valor específico.
Alegação de Trump
O processo alega que o jornal “se envolveu em um padrão sistemático de preconceito” contra a campanha de Trump. O jornal difamou o presidente para prejudicar sua reeleição, diz a organização da campanha.
Um porta-voz do NYT comentou que “a Campanha Trump recorreu aos tribunais para tentar punir um jornalista por ter uma opinião que o presidente considera inaceitável”.
“Felizmente, a lei protege o direito dos americanos de expressar seus julgamentos e conclusões, especialmente sobre eventos de importância pública. Estamos ansiosos para reivindicar esse direito neste caso””, disse o porta-voz.
Já Frankel se recusou a comentar, dizendo que vai “deixar isso para o Times”.
Munição para a oposição
Donald Trump, desde o começo do mandato, vem se mostrando hostil com a imprensa em geral, especialmente com aquela que não costuma concordar com ele. A oposição democrata tenta utilizar essa aversão à liberdade de imprensa como munição.
O senador Bernie Sanders, de Vermont, um independente que está buscando a indicação presidencial democrata, disse que Trump estava “tentando desmantelar o direito à liberdade de imprensa na Primeira Emenda, processando The New York Times por publicar uma coluna de opinião sobre seu perigoso relacionamento com a Rússia”.
O subtítulo do artigo de Frankel dizia: “a campanha e o Kremlin tinham um acordo abrangente: ajudar a derrotar Hillary Clinton por uma nova política externa pró-Rússia”.
Frankel escreveu, no primeiro parágrafo do artigo, que durante a eleição de 2016, “não havia necessidade de conluio eleitoral detalhado entre a campanha de Trump e a oligarquia de Vladimir Putin porque eles tinham um acordo abrangente: a ajuda de Hillary Clinton para o estabelecimento de uma nova política externa pró-Rússia, começando com o alívio das pesadas sanções econômicas do governo Obama”.
Os processantes alegam que não houve acordo algum entre a campanha de 2016 e a Rússia e que o NYT mesmo confirmou a falsidade dessas alegações.
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