A Blau Farmacêutica (BLAU3) comunicou, nesta quarta-feira (26) a aquisição total da Pharma Limírio Indústria Farmacêutica, por R$150 milhões, uma Companhia que explora a fabricação de medicamentos alopáticos injetáveis para uso humano, localizada em Anápolis, Estado de Goiás.
Segundo o comunicado, “a efetiva conclusão da transação e a transferência das quotas com o pagamento do preço de aquisição estão sujeitos ao cumprimento das condições precedentes previstas no Contrato, as quais deverão ser cumpridas no prazo de 120 (cento e vinte) dias a partir da data de assinatura do Contrato”.
A empresa explica que “a aquisição reforça a estratégia da Blau de crescimento de sua capacidade de produção e da expansão de novas linhas de produtos”.
Sobre a Blau
A Blau é uma companhia farmacêutica 100% nacional com mais 30 anos de atuação, focada no mercado hospitalar. É especializada na produção de medicamentos na maioria injetáveis, de alta complexidade, e vendidos com marcas próprias.
Detém um grande portfólio para atender hospitais e clínicas, como linhas de medicamentos biológicos, especialidades e oncológicos, e em diversas classes terapêuticas como hematologia, nefrologia, infectologia e anestesia.
A companhia possui ampla estrutura de vendas no mercado doméstico e internacional, exportando seus fármacos para Ásia e América Latina. A farmacêutica possui quatro unidades fabris no país, além de cinco subsidiárias na Argentina, Chile, Colômbia, Peru e Uruguai.
Operacional
A Blau lucrou R$ 200 milhões no ano passado, alta de 62,5 % em relação a 2018.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) somou 311 milhões, alta 46%. A margem Ebitda em 2019 foi de 31,9%, alta 4,6 pontos percentuais.
As despesas financeiras de 2019 atingiram R$15 milhões, o que representou uma retração de 38,6% em relação ao ano anterior.
Conforme, mensagem do presidente da Blau, Marcelo Ham, os resultados são “fruto de uma sólida gestão orçamentária e da busca incansável por maior produtividade”.
A receita líquida de 2019 atingiu R$978 milhões, 25,0% acima do ano anterior. Segundo a companhia “este comportamento é reflexo de crescimento em todas as unidades de negócio (Biológicos, Especialidades, Oncológicos e Outros) com destaque a linha dermatológica”.
A Margem Bruta alcançou 44% em 2019, alta de 0,8 pontos percentuais.
Dívida
A dívida líquida somou R$ 43 milhões, redução de 260,5%. “A alavancagem da companhia reduziu no quatro trimestre devido à principalmente a maior posição de caixa no fim do período”.
A alavancagem, medida pela relação entre a dívida líquida e o Ebitda, ficou em 0,14 vez ao final de 2019, recuando em comparação à posição do encerramento de 2018, que era 0,53 vezes.
IPO
A Blau pode fazer uma nova tentativa para lançar sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) ainda neste ano, aproveitando o bom momento vivenciado no mercado de capitais brasileiro.
Cabe destacar que em janeiro de 2018, a farmacêutica protocolou o pedido de abertura de capital na Comissão de Valores Mobiliários (CVM). Mas, a companhia decidiu interromper o processo devido à demanda fraca por parte dos investidores e o momento incerto que o Brasil vivenciava.
Sendo assim, optou por aguardar um momento mais propício para realização do IPO. A farmacêutica não foi o única a não concretizar o IPO em 2018.
Já em janeiro de 2019, a farmacêutica conseguiu junto à CVM, o registro de companhia aberta, categoria “A”, referendando o amadurecimento da governança corporativa da empresa.
Rating
No ano passado, a Fitch Ratings atribuiu o rating AA(br) com perspectiva estável à Blau.
De acordo com a agência classificadora, o rating da farmacêutica reflete “a natureza defensiva da indústria farmacêutica, a liderança da companhia em seu nicho de mercado – o segmento hospitalar de alta complexidade – e o baixo risco de sua carteira de produtos, composta por medicamentos proprietários e com baixo risco de substituição.”
A Fitch acrescenta que a expectativa é que “a companhia irá preservar métricas de crédito em patamares adequados, mantendo uma estrutura de capital desalavancada e elevadas margens operacionais.”





