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Bitcoin: queda no preço da cripto indica ponto de entrada ou saída?

Bitcoin: queda no preço da cripto indica ponto de entrada ou saída?

A criptomoeda Bitcoin (BTC) desabou dia 21 de janeiro. De US$ 43 mil, ela foi para US$ 38 mil, levando também alguns altcoins a caírem dois dígitos.

No final de 2021, entusiastas já comentavam sobre um ponto de virada da cripto em 2022, e que isso indicaria um ponto de entrada de muitos investidores ao universo das criptomoedas.

A maior criptomoeda do mundo registrou perdas de 10,5% em um acumulado de 24 horas, cotada a US$ 38.300, naquele momento.

A queda ainda foi menor do que a de Ethereum (ETH) e Solana (SOL), por exemplo, que perderam 13,7% e 11,5%, respectivamente, cotadas a US$ 2.781 e US$ 124, naquele momento.

Para Augusto Backes, investidor independente, não existe momento certo ou errado para a entrada no Bitcoin.

“Para quem entende dos fundamentos do Bitcoin e considera ele como alternativa financeira e principal moeda alternativa ao dólar, qualquer queda de 50% como a que passamos nos últimos meses é uma oportunidade de compra. Porém, o que eu digo para as pessoas que estão iniciando no mercado é que dê dois passos atrás e estude os fundamentos do mercado antes de se aventurar tentando fazer dinheiro rápido”, afirma.

Economia instável

Backes salienta ainda o fato de estarmos em um ano difícil, de aumento de taxas de juros, de possível aperto quantitativo, e onde teremos talvez menos acesso ao crédito, principalmente ao dólar no longo do ano.

“Possivelmente poderemos ver vários investidores do mercado institucional migrarem dos mercados voláteis, e quererem diminuir o apetite ao risco e investir em títulos de dívida pública americana. Com a elevação das taxas de juros, pode ser que os mercados menos voláteis sejam mais atrativos para os investidores maiores, e isso pode enfraquecer ou tirar um pouco da velocidade e volatilidade do bitcoin”, diz ele.

Estudar o mercado da criptomoeda ainda é a melhor saída para quem não quer perder dinheiro. 

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Compras a longo prazo

Já para os que gostam de Bitcoin, Backes recomenda aportar e comprar nos suportes majoritários nas quedas acima de 50%, visando o longo prazo.

Para ele, devemos imaginar que estamos num ciclo de baixa, mas que em quatro anos podemos ter “aquele ciclo de euforia que tivemos em 2017 e 2021”.

Altcoins não é alternativa

Para o investidor financeiro, 2022 será o pior ano possível para investir em altcoins (moedas alternativas ao Bitcoin), pois a maior parte delas faz parte de startups.

Segundo ele, essas empresas querem provar serem as melhores alternativas ao BTC ou ao próprio sistema descentralizado da rede Ethereum, e isso gera um altíssimo risco.

“Se diminuir muito o apetite por investidores institucionais, com certeza o mercado de startups de altcoins vai sofrer demais. Eu espero quedas de 90% em diversas altcoins, ou seja, não focaria em nada além do bitcoin para este ano”, conclui Backes.

 

bitcoin, criptomoeda

Surpresa com a grande queda

Mesmo com uma estimativa de queda para este ano, muitos traders foram pegos de surpresa, afinal, a moeda estava passando por leves altas nos últimos dias.

De acordo com a CoinGlass, naquela semana houve quase US$ 900 milhões em liquidações (prejuízo de traders alavancados).

Desses, US$ 336 milhões foram em Bitcoin, US$ 256 milhões em Ethereum e US$ 22 milhões em Solana.

O movimento neste mercado é visto como uma continuação da tendência de fuga de capital para ativos considerados mais seguros, em meio ao receio de que os bancos centrais devem começar a incrementar o ritmo de retomada das taxas de juros, aumentando a atratividade de títulos públicos.

Elevação da taxa de juros

Especialistas afirmam ainda que parte dessa queda refere-se à desmontagem de posições especulativas, que ocorreu depois que os investidores ao redor do mundo recalcularam as probabilidades de o Fed elevar os juros ainda em 2022, além de apertar a liquidez. As medidas destinam-se a baixar a inflação.

Nesse meio, há algum tempo, as criptomoedas vinham funcionando como uma estratégia de hedge contra a inflação. Com menos necessidade de hedge, as posições são desmontadas. 

Análise técnica

Para entender se vale ou não entrar no mundo das criptos, uma análise técnica pode ajudar. 

O recurso utiliza gráficos e indicadores para encontrar padrões e tendências, e foi criado há mais de 100 anos, logo, não é algo voltado especialmente para as criptos. 

Ela se baseia nas máximas e mínimas, volumes, preço de fechamento diário, semanal e mensal, buscando estabelecer possíveis cenários.

Muitos indicadores foram criados ao longo desse tempo, porém sua base permanece a mesma, seja através de complexos algoritmos, ou do uso mais simples de linhas de tendência de preço, suporte (piso) e resistência (teto) dos movimentos.

Esta análise busca padrões que regularmente se repetem ao longo do tempo, independentemente de ter ocorrido por conta de uma notícia, especulação ou mudança no cenário macroeconômico.

O trader que segue a análise técnica tenta fugir ao máximo dos acontecimentos por trás do bitcoin, justamente para evitar um viés.

A ideia é observar o histórico de negociação para identificar tendências de preço através de fórmulas matemáticas ou formações no gráfico.

A análise técnica assume que toda informação disponível no mercado já foi precificada, logo não é possível obter lucros tentando antecipar acontecimentos. Uma parte deste estudo é dedicada integralmente ao estudo dos gráficos de preço, conhecido como análise gráfica.

Indicadores

Entre os indicadores mais utilizados encontram-se as Médias Móveis Simples, Bandas de Bollinger e Índice de Força Relativa (IFR).

O primeiro, calcula a cotação média em determinado número de períodos, relativo à barra do gráfico.

Se formos analisar um gráfico diário, e selecionarmos 20 períodos na média móvel, a linha a ser traçada irá refletir sempre a média dos 20 dias anteriores.

Não existe uma regra de uso para gráficos de 15 minutos, diários ou mensais. Cada trader deverá encontrar uma configuração (setup) que seja adequada ao ativo em questão. De qualquer maneira, os períodos mais utilizados são 20, 50 e 100 dias.

Já a Bandas de Bollinger, indicador é muito utilizado para tentar encontrar sinais de força, quando está oscilando na banda superior, e até mesmo exagero, quando o gráfico rompe para cima. O oposto ocorre na banda inferior, sinalizando fraqueza.

Curiosamente, seu criador John Bollinger segue ativo, tendo inclusive realizado algumas análises de criptomoedas em suas redes sociais.

O IFR é projetado na escala entre 0 e 100, e compara a cotação média dos dias de alta com os dias de queda.

Valores acima de 70 indicam sobrecompra, ou seja, potencial fim do movimento de alta. O oposto ocorre quando este indicador atinge patamares abaixo de 30.

Ele é mais utilizado para indicar compra do ativo quando sai da zona de sobrevendido para a região neutra.

Além disso, traders costumam trabalhar com stop (limite de baixa) mais curtos quando a criptomoeda encontra-se na região sobrevalorizada, indicando que um ajuste pode ocorrer, trazendo uma queda mais acentuada.