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Big Techs chinesas podem ganhar até US$ 8 trilhões com metaverso

Big Techs chinesas podem ganhar até US$ 8 trilhões com metaverso

Mesmo em um ambiente altamente regulado e com sérias restrições de censura, as gigantes da área de tecnologia chinesas devem investir no metaverso, a palavra da moda quando se fala em internet. 

Antes de aprofundar sobre este tema na China, é preciso definir o que é metaverso. O conceito remete a uma realidade paralela que ocorre em um mundo virtual. Nele, é possível ter um avatar e efetuar diversas atividades, como comprar em lojas, ir a shows e interagir com outras pessoas. Tudo se baseia na ideia de realidade virtual.

Ou seja, um metaverso é um espaço virtual no qual os participantes têm a oportunidade de ter e compartilhar experiências diferentes.

Neste local com um potencial bastante rentável, empresas americanas como a Meta, controladora do Facebook, estão apostando no Metaverso. Inclusive, até mudou de nome para cair de cabeça nele. Enquanto que a Microsoft comprou a empresa de jogos Activision com o objetivo de se aproximar ainda mais neste ambiente de realidade virtual. 

Diante disso, o governo chinês já está de olho nesta fatia no mercado e deve manter a regulamentação rígida sobre as techs domésticas. Por isso, as empresas chinesas estão adotando uma abordagem mais cautelosa. 

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Quais são as empresas de olho no Metaverso?

Segundo uma nota publicada da Morgan Stanley, o metaverso chinês pode gerar 52 trilhões de yuans, ou cerca de US$ 8 trilhões. As principais empresas que estão investindo nessa área são a Tencent, NetEase (NETE34), ByteDance (proprietária do Tik Tok) e a Alibaba (BABA34)

Inicialmente, para entrar no metaverso, essas companhias devem investir em realidade virtual, jogos e mídia social. Então, em seus produtos a big techs chinesas podem incluir a compra de itens virtuais em jogos ou criar avatares digitais de si mesmo para participar de reuniões. 

Em entrevista ao portal americano CNBC, Winston Ma, sócio-gerente da CloudTree Ventures, disse que o metaverso é o futuro das redes sociais e, assim, as gigantes de tecnologia da China precisam adotá-las o mais rápido possível. “São novas maneiras de engajar a geração mais jovem de usuários da Internet, o que é crítico no momento em que seus modelos de negócios em smartphones e internet móvel estão maduros”, continua Ma. 

Metaverso mulher de óculos

Empresas podem ganhar até US$ 8 trilhões com metaverso

Big techs chinesas no metaverso

O CEO da Tencent, Pony Ma, declarou, em novembro, durante uma teleconferência de resultados, que o metaverso é uma oportunidade de adicionar um crescimento robusto para as indústrias de jogos. A Tencent é a maior empresa de jogos do mundo e conta com um bom portfólio de jogos para PC e smartphones. 

Além dos jogos, a Tencent é proprietária do WeChat, uma espécie de WhatsApp chinês. O aplicativo de mensagens tem mais de um bilhão de usuários ativos. Ma destacou que a empresa tem know-how para explorar e desenvolver o metaverso. 

Já a ByteDance, dona do Tik Tok, investiu pesado na indústria de jogos em 2021. Em agosto, a empresa comprou a fabricante de headsets de realidade virtual, a Pico. 

Metaverso: estratégias diversificadas

Enquanto que a Alibaba afirmou que planeja, ainda em 2022, lançar um óculos de realidade aumentada para reuniões virtuais. A realidade aumentada é uma espécie de imagens sobrepostas no mundo real e é uma das apostas para quem deseja ingressar no metaverso. 

Além disso, a empresa de comércio eletrônico anunciou, durante os Jogos Olímpicos de Inverno, em Pequim, um novo influenciador virtual, o Dong Dong. Ele é o avatar digital que pode ser encontrado no aplicativo de compras Taobao do Alibaba. O app apresenta as principais notícias e promove ações de marketing sobre os jogos olímpicos. 

A NetEase, outra gigante da indústria de jogos da China, montou uma base de operações focada em aplicativos relacionados ao metaverso na província de Hainan, no sul do país.

A Baidu lançou um aplicativo metaverso no ano passado chamado XiRang, uma espécie de mundo virtual que pode acomodar até 100 mil pessoas ao mesmo tempo. Apesar disso, os executivos do Baidu minimizaram as expectativas do app porque ele ainda não está à altura dos investimentos aplicados. Com isso, Ma Jie, vice-presidente da Baidu, disse que pode levar mais seis anos até o lançamento completo.

Essas movimentações indicam que há sinais de investimentos das big techs chinesas e revelam as intenções das empresas de entrar na área. 

“Semelhante ao campo que vimos no Meta, o conceito de metaverso pode envolver inicialmente jogos suportados por VR/AR e ambientes sociais interativos”, declarou Charles Mok, fundador da Tech For Good Asia, em entrevista ao site CNBC.

“Essas obviamente serão as áreas que os grandes players de tecnologia da China seguirão primeiro, com recursos avançados na China – como pagamento e serviços on-line integrados do tipo WeChat – que podem ser estendidos e incorporados ao metaverso”, conclui.

Metaverso é regulamentado na China

Embora as empresas chinesas tenham grande interesse em ingressar no metaverso, o governo chinês pode dificultar a vida das techs em relação ao forte controle regulatório no país. 

Novas leis anti-monopólio para plataformas de internet foram propostas, além de uma lei de proteção de dados pessoais foi aprovada recentemente. Pequim também reduziu a quantidade de tempo em que os jovens menores de 18 anos podem jogar online. 

Especialistas sobre a atuação no mercado chinês relatam que o avanço do metaverso deve promover a criação de novos marcos regulatórios sobre aplicativos. 

“A grande diversidade de aplicações no metaverso significa que há o desenvolvimento de um conjunto de políticas ‘única para todos’ não será viável para Pequim. Cada aplicativo receberia seu próprio conjunto exclusivo de regulamentos que se baseiam na legislação existente”, disse Hanyu Liu, analista de mercado da Daxue Consulting na China, para a CNBC.

Liu ainda salienta que a China sabe exatamente quando e onde pressionar as empresas. Visto que Pequim deve manter uma vigilância cuidadosa, mas terá o cuidado necessário para não causar danos irreversíveis à indústria.

Com isso, a China continuará com a censura ao conteúdo no metaverso. “Também devemos esperar uma censura estrita, o que significa que provavelmente haverá um metaverso chinês isolado que é separado do internacional”, afirma Liu.

Entretanto, os analistas apontam que terá regulamentações mais rígidas para gerenciar o metaverso. Em janeiro, as autoridades aprovaram um conjunto de regulamentos que regem como as empresas de internet podem usar algoritmos de recomendação. 

Ainda que o governo chinês tenha a intenção de regular o metaverso, as cidades e regiões da China estão procurando oportunidades na novidade. Em 2021, a principal cidade de Xangai mencionou o metaverso em seu plano de desenvolvimento de cinco anos para o setor de tecnologia da informação.

“A China é extremamente inteligente quando se trata disso. Ele sabe exatamente quando e onde precisa manter sua mão; perto o suficiente para que possa manter uma vigilância cuidadosa, mas não a ponto de causar danos irreversíveis à indústria”, encerra Liu.

E os criptomoedas?

Quando falamos em metaverso, algumas pessoas o ligam à criptomoedas. Com elas, o usuário poderá comprar um tipo de terreno ou item virtual. Mas isso será um desafio para as empresas chinesas. 

Pequim está empenhado em encerrar com o comércio, inclusive proibiu a mineração de criptomoedas, como o Bitcoin. 

Por outro lado, a própria China está promovendo a criação da sua própria moeda digital emitida pelo banco central , conhecida como yuan digital ou e-CNY .

“Provavelmente haverá opções muito limitadas para criptomoedas”, disse Liu, da Daxue Consulting, acrescentando que a moeda digital da China pode ser usada em aplicativos de pagamento metaverso.