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Batalha de gigantes do varejo: GPA (PCAR3) e Carrefour (CRFB3) disputam setor de mercados

Batalha de gigantes do varejo: GPA (PCAR3) e Carrefour (CRFB3) disputam setor de mercados

No início de 2021, os maiores gigantes do varejo de alimentos brasileiro, Grupo Pão de Açúcar (GPA) e Carrefour, realizaram importantes movimentos que mexeram com o mercado financeiro. No caso do GPA, o spin-off movimentou o preço das ações. E, ao que tudo indica, parece que vem mais novidade por aí quanto à estrutura societária do grupo, dessa vez da parte do seu controlador, o grupo Casino.

Em relação ao Carrefour, a aquisição do BIG promete mudar novamente o desenho do varejo brasileiro. A seguir, saiba mais sobre esses movimentos, e entenda a operação desses dois gigantes do varejo brasileiro!

Grupo Pão de Açúcar

Segundo o ranking da Sociedade Brasileira de Varejo, o GPA é o maior varejista do país. Atualmente, são mais de mil lojas e cerca de 100 mil funcionários.

A origem do grupo data de 1948, quando Valentin dos Santos Diniz abriu a doceria Pão de Açúcar em São Paulo. O negócio de supermercados iniciou somente em 1959.

Até 2013, Abílio Diniz, filho do fundador, esteve à frente dos negócios do grupo. A partir desse ano, o grupo francês Casino assumiu o controle das operações.

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Para entender os diferentes negócios do grupo e alguns movimentos recentes do mercado, precisamos falar sobre o processo de spin-off que ocorreu entre Pão de Açúcar (PCAR3) e Assaí Atacadista (ASAI3).

O que é spin-off?

O spin-off ocorre quando uma cisão entre empresas dá origem a uma nova empresa. Ou seja, surge uma nova entidade a partir de um grupo que já existe.

A quantidade de novas empresas que podem surgir de um processo de spin-off vai depender de quantos negócios a empresa “mãe” possui.

Mas afinal, para que serve o spin-off?

Quando um grupo atua em diferentes segmentos, fica mais difícil enxergar o desempenho de cada um desses negócios. Isso porque nem sempre as informações financeiras são divulgadas por unidades de negócios. Ou seja, é difícil para o mercado precificar ações de uma empresa cujos números fazem parte de um consolidado e não são divulgados individualmente.

Por outro lado, quando um grupo decide fazer o spin-off, ele dá mais visibilidade a determinadas áreas do negócio. Isso proporciona mais transparência ao investidor, pois auxilia na precificação justa das ações.

Quando ocorre o spin-off, os preços das ações separadas são determinados pelo mercado. Nesse caso, o valor já contempla as projeções de desempenho, baseadas no porte das empresas e nas respectivas estratégias de negócios.

A Cisão do Grupo Pão de Açúcar (GPA)

A cisão ocorreu entre os negócios do Pão de Açúcar e do Assaí Atacadista. No 4º trimestre de 2020, as duas empresas já divulgaram os seus resultados separadamente.

Atividade e estrutura do Pão de Açúcar

No segmento de mercado e hipermercado, o Pão de Açúcar possui as seguintes marcas: Pão de Açúcar, Lojas Minuto Pão de Açúcar, Hiper, Extra, Compre Bem e Stix. Além disso, há também a operação da Êxito na Argentina, Uruguai e Colômbia.

Ao todo, são 1500 lojas entre todas as marcas, sendo 873 no Brasil, e 629 nos três países que têm operações da Êxito.

Atividade e estrutura do Assaí

Por sua vez, o Assaí é totalmente focado no atacarejo, e tem como principais concorrentes o Sam´s Club (grupo BIG) e o Atacadão (grupo Carrefour).

Em relação à estrutura, são 184 lojas no Brasil, predominantemente na região Sudeste, que concentra aproximadamente 60% das vendas.

Na prática, qual foi o efeito da cisão para o investidor?

O spin-off de Pão de Açúcar e Assaí ocorreu em primeiro de março de 2021. Antes da cisão, o valor de mercado das duas empresas juntas era de R$ 22,3 bilhões. Porém, em primeiro de março, o valor de ambas passou a ser R$ 25,5 bilhões, sendo que Assaí representa 75% do total e Pão de Açúcar, 25%.

Além da cisão, não ocorreu nenhum outro fato que justificasse a alta das ações no período. Dessa forma, o motivo da valorização foi o fato de o mercado passar a enxergar melhor cada um dos negócios do grupo.

Novas alterações à vista

Ainda não há confirmação do grupo, mas circula no mercado a informação de que o Casino estaria estruturando a venda se sua participação no GPA. A princípio, a ideia do controlador seria negociar primeiro a CNova, o braço de e-commerce, e o grupo Êxito.

Atualmente, a participação do Casino no GPA é de 41,2%. Segundo o mercado, o grupo francês teria interesse em permanecer com a operação do Assaí, que possui valor de mercado bem superior ao GPA.

Carrefour

Em 24 de março deste ano, o Carrefour anunciou a compra do grupo BIG Brasil por R$ 7,5 bilhões. Atualmente, o grupo BIG é o terceiro maior player do varejo alimentar brasileiro, somente atrás do GPA e do próprio Carrefour.

Dessa forma, o número de lojas do Carrefour praticamente dobra, e chega perto de 900 unidades em todo o país. De acordo com analistas, a expectativa é de que ocorra um incremento de 32% nas vendas do grupo e de 16% no Ebitda ajustado.

Essa aquisição proporcionará a expansão do Carrefour para áreas com bom potencial de crescimento, como o Nordeste e Sul do Brasil. Outra novidade será a atuação em um novo segmento de mercado voltado ao B2C, baseado em um sistema de associados. A ideia é que isso seja feito por meio de um contrato de licenciamento com o Walmart, no formato Sam´s Club. Nesse sentido, haverá foco em produtos de marca própria, e o modelo de negócios conta com mais de dois milhões de membros.

A aquisição do BIG ainda está em aprovação no CADE. Segundo previsões do órgão, a expectativa é de que o processo seja definido até o final de 2022.

Neste artigo, saiba mais sobre as expectativas de sinergias dessa negociação.

Gigantes do varejo: confira os últimos consolidados do GPA e Carrefour:

GPACarrefour
(R$ milhões)1T211T20Δ%1T211T20Δ%
Receita Líquida12.45211.8764,9%16.41314.42013,8%
EBITDA ajustado93568836%1.1011.115(1,3%)
Margem EBITDA ajustada7,5%5,8%1,7p.p.6,7%7,7%(1p.p.)
Resultado Líquido113(246)n.d.4204014,7%

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