As vendas no varejo ficaram estáveis em março, ante alta de 1% em fevereiro, informou nesta quarta-feira (8) o IBGE. A expectativa era por recuo de 0,3%. Na base anual, a alta é de 5,7%, de 8,2% de fevereiro. A projeção era de alta de 4,8%.
Com o resultado, o acumulado do ano é de expansão de 5,9%, enquanto no acumulado dos últimos 12 meses, a alta é de 2,5%. A média móvel trimestral apresentou crescimento de 1,2% no trimestre encerrado em março. Os dados são da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC).

No comércio varejista ampliado, que inclui, além do varejo, as atividades de veículos, motos, partes e peças, material de construção e atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo, o volume de vendas variou negativamente 0,3%. Já na comparação com março de 2023, houve recuo de 1,5%.
Entre as atividades do varejo, sete das oito pesquisadas tiveram resultado negativo. O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, destaca, entretanto, que houve predominância de grupos que ficaram estáveis. “Das oito atividades do varejo, quatro tiveram taxa com sinal negativo, mas que também são consideradas estáveis estatisticamente. Isto é, ficaram entre de 0% e -0,5%. Contando o varejo ampliado, foram cinco de dez” explica.
Vendas no varejo: equipamentos e material para escritório é grupo com maior queda
O grupamento de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação teve a maior queda do mês, recuando 8,7% em comparação com fevereiro.
Segundo Cristiano, o grupo vinha de uma base mais alta, principalmente conquistada em janeiro. Além desse efeito-rebote, há um outro fenômeno: um novo momento de valorização do dólar. “É algo muito influente nesse setor por conta das importações. Sempre que o dólar sobe em relação ao real, naturalmente há um aumento de preços que acaba afugentando a demanda neste grupo”, justifica o pesquisador.
A segunda maior queda de março veio do setor de móveis e eletrodomésticos (-2,4%), que também registrava resultados positivos nos últimos meses, diferente da trajetória do ano passado, quando as atividades foram bastante afetadas pela crise de lojas de departamentos que reduziu lojas físicas de grandes cadeias.
“Como o setor teve um Natal menos intenso, acabou apostando no aumento de promoções, que fortaleceu as vendas nos meses de janeiro e fevereiro. Com essa base mais alta, em março a pesquisa registrou esse rebatimento”, detalha Cristiano.
Outras atividades com queda foram livros, jornais, revistas e papelaria (-1,1%) e combustíveis e lubrificantes (-0,6%). Com taxa negativa, mas estatisticamente estáveis ficaram os setores de Tecidos, vestuário e calçados (-0,4%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,3%) e outros artigos de uso pessoal e doméstico (-0,1%).
Apenas o grupo artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria apresentou alta em março, de 1,4%.
A pesquisa mostrou que houve resultados positivos em 16 das 27 Unidades da Federação (UFs), com destaque para: Sergipe (3,7%), Bahia (3,1%) e Rio Grande do Sul (2,1%). Dentre as 11 UFs com taxas negativas, o destaque é para Mato Grosso (-11,2%), Pará (-2,6%) e Tocantins (-1,4%).
O que são as vendas no varejo?
As vendas no varejo são medidas pela Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE, que produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do comércio varejista no país, investigando a receita bruta de revenda nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, e cuja atividade principal é o comércio varejista.
Iniciada em 1995, traz resultados mensais da variação do volume e receita nominal de vendas para o comércio varejista e comércio varejista ampliado (automóveis e materiais de construção) para o Brasil e Unidades da Federação. A próxima divulgação da pesquisa, com os resultados para abril de 2024, será em 13 de junho.
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