A instabilidade é o maior receio de investidores que desejam apostar em ações da Oi (OIBR3), afinal a empresa está em recuperação judicial desde 2016. E recentemente obteve autorização do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) para a venda da telefonia móvel para as concorrentes Tim (TIMS3), Vivo (VIVT4) e Claro.
Apesar de um cenário turbulento, as ações da OIBR3 valorizaram 47% em um mês. Porém, o valor de cada ação permanece abaixo de R$ 1.
A empresa de telefonia deu entrada em seu processo de recuperação judicial devido a uma dívida líquida de R$ 65 bilhões, que foi reduzida para R$ 29,9 bilhões. Apesar de conter o prejuízo, a OIBR3 ainda sofre com o déficit em seu caixa. E por isso, a aprovação de venda da operadora representa um novo fôlego intitulado “Oi do Futuro”, que irá contar com um modelo de negócios mais enxuto focado em conexão de banda larga
Em relação ao processo de recuperação judicial, a supervisão da OIBR3 será encerrada em março deste ano, em sessão que irá acontecer na 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Esta condição não representa o término da relação entre empresa e credores, e sim, um novo recomeço para a companhia com foco em suas operações.
Estrutura da Oi (OIBR3)
O Banco BTG Pactual (BPAC11) mantém 57,9% do capital da Oi. Vale destacar, que a instituição financeira investiu R$ 12,9 bilhões na OIBR3.
Esta parceria serve de incentivo para os investidores que buscam a estabilidade em uma empresa, já que a companhia de telefonia conta com um dos maiores bancos de investimentos do Brasil e da América Latina como acionista. Outra companhia de peso alinhada a Oi, é a V.Tal, que atua com infraestrutura de fibra ótica e integra o grupo InfraCo.
A união entre BPAC11 e V.Tal pode simbolizar um excelente momento para a Nova Oi, que busca a consolidação no mercado e estima-se a expansão da rede, com possibilidade de atingir localizações remotas.
Balanço do 3TRI21
O 3TRI21 da Oi foi considerado positivo devido ao aumento da fibra e a queda no cobre. Este bom momento da Oi está associado ao término da recuperação e ao início de processo de consolidação, o que pode simbolizar um aumento gradativo na receita líquida e no Ebitda da companhia ao longo de uma década.
Existe a previsão de um aumento na receita líquida de R$ 10 bilhões para R$ 25 bilhões, isto é, em uma década. A curto prazo, a OIBR3 consegue antever um aumento de R$ 15 bilhões no ano de 2024.
Em relação ao Ebitda existe a perspectiva de aumento no valor de R$ 2 bilhões, deste ano, para a marca de R$ 10 bilhões em 2030. O EV/ ebitda tende a cair de 11,2x para 6,7x em 2022 para a 2x no mesmo período.
Vale a pena comprar ação da Oi?
A previsão de lucro da “Nova Oi” é de dois anos, e a solução neste período, é a redução do tempo para que o pagamento possa garantir um retorno acelerado para o investidor. É previsto o valor EV de 2x para 2030, considerado adequado para a OIBR3 e seus acionistas.
Outro aspecto relevante é a possível redução na dívida líquida em uma década, cujo valor estimado é de R$ 10 milhões. O Ebitda – sobre a dívida líquida pode obter queda e atingir o valor de 2,4x no período, o que é mais acessível que o atual 8x da empresa em 2022.
Em relação as ações é previsto o valor de R$ 2 a longo prazo, com o preço-alvo em linha. O entrave pode ser as altas taxas de juros do Brasil, o que representa um maior desconto no valuation da OIBR3.
Por fim, comprar ações da Oi, neste momento, simboliza um negócio arriscado. Para o investidor que quer apostar na empresa, o caminho mais correto é a prudência com pequenos investimentos.
Histórico da Oi
A Oi é uma companhia de telecomunicações do Brasil que presta serviços convergentes de banda larga, TV por assinatura, transmissão de voz local e de longa distância, para os mercados varejo e corporativo.
Foi oficialmente fundada em 2002, mas sua origem teve início em 1998, com a privatização da Telebrás e, posteriormente, com a aquisição da Brasil Telecom em 2009.
Em 2010, 22,4% da empresa foi adquirida pela Portugal Telecom. No mesmo ano, a Oi comprou essa empresa.
Entretanto, a fusão de ambas foi formalizada somente no final de 2013. As operações ficaram sediadas no Brasil.
A venda dos ativos portugueses aconteceu em 2015. No mesmo ano, a companhia contabilizou prejuízo de R$ 5,3 bilhões e entrou com um pedido de recuperação judicial em 2016. A aprovação e homologação aconteceu em 2018.
A Oi é uma das maiores operadoras do Brasil. A capilaridade da empresa em rede de fibra possui presença em todo o território nacional.
Desde 2012, a Oi está no Nível 1 de Governança Corporativa da B3. Atualmente, a empresa é uma Corporation, sem controlador definido, com um Conselho de Administração independente formado por 11 integrantes, assessorado por 4 comitês:
- Auditoria, Riscos e Controles;
- Gente, Nomeações e Governança corporativa;
- Transformação, Estratégia e Investimento;
- Inovação e Transformação Digital.
Tipos de papéis da Oi
A Oi negocia na B3 ações ordinárias OIBR3 (ON) e preferenciais OIBR4 (PN).
As ações ordinárias garantem a participação em decisões da empresa, por meio de votos em assembleias e reuniões entre os acionistas. As ações preferenciais garantem a esses acionistas a preferência nos recebimentos.
Resultados Oi – Operações Continuadas (Residencial/B2B/Outros) e Descontinuados (UPI Infraco/UPI Movel):


Recuperação judicial da Oi deve chegar ao fim
A Oi entrou com pedido de recuperação judicial em 2016, com dívidas de R$ 65,4 bilhões. O processo foi considerado o maior da história do Brasil.
O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) aprovou a aplicação de investimento da China Telecom para aumento de capital na empresa. No entanto, a China Telecom recuou com sua oferta.
A aprovação e homologação do plano de recuperação judicial da operadora aconteceu em janeiro de 2018. No primeiro trimestre deste mesmo ano, a companhia teve uma dívida total de R$ 13,5 bilhões.
Ainda em 2018, a Câmara de Arbitragem do Mercado reconsiderou a decisão anterior que suspendia os efeitos da aprovação do aumento de capital da companhia.
Sendo assim, a Oi procedeu com os atos necessários para efetivação do aumento do capital mediante a emissão de novas ações ordinárias.
Em 2020, a Justiça aprovou a divisão dos ativos da companhia em cinco Unidades Produtivas Isoladas (UPIs), colocadas à venda, entre elas o serviço de operação móvel.
Em fevereiro de 2021, a Anatel concedeu anuência prévia para que a Oi incorporasse a Telemar Norte Leste. No final de março a Oi convocou para abril uma Assembleia Geral para deliberar sobre a incorporação.
No dia 29 de junho de 2022, durante a apresentação dos resultados do primeiro trimestre de 2022, o diretor de estratégia e experiência do cliente da Oi, Rogério Takayanagi, disse que o processo de recuperação judicial da empresa deve terminar em “poucas semanas”.
De acordo com ele, o escritório Wald Advogados, administradora da recuperação judicial, entregou o relatório final pedido pelo juiz do processo, Fernando Cesar Ferreira Viana, da 7ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).
O documento continha um quadro atualizado dos credores da companhia. O processo deve passar agora pelos trâmites legais do TJ, até que o juiz se manifeste sobre o caso e elabore uma sentença.
O prazo inicial para o fim da recuperação judicial era 4 de outubro de 2021, mas a Justiça prorrogou a conclusão para 31 de março de 2022. (Com informações G1).
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