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Trump eleva tarifa sobre o aço para 50%, impactando exportações brasileiras aos EUA

Trump eleva tarifa sobre o aço para 50%, impactando exportações brasileiras aos EUA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou que, a partir da próxima quarta-feira (4), a tarifa sobre as importações de aço e alumínio será dobrada, passando de 25% para 50%. A medida foi revelada durante um comício em Pittsburgh, na Pensilvânia, na última sexta-feira (30), com a justificativa de fortalecer a indústria siderúrgica americana, reduzir a dependência da China e garantir o abastecimento interno.

A decisão ocorre em meio a uma disputa judicial sobre a legalidade de algumas tarifas implementadas por Trump durante seu mandato anterior. Apesar da controvérsia, as tarifas sobre aço e alumínio não estão sendo afetadas pelo processo em curso.

O Brasil, segundo maior exportador de produtos derivados de ferro e aço para os EUA — com vendas que somaram US$ 2,8 bilhões em 2024, atrás apenas do petróleo (US$ 5,8 bilhões) — deve ser diretamente afetado pela medida. Embora a participação brasileira no mercado de alumínio americano seja inferior a 1%, os Estados Unidos representaram 16,8% das exportações brasileiras desse metal neste ano.

Antes mesmo do novo aumento, a relação comercial entre os dois países já havia sido impactada por uma tarifa de 10% imposta aos produtos brasileiros em abril e, anteriormente, pelos 25% sobre aço e alumínio que entraram em vigor em março de 2018.

Trump anuncia investimento na siderurgia dos EUA

Durante o evento em Pittsburgh, Trump também anunciou um investimento de US$ 14 bilhões na indústria siderúrgica local, fruto de uma suposta parceria entre a US Steel e a japonesa Nippon Steel. Segundo a Casa Branca, Trump teria persuadido a Nippon a ampliar seus aportes nos EUA e conceder ao governo uma influência direta nas decisões operacionais das fábricas americanas. Nenhuma das empresas confirmou oficialmente os termos do acordo.

Trump apresentou a elevação da tarifa como uma ação decisiva para preservar a US Steel, tradicional fabricante com 124 anos de existência, e prometeu que “não haverá demissões nem terceirização”, além de anunciar um bônus de US$ 5.000 para os metalúrgicos americanos.

Ele reiterou críticas à China, acusando o país de descumprir um acordo recente sobre tarifas firmado em negociações realizadas em Genebra. O representante comercial dos EUA, Jamieson Greer, afirmou que Pequim não estava eliminando as barreiras não tarifárias conforme acordado. Em resposta, a China criticou as “restrições discriminatórias” impostas por Washington, mas não comentou diretamente as acusações americanas.

A China lidera a produção global de aço, representando mais da metade do total, segundo dados da Associação Mundial do Aço. Os EUA, por sua vez, ocupam a quarta posição, atrás de China, Índia e Japão.

“Se você não tem aço, não tem um país. E sem um país, não pode construir um exército. Vamos buscar aço na China para fabricar nossos tanques?”, ironizou Trump diante de uma plateia formada por operários do setor siderúrgico.