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Setor de serviços sobe abaixo da expectativa, mas tem alta de 2,3% em 2023

Setor de serviços sobe abaixo da expectativa, mas tem alta de 2,3% em 2023

Em dezembro de 2023, o setor de serviços no Brasil apresentou crescimento de 0,3%, marcando o segundo resultado consecutivo de alta. Em novembro, subiu 0,9% (revisto de 0,4%). A expectativa do mercado era por alta mensal de 0,7%.

Na comparação anual, o volume de serviços caiu 2%, ante expectativa de recuo de 1,9%. A queda foi a mais intensa desde janeiro de 2021, quando recuou 5% em meio à pandemia.  

No ano de 2023, o setor teve alta de 2,3%, em linha com o esperado, marcando o terceiro ano consecutivo de crescimento.

Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta sexta-feira (9) pelo IBGE.

Com o resultado, o setor de serviços encontra-se 11,7% acima do nível pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 1,7% abaixo do ponto mais alto da série histórica (dezembro de 2022).

gráfico do setor de serviços
Fonte: IBGE

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Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa, destaca que atividades fortalecidas no pós-pandemia, como os serviços de TI, contribuíram para elevar o setor de serviços. O transporte rodoviário de carga também teve impacto positivo, refletindo o aumento do comércio eletrônico e a expansão da produção agrícola. No entanto, o setor de outros serviços teve resultado negativo, com uma queda de 1,8%, influenciada pela menor receita de serviços financeiros auxiliares, administração de fundos, corretagem de títulos e administração de bolsas.

Em 2023, quatro das cinco atividades da PMS apresentaram taxas positivas, com crescimento em 55,4% dos 166 tipos de serviços investigados. Destacam-se os serviços de informação e comunicação, com alta de 3,4%, e os serviços profissionais, administrativos e complementares, com expansão de 3,7%. O setor de serviços de informação e comunicação teve impacto positivo devido ao aumento das receitas de empresas atuantes em telecomunicações, desenvolvimento de software, tratamento de dados, provedores de serviços online, entre outros. Já os serviços profissionais, administrativos e complementares foram impulsionados pela locação de automóveis, serviços de engenharia, cobranças e informações cadastrais, atividades de intermediação de negócios e agências de viagens.

O índice de atividades turísticas teve alta de 1,4% em dezembro frente a novembro. O segmento se encontra 3,6% acima do patamar pré-pandemia (fevereiro de 2020) e 3,7% abaixo do ponto mais alto da série (fevereiro de 2014).

Regionalmente, 25 das 27 unidades da federação registraram expansão na receita real de serviços. Minas Gerais, Paraná e Rio de Janeiro foram os estados com os principais impactos positivos, enquanto São Paulo e Amapá apresentaram quedas.

Tá, e aí?Stephan Kautz

Para Stephan Kautz, economista-chefe da EQI Asset, o dado não traz muitas variações do que já se vinha observando no setor ao longo de 2023. “A perspectiva é que o setor e serviços caminhe de lado em 2024 e o dado de hoje não muda o cenário”, diz.

Kautz aponta que a alta de novembro foi em grande parte impactada por shows e que, em dezembro, há uma queda devido a esse fator pontual.

Outro ponto de atenção é o turismo, que teve uma alta forte em dezembro, revelando que as famílias ainda estão viajando bastante. Mas sem impacto para a política monetária.

No geral, ele conclui, a expectativa é fraca para o setor em 2024.

Ouça o áudio na íntegra:

O que é a Pesquisa Mensal de Serviços?

A Pesquisa Mensal de Serviços produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do setor, investigando a receita bruta de serviços nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, que desempenham como principal atividade um serviço não financeiro, excluídas as áreas de saúde e educação. Há resultados para o Brasil e todas as unidades da Federação.

A próxima divulgação do setor de serviços, referente a janeiro de 2024, será em 15 de março de 2024.