O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, surgiu como um dos principais nomes cotados para assumir a presidência do Federal Reserve (Fed) no lugar de Jerome Powell, segundo fontes da Bloomberg. A movimentação ocorre em meio a discussões dentro do círculo próximo de Donald Trump, que indicou recentemente que pretende anunciar um sucessor “muito em breve”.

O mandato de Powell à frente do Fed vai até maio de 2026, mas, caso Trump retorne à presidência em 2025, ele poderá nomear um novo chair. Entre os nomes cogitados, além de Bessent, está o ex-diretor do Fed Kevin Warsh, que já foi entrevistado por Trump anteriormente para o cargo de secretário do Tesouro.

O papel de Bessent no governo e sua relevância atual

Atualmente, Bessent lidera as iniciativas econômicas do governo Trump, com foco em mudanças amplas nas áreas de comércio, impostos e regulação. Ele também tem desempenhado papel central nas negociações de um acordo comercial com a China — um dos principais objetivos estratégicos da atual administração.

Apesar de ainda não haver entrevistas formais em curso, sua inclusão na lista de possíveis sucessores sinaliza a confiança depositada nele pela equipe de Trump. “Tenho o melhor emprego em Washington”, afirmou Bessent. “O presidente decidirá quem é melhor para a economia e para o povo americano.”

Entre a lealdade e a liderança dos mercados

A possível nomeação de Bessent tem gerado reações mistas nos bastidores. De um lado, sua atuação técnica e política é vista como sólida. De outro, a substituição de Powell pode intensificar preocupações sobre a independência do Fed frente à influência do Executivo.

“Dada a confiança que a comunidade financeira global deposita em Scott Bessent, ele é um candidato óbvio”, afirmou Tim Adams, presidente e CEO do Instituto de Finanças Internacionais. Ele destacou ainda que, embora seja considerado um “azarão”, Bessent tem credenciais para o posto.

A crítica mais recorrente de Trump a Powell gira em torno da resistência do atual presidente do Fed em cortar as taxas de juros. O presidente já declarou publicamente que o banco central deveria seguir uma política monetária mais agressiva em favor do crescimento, e que gostaria de ter mais influência nas decisões sobre os juros.

Desafios e implicações da próxima nomeação

A escolha do próximo presidente do Fed tem implicações significativas para os mercados globais. Além da competência técnica, o novo nome terá que garantir que a autonomia da autoridade monetária seja preservada — um ponto de atenção para investidores e analistas internacionais.

Steve Bannon, ex-estrategista da Casa Branca, defendeu enfaticamente a escolha de Bessent: “Scott Bessent provou que poderia implementar a agenda do presidente Trump durante um primeiro semestre incrivelmente turbulento. Ele não é apenas a estrela do gabinete, mas também um par de mãos seguras para os mercados de capitais globais.”