O salário mínimo é um dos principais termômetros da economia e reflete diretamente as condições de vida dos trabalhadores brasileiros. Ele mostra até que ponto a renda básica garante acesso a moradia, alimentação, transporte e outros direitos essenciais.
Para compreender essa realidade, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza estudos periódicos que apontam quanto o piso salarial deveria valer para assegurar uma vida digna no país.
Há décadas, o Dieese se destaca como referência em pesquisas sobre custo de vida, mercado de trabalho e desigualdade social. Suas análises ajudam a avaliar se o rendimento do trabalhador acompanha o aumento dos preços e o crescimento da economia.
Salário mínimo: diferença entre o valor nominal e o necessário
Segundo o Dieese, o salário mínimo nominal, ou seja, o valor oficial fixado por lei, é atualmente de R$ 1.518. Já o salário mínimo necessário, calculado mensalmente pelo órgão, representa o montante ideal para cobrir todas as despesas básicas de uma família de quatro pessoas, conforme determina a Constituição Federal. Em setembro de 2025, esse valor foi estimado em R$ 7.075,83, mais de quatro vezes o piso em vigor.
A grande distância entre esses números evidencia que a renda mínima no Brasil ainda não acompanha o custo de vida real, forçando muitos trabalhadores a recorrerem a rendas extras ou ao crédito para suprir as necessidades mensais.
Perspectivas para 2026
O governo federal apresentou, no Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) de 2026, a proposta de reajuste do salário mínimo para R$ 1.631, um aumento de 7,44% em relação ao valor atual.
O reajuste segue a política de valorização que combina a inflação do ano anterior e o crescimento do PIB de dois anos antes, buscando preservar e ampliar o poder de compra das famílias.





