A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) revisou para baixo sua estimativa para a safra agrícola 2023/2024, prevendo uma produção de 298,41 milhões de toneladas, 21,4 milhões de toneladas a menos que o ciclo anterior.
Segundo a autarquia, a queda é atribuída, em grande parte, à irregularidade das chuvas no início do plantio, especialmente em regiões do Centro-Oeste, além de estados como Maranhão, Tocantins, Piauí, Bahia, São Paulo e Paraná. A escassez de precipitações prejudicou o desenvolvimento das lavouras em boa parte do ciclo.
Outro fator citado pela Conab é o excesso de chuvas no Rio Grande do Sul, que afetou as plantações da primeira safra. As condições adversas também foram sentidas em São Paulo, Paraná e Mato Grosso do Sul, o que, ainda assim, não impede que essa seja a segunda maior colheita da série histórica.
Safra agrícola: área semeada tem aumento
A área semeada, por sua vez, teve um aumento de 1,6%, alcançando 79,82 milhões de hectares, mas a produtividade média das lavouras caiu 8,2%, de 4.072 para 3.739 quilos por hectare.
Entre as culturas mais afetadas está a soja, com uma produção estimada de 147,38 milhões de toneladas, uma queda de 7,23 milhões de toneladas em comparação à safra anterior. A Conab atribui essa retração ao atraso no início das chuvas e às altas temperaturas nas áreas plantadas entre setembro e novembro, principalmente no Centro-Oeste, Sudeste e na região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).
Em Mato Grosso, maior produtor de soja do país, a produção caiu para 39,34 milhões de toneladas, uma redução de 11,9% em relação ao primeiro levantamento e de 15,7% em relação ao ciclo anterior.
O milho também sofreu impactos climáticos. Na primeira safra, as temperaturas elevadas e as chuvas irregulares afetaram áreas importantes, como Minas Gerais. Na segunda safra, embora o clima tenha sido mais favorável em Mato Grosso e Goiás, estados como Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná enfrentaram veranicos em março e abril, além de altas temperaturas e pragas, que comprometeram o potencial produtivo. A colheita total de milho está estimada em 115,72 milhões de toneladas, uma queda de 12,3% em relação à safra anterior.
Outras culturas
Apesar das adversidades climáticas, a produção de algodão apresentou um leve aumento de 15,1%, impulsionado pela expansão da área de cultivo, que cresceu 16,9%. A Conab prevê uma colheita recorde de 3,65 milhões de toneladas de pluma, mesmo com uma queda de 1,5% na produtividade por hectare.
No caso do arroz, a produção deve alcançar 10,59 milhões de toneladas, 5,5% acima do registrado na safra passada, graças à expansão da área cultivada, embora a produtividade tenha sido prejudicada pelas condições climáticas, especialmente no Rio Grande do Sul.
Já a produção de feijão teve um incremento de 7%, com destaque para a segunda safra da leguminosa, que apresentou crescimento de 18,5%, atingindo 1,5 milhão de toneladas.
Você leu sobre safra agrícola. Para investir melhor, consulte os e-books, ferramentas e simuladores gratuitos do EuQueroInvestir! Aproveite e siga nosso canal no Whatsapp!